Sofrer, sofrer, sofrer. Sofrer tanto, antes de festejar uma vitória tão justa quanto magra, numa noite onde tudo parecia destinado a correr mal, pese o regresso de Nani e quase 40 mil nas bancadas.
É para estes (quase todos) que vão as minhas primeiras palavras. Apoio e crença até final, pese aquele soco nas costelas que foi o penalti falhado e que nos deixou sem conseguir respirar durante uns longos cinco minutos. Um apoio que também ajudou a conquistar os três pontos.
E porque raio digo quase todos? Porque há quem ocupe o seu lugar na bancada e pareça levar os 90 minutos a fazer figas, para que algo corra mal. Isso entristece-me. Mesmo. Não consigo conceber que alguém que se diz Sportinguista, esteja desejando poder criticar treinador, jogadores e, consequentemente, a direcção. Não consigo conceber que alguém de Rampante ao peito, esboce um sorriso irónico quando o Nani falhou o penalti. Ou peça a cabeça de um treinador que começou a trabalhar há dois meses. E, infelizmente, há vários Sportinguistas com essa postura.
Essa atitude de merda, ajuda a explicar alguma da ansiedade da equipa. Não, não é uma desculpa. É a minha opinião. É o que eu sinto. Depois de uma época em que nos devolveram o brilho na juba, estes jogadores, este grupo de trabalho continua a ser olhado com desconfiança. Porque nos falta isto, porque nos falta aquilo, porque contratámos assim e não assado. Raios parta! Depois de uma semana medonha a anteceder o arranque do campeonato, em que nos largaram duas bombas em simultâneo, em vez de contribuir para a união há quem prefira o caminho inverso. Há quem prefira passar a mensagem de que esta equipa está votada ao fracasso e que estamos longe do exigível para atingir os objectivos.
Sabem, foi nestes sportinguistas que pensei, depois de gritar o “golo” que me engasgava. É verdade, mais do que pensar no triste do Pedro Emanuel, que veio a Alvalade jogar mais de 85 minutos com 11 gajos enfiados no seu próprio meio-campo, pensei nestas pessoas que vestem as mesmas cores que eu e que, por aquela altura, estariam a sentir bem menos de metade da alegria que eu sentia.
Uma alegria que podia ter chegado bem mais cedo, logo aos cinco minutos, não tivesse a cabeçada de Montero – o tal que alguns iluminados já comparam a Postiga – encontrado o pé do redes adversário. Depois veio um remate de Adrien, enorme Adrien, dono de mais uma exibição de sangue, suor e classe. E mais uma cabeçada de Montero, novamente a encontrar o tal do Goicoechea. No primeiro quarto de hora, o Sporting dava ideia de, mais minuto menos minuto, poder chegar à vantagem e, depois, ampliá-la. Mas o golo não chegou e a ansiedade foi-se apoderando dos jogadores. Nani ia tentando sacudir o jogo pela esquerda. Carrillo, menos exuberante do que em Coimbra, tentava algumas combinações interessantes com Esgaio (exibição personalizada, miúdo). Mas, para lá do golo, faltava qualquer coisa e Rui Patrício ainda teve que aplicar-se, como viria a fazer, já perto do final, dando-nos, uma vez mais, a certeza de que é o homem certo no lugar certo.
Marco Silva tentou essa qualquer coisa logo ao intervalo. Deixou o equilibrado Rosell no duche (efectivamente, o adversário permita abdicar de um médio defensivo) e lançou Mané. Adrien e Martins seguraram o círculo central, Nani passou a surgir mais solto no meio, Mané e La Culebra ficava com as despesas nas alas. 4-2-3-1, mais coisa menos coisa. A dinâmica aumentou e as bancadas empolgaram-se. Mané sofre um penalti não assinalado e segue-se uma série de cruzamentos nunca aproveitados. Penalti! Desta vez é assinalado, mas o sr do apito esquece-se de dar o segundo amarelo ao jogador do Arouca (aliás, foi exemplar a forma como conseguiu evitar os que já tinham sido amarelados). Alvalade agita-se. E mais agitado fica quando se percebe que é Nani quem avança, pedindo a Adrien que o deixe tentar embelezar o seu regresso. Falha. O tal soco nas costelas. Falta-nos o ar. «Foda-se…», percorre-me a mente. A mim e a milhões de Sportinguistas, num turbilhão de emoções onde se imagina que se fosse Adrien a marcar ela estaria lá dentro.
A ansiedade da equipa sobe a níveis máximos. O tal medo de falhar. O tal medo de desiludir. O tal medo que não acreditem neles. Mas há mais quem acredite do que quem duvide e, aos poucos, os adeptos voltam a fazer-se ouvir.
