É já no Sábado, pelas cinco da tarde, que a nossa turma de Alvalade vai entrar no Dragão, com a esperança de passar em frente na Taça de Portugal. O confronto não se adivinha fácil, já sabemos. O FC Porto investiu e investiu bem, com o objectivo de dominar as competições nacionais e ir longe na Champions League. Um projecto sustentado por um castelhano bem falante, que dá a sensação ainda não ter percebido muito bem para que país veio treinar.

Com alguns jogadores como Brahimi, Jackson e Tello, os homens de azul prometem dificultar, e muito, a nossa caminhada na Taça, que pelo segundo ano consecutivo nos obriga a ir até ao estádio de um rival ainda nas primeiras fases da competição. Mas, este ano, já defrontámos o Porto e demos uma grande resposta. Não vencemos, está certo, mas jogámos o futebol que nos encanta e tivemos aquela pontinha de azar (ainda que não goste de justificar nada com azar).
A primeira parte da Alvalade foi perfeita. Simplesmente perfeita. Triangulações bem conseguidas, grandes passes e meio-campo e muita vontade de chegar à baliza adversária. Tudo com uma pressão durante 45 minutos que sufocou o adversário e o levou a encostar-se às cordas. Mas também sabemos que demos o jogo ao Porto na segunda parte, que não tivemos pernas para aguentar o ritmo que nos guiou durante quase uma hora.

A Taça é a eliminar, não existem empates, e isso faz com que seja um jogo com mais golos. Geralmente, um clássico destes para a Prova Rainha, não acaba com menos de 6 golos marcados. As equipas arriscam tudo, sabem que eliminar o rival os embala para o resto da competição e deita fora um dos três favoritos à conquista.
Sei que temos qualidade. Sei que William vai chegar motivado da selecção, que Patrício vai brilhar outra vez e que Nani nos vai voltar a fazer dançar com o seu futebol. Adrien e João Mário vão ditar os tempos de jogo e os jovens mas aguerridos laterias vão apoiar defesa e ataque. Mas quero também que tenhamos espírito vencedor. Se o árbitro nos tira um penalty, teremos de marcar mais dois golos, se nos anula um golo, vamos para cima deles até entrar. Nada, mas nada que o homem do apito faça pode demover os nossos jogadores da vitória.

Chega de ganhar moral e de praticar apenas um futebol bonito. Para sermos os melhores, temos de vencer os melhores. E isso, implica ganhar ao Porto, no Dragão. Perder não é o fim do mundo, mas desmoraliza adeptos e jogadores. É aliás o que os portistas mais esperam. Nem lhes passa pela cabeça que depois de Bruno os afrontar daquela forma não seja feita justiça. E justiça para aqueles lados implica geralmente um jogo duro, quase desleal, e que tira qualquer jogador do sério.
Muita calma meus meninos! Este dia é entrar com a máxima concentração, aproveitar para espevitar um ou outro jogador e sair de lá embalados para uma competição que queremos e temos de ganhar. Se têm melhor plantel que nós? Não, não têm. Não vale a pena dizer que sim, mas que nós temos muita raça. Eles não têm melhor plantel que nós. Ponto.

Depois disso, temos o Shalke. O mau início de temporada ditou que fosse afastado o treinador. O Shalke soma apenas duas vitórias na Liga alemã e tem sido desgraça depois de desgraça. Di Matteo não engana, vai explorar o nosso erro e defender até lhe faltar a força. Cabe-nos dar o golpe final na altura certa e assegurar que continuamos na competição onde merecemos e devemos estar.

 

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa