Eu na generalidade concordo com o Ricardo. Discordo na ideia campanha pro-Carnide, porque aí não posso dizer que me esteja a cagar. Essa campanha mói todos os dias. Mas esse não é o ponto fundamental na análise dele.

Há duas coisas que eu acho que estamos a misturar. Nem eu, nem tão pouco o Ricardo, como aliás fizemos inúmeras vezes questão de referir nos meses anterioes (alguns deles perdidos a discutir coisas menos fracturantes), criticamos aquela questão tão falada dos reforços. Há pessoas que argumentam que, com 15 reforços, podíamos ter ido buscar 3 ou 4. É isso, não é? Esta questão, para mim, e penso que também para o Ricardo, será não só facilmente superável, como até do nosso agrado. As pessoas, tal como se diz aqui, não percebem que não temos dinheiro para ir buscar os tais reforços de 7 e 8 milhões (como diz o Sá, caguei um pongolle e um Elias agora mesmo), e nem sequer se lembram da questão da proporcionalidade directa, isto é, do facto destes reforços, pelo valor que custam, serem incomportáveis à nossa carteira, mesmo em termos de vencimento. Ninguém me vai dizer que 3 atletas a custar 15 milhões de euros de transferência, custam o mesmo que 15 atletas a custar esses mesmos 15 milhões de transferência, pois não? Por outras palavras: um atleta de 1 milhão de euros de transferência cobrará, regra geral, valores salariais incomparavelmente inferiores a um atleta que custe 7 ou 8 milhões na aquisição. Esta é a parte fácil e estamos todos de acordo, eu, o Ricardo, e os restantes tasqueiros. Até pela questão do paradigma que vigora no clube, essa questão dos jogadores a 7 milhões passa a ser um não-argumento.
Mas depois há a outra questão, que já foge ao designado crescimento sustentado. E esta questão chama-se a inépcia que o Marco Silva tem demonstrado na gestão do plantel. E isso é grave. É muito grave. Eu quero lá saber que os nossos atletas não tenham custado o mesmo que um Pongolle. Ou melhor, até quero. Se tivesse vindo algum desses, com o paradigma actual do Sporting, eu era capaz de me atirar pela primeira vez a esta direcção. Felizmente não aconteceu, como se disse que ia suceder com o Bombacar. Mas voltando um pouco atrás, a ideia de que devemos estar basicamente sossegados, à espera de ver acontecer, porque não temos a carteira dos outros dois, ou porque estamos a ressurgir das cinzas, não justifica o injustificável. E este injustificável são meses (sim, já são meses) de repetição dos mesmos erros por parte da nossa equipa técnica. E essa é uma condição inegável naquilo que se passa. E pensar assim não é o mesmo que apoiar menos. Não, longe disso. O apoio será igual, como tenho vindo a fazer durante tantos e tantos anos. Mas, convenhamos, esta ideia de que devemos deixar-nos de críticas, é apenas e só o verdadeiro tiro no pé. Porque a questão aqui não tem que ver com direcção ou com políticas de contratações. A política de contratação foi aquela que deu para ter, que deu para seguir. Não era possível mais. Era apostar nos atletas referenciados que poderíamos pagar e ficar-nos por aí. Assim foi e nada a acrescentar. Mas a verdade é que tudo isto parece patético quando temos alguém ao comando da equipa que, pura e simplesmente, não aposta um único minuto que seja nos novos, nos que vieram. Criticar a direcção, por uma política dúbia de contratações, quando nem sequer sabemos o que valem esses reforços, numa circunstância em que o Sporting não ganha e se mantém nos mesmos erros, vezes e vezes sem conta? É aqui que está o erro, e negar o contrário é… bem, não sei o que é, porque não entendo. Em resumo, e muito sinceramente, a posse de bola é uma conquista desta equipa técnica. Reconheço-o e com alguma felicidade. Mas não me engano. Tudo o resto que tem acontecido é incompetência. Não tenho medo das palavras. Tudo o resto que tem acontecido, desde a forma como se gerem os recursos humanos da equipa, com atletas a sair de períodos de nojo como quem dá cá aquela palha, passando por cima dos restantes; passando pela sintomática patetice do “estar a marinar e a crescer na b”, quando determinadas posições na A dão zero; e terminando no erro sistemático e até vergonhoso como não se consegue perceber que insistir no erro já não passa de imbecilidade; tudo isto, dizia eu, é o pior que nos pode ser servido. E creio ser isto o que o Ricardo dizia anteriormente. E nesta parte eu estou de acordo, a 100%. Não misturo outras coisas, como a questão falada da propaganda benfiquista, até porque são questões distintas e devem ser combatidas em momentos idênticos, mas em esferas distintas, mas reconheço que podemos estar a hipotecar muitas coisas. Porque, caros tasqueiros, o assunto ainda se torna mais grave, quando olhamos para o nosso plantel e vemos uma equipa do caraças. Repito, equipa do caraças. Quem tem o melhor 6 e o melhor 8 do campeonato (a par do Enzo), quem tem o melhor guarda-redes deste campeonato; quem tem o melhor jogador deste campeonato e um dos melhores extremos deste campeonato; quem tem 3 avançados credíveis, sendo que para mim um deles é um dos mais geniais atletas que vi recentemente no meu clube (Montero), quando outros têm um derley no banco, não pode estar na posição em que está, de ter ganho um jogo contra o Arouca, nas circunstâncias em que foi. E dizer que temos o plantel que temos, reforçando novamente a ideia de que temos o maior número de jogadores top por posição (sim, acredito mesmo nisto), nas circunstâncias em que esse plantel foi construído, só poderá ser um elogio a quem ajudou a compor essa equipa. No entanto, todo esse trabalho não tem, até agora, parapelo nas opções e decisões da nossa equipa técnica. Desculpem-me a frontalidade, mas não tem. É isto que diz também o Ricardo. Se quero que resulte? Ora, foda-se, que pergunta. O sucesso do Marco é o meu sucesso também. Mas porra, que está difícil, muito difícil, lá isso está. E não tenho medo de abordar o último mês como de profunda incompetência. É disso que se tem tratado. Podia ser pior? Talvez. Mas não tentámos. Não tentámos mudar quando correu e continua a correr mal. É isto que é o ponto central na questão. E a questão do presidente no banco, para mim, não é mais do que uma não-questão também. Eu tenho o meu chefe, todos os meses da minha vida profissional, a pedir-me relatórios. É uma maçada, mas ou faço pela vida, ou então põem-me a andar, que isto não está propriamente para brincadeiras. Eu olho para o banco e não vejo propriamente o nosso presidente a esbaforir-se todo de raiva, mesmo quando as coisas correm mal, e oh se têm corrido. O Marco tem mais é que se aguentar à bronca. Se o Leonardo aguentou com menos recursos, e nunca deixou de ser interventivo, o Marco tem de ir pelo mesmo caminho.

Eu acho que o que faz mesmo falta é saco do boxe…
(Troll…) 🙂

… e o que falta, para animar a malta, é um bom jogo em Barcelos, se possível com muitos golos a nosso favor!! O resto é cantiga!!

Uma boa exibição, com o Marco a fazer as devidas e necessárias alterações (que só ele sabe quais); e depois ganhar aos porcos e ao mourinho (se vier com a mania que são “os bons” ainda melhor)!!

SL