André Martins dá o lugar a Tanaka. Nani dá o seu lugar a Capel. É o tudo por tudo. Montero e Tanaka no centro do ataque. Capel à esquerda, onde Jefferson (enorme jogo, enorme coração, maiores pulmões) também parece um extremo. Carrillo à direita, onde também surge Esgaio. Mané mais solto. 4-1-5, ou coisa que o valha, mas isso é o que menos importa. Faltam 15 minutos, mais qualquer coisa, e raios me partam se eu não acredito que fazemos um golo!
Carrillo descobre Adrien e este dispara uma bomba de pé esquerdo. Bate num defesa e sai para canto. Canto. Cabeçada de Maurício, sem jeito, para fora. Esgaio cruza largo, Capel surge como o Flash, mas falta-lhe poder na cabeçada, fraca, à figura. «Isto com o Slimani», fervilha na cabeça, recordando a forma como, em vários jogos, foi termos um farol na área que safou o jogo. Mas não há farol. Pelo menos esta noite. Há é mais um cruzamento da direita; o redes desvia e deixa a bola nos pés de Mané. «Vai!». Vai, mas para o único sítio tapado numa baliza tão grande! Desespero aos potes, enquanto os do costume levantam a peida mais cedo do lugar para ir ouvir algumas “ritices” no rádio, a caminho de casa. Cabrão do guarda-redes perde dois minutos no chão, após choque com Maurício. 90. «Mais cinco… há mais cinco… bora lá, caralho… dá tempo…».
Jefferson desafia o ritmo cardíaco e surge embalado, junto à linha final. O cruzamento sai largo, mas bem medido, pedindo a um mal amado peruano (que, por vontade de muitos, teria saído no lugar de Nani) que salte mais alto que toda a gente e a meta bem no coração da área. O mundo pára, no instante em que Tanaka recebe e ensaia uma das suas típicas fatias de sashimi à meia volta. Poste! Rebola… Gooooooooooooooooooooooolooooooooooooooooo!
24 Agosto, 2014 at 15:52
O filho é a cara chapada do pai. Parabéns ao pequeno por esta 1ª. vez e também para o pai do pequeno sorridente.
24 Agosto, 2014 at 15:53
Então Ed corre bem ontem?
24 Agosto, 2014 at 16:50
Olha foi uma estafa do caraças. Se me tivessem avisado antes não tinha lá posto os pés na cerimónia e só tinha ido ao jogo. Mas mereceu a pena só pelo que me aconteceu no momento de tirar a foto com o nosso Pres.. Vou contar a história só para fazer pirraça à Maria e a outras Marias que por aqui andem:
Cheguei às 9 e pouco pois nunca gostei de esperar ou de fazer esperar as outras pessoas;
Já estava lá bastante gente, logo fiquei admirada pois quando assistia em Alvalade aos 25 anos de outros sócios não havia tanta gente, quando abriram as portas às 9 h estava o átrio cheio de gente.
O Hall Vip é enorme mas ficou cheio de gente entre os galardoados e os acompanhantes quase que andávamos a encalhar uns nos outros, nem consegui identificar o Gabriel, outro tasqueiro que lá foi também;
O Pres. chegou às 10,20 já eu estava cansada de estar de pé. Falou, nós ouvimos e pôs-nos a gritar Sportiiiiiiing;
De seguida foram mais de quase 2 h de pé, numa fila para ir receber o «leão de prata», as pessoas iam protestando , mas porque razão isto não anda mais depressa, de tal forma que eu fiquei a saber que já tinha + de 26 anos de sócia, pois tinham juntado os 25 anos do ano passado com os 25 de este ano e que os que ali estavam eram os que se tinham feito sócios no tempo das «unhas do Jorge Gonçalves», daí estar lá tanta gente;
Quando chegou a hora de ir receber o «leão» verifico que estava na fila para o Pedro Gomes e para o Hilário e disse ao fotógrafo que me estava a passar o papel que queria tirar uma foto com o Pres. e ele respondeu-me, recebe aqui o emblema e depois tira uma foto com o Pres. Eu só queria era dar-lhe umas palavrinhas, aviso já que nem gosto de tirar fotos porque acho que tenho uma cara melhor que aquelas que as fotos me mostram, penso que as fotografias toda a vida me têm chateado a dizer« mas que cara tens!»;
Agora vem a parte que vou guardar daquele dia. Esta na verdade foi a parte melhor. Até alí tinha visto no circuito interno da TV o Pres. a apertar o bacalhau e tirar foto com o pessoal, por coincidência nunca o vi a cumprimentar uma senhora, por isso não sei como foi com as outras. O Pedro Gomes vem pôr o emblema na blusa e diz-me parabéns pelos seus 25 anos eu a sorrir digo não são 15 são 26, então ele coloca-se do meu lado direito e chama o Hilário para o meu lado esqº para tirarem a foto comigo. Eu como já disse atrás não gosto de fotografias minhas e tinha os óculos escuros postos, o fotógrafo diz-me tire os óculos eu a rir respondi-lhe que só com os óculos é que o via bem, ele tirou a foto e a seguir diz-me,« agora para eu a ver bem tire os óculos», aí eu comecei-me a rir e a pensar, apanhaste-me e tiro os óculos. Ainda estava naquela onda sinto-me assim como que abalroada, só parecia que tinha sido placada num jogo de rugby, mão no braço direito outra mão no ombro esquerdo e cara encostada a outra cara e o fotógrafo a disparar, aí pensei agora é que a fotografia deve ter ficado linda, com a cara de espanto que eu tinha feito, com toda aquela situação, só não tinha caído porque quando se encostaram me tinham segurado bem, o homem na verdade tem força, e mais, estava bem escanhoado e tinha a pele muito suave, só me apeteceu dizer aquilo que aqui alguns tasqueiros dizem C&%/$/&, nem tive tempo de gozar o momento, mas não tive hipótese de lhe dizer nada, porque ainda estava de boca aberta e ele já tinha desandado e o fotógrafo só dizia siga por ali e lá fui feito carneirinho para onde o fotógrafo me mandou;
Mas agora é para fazer inveja, a foto tá um espanto, o Homem até fotogénico é, eu estou na verdade com cara de parva ao natural, e por detrás de nós está o Pedro Gomes a rir-se, o PG deve ter achado piada a toda aquela situação, eu também achei piada só que não estava à espera e não pude gozar O MOMENTO. Mas vos digo esta foto A4 é para emoldurar e pendurar numa parede, mesmo com cara de espanto e tudo;
O resto do dia foi só filas e secas não interessou, até fui à roulote a ver se via alguém que pudesse identificar, mas nycles, não identifiquei ninguém.
Desculpem por esta prose já ir longa mas na verdade o dia teve um momento muito especial.
24 Agosto, 2014 at 16:53
25 e não 15.
24 Agosto, 2014 at 17:46
9,30 e não 9.
24 Agosto, 2014 at 17:41
obrigado pelo relato 🙂
24 Agosto, 2014 at 16:12
Jogo difícil, onde se jogava mais que três simples pontos. Um Arouca ultradefensivo (cenário a repetir no resto da temporada) perturbou um Sporting que, CLARAMENTE, não pode jogar com Montero sozinho no ataque. O penalti falhado por Nani dificultou ainda mais a tarefa da equipa, mas felizmente soubemos dar a volta e marcar no último minuto.
Sejamos claros, a gestão do penalti de ontem foi desadequada e não pode tornar a repetir-se. Tenho plena confiança em Marco Silva, mas não pode estar à mercê de circunstâncias que são da sua responsabilidade (depois de ir a jogo contra a Académica sem um lateral no banco, esta história do penalti nunca poderia ter acontecido).
Não se trata duma crítica destrutiva, pelo contrário. Mas, à terceira jornada, poderíamos estar numa posição delicadíssima…
Que tenha sido a injeção de confiança que necessitávamos. Na luz, para VENCER!
24 Agosto, 2014 at 19:23
Aguenta coração!!!!
Quando foi o golo, abracei quem estava ao meu lado esquerdo, que não conheço de lado nenhum, e o tio dele fez um autêntico mosh sobre nós. Depois fui cumprimentar o avô e neto que estavam ao meu lado direito e aos quais confidenciei, durante a 2ª parte que iríamos marcar nem que fosse no último minuto.
Que puta de alegria quando foi o golo, caralho!! SPOOOOOOORTTTIIIIIIINNNGGGG!!!!!
RP – Excelente mas dois lances em que deveria ter saído.
Jeff – eh pá, não me fodam. Quem é que não gosta dele?!?!
Maurício – possivelmente o pior jogo que o vi fazer. E com o jogo a acabar, não deveria esperar pelo Esgaio para fazer o lançamento lateral.
Esgaio – não gostei da primeira parte mas acredito que fosse pelo nervosismo. Melhorou na 2ª parte mas não me parece ser, ainda, capaz de roubar o lugar ao Cédric.
Uri – jogo certo mas contra um autocarro daqueles, não havia necessidade de continuar em campo.
Carrillo – menos em jogo que em Coimbra mas sempre a assumir responsabilidades e a levar a equipa para a frente.
Montero – não pode continuar a ser o nosso PL. Tem excelente técnica e visão de jogo mas já são demasiados jogos sem marcar. Eu imagino o coro de críticas se fosse o RvW a passar por este jejum.
Nani – quis mostrar serviço e esteve bem durante o jogo. Não gostei do episódio do penalty, disse logo que iria ser aproveitado pela pasquinagem, mas compreendo que quisesse dar o primeiro mortal em casa.
Mané – adrenalina injectada directamente na veia da equipa!!! E golo!
Tanaka – entrou muito bem e para mim, jogava a PL na Luz.
Capel – pena a falta de força naquele cabeceamento. Como sempre deu tudo.
Aproveitei a noite de ontem para tentar passar alguma da minha crença ao avô e neto que estavam ao meu lado. Estavam com algum receio no Marco Silva e que o William estivesse com a cabeça noutro lado. Espero ter contribuído para deixarem de pensar assim 😉