1) Tudo começa com prevenção. E como “homem prevenido vale por dois”, se tomarmos cautelas somos o dobro, o que dá sempre jeito para a batatada. Essa prevenção é tanto necessária como criativa. Uns preferem vestir 6 ou 7 camisolas para parecerem mais gordos (e para amortecerem o lançamento de qualquer projéctil). Outros preferem ir “à civil” para não serem identificados com o Sporting. Outros simplesmente estão-se a cagar e preparam-se como se de uma guerra tratasse, munindo o seu arsenal com calhaus, paus de bandeira e um ou outro objecto cortante.

2) Antes de arrancar, convém avisar às autoridades que vão ao Porto ver o Sporting. Há quem opte por fazer os seus testamentos nesse dia, há quem se reconcilie com os pais e, quem não tenha filhos normalmente aproveita a noite anterior para practicar o acto sexual com a sua companheira para deixar linhagem.

3) No caminho, há que estar atento. Ao passar Coimbra, entramos em zona de guerra. O sol começa a esconder-se, a nuvens adensam-se e a polícia começa a mandar parar carros com cachecois verdes pendurados na janela para “inspecções de rotina”. Uma garrafa de cerveja vazia, uma mortalha perdida no carro ou música demasiado alta podem ser suficientes para vos reter por “tempo indeterminado” e impedir-vos de chegar a tempo de ver o jogo.

4) Chegando ao Porto, os cuidados têm de ser redobrados. Não comam francesinhas nesse dia, sobretudo perto do estádio. É nesse dia que eles aproveitam para vos servir toda a carne estragada que têm em stock, o molho contém fluidos corporais de diversa ordem e o pão é de 2 semanas. Recomendo que levem umas sandochas de casa senão ficam de caganeira.

5) Se tudo correu bem até estarem dentro do estádio, os meus parabéns. Mas é a partir daqui que a guerra começa. Não aconselho a usar as casas de banho do Ladrão para cagar, apenas para urinar. A falta de papel higiénico é certa. Se tiverem mesmo de o fazer, é porque não cumpriram o ponto anterior.

6) Quem trouxer faixas, bandeiras e estandartes tem de estar particularmente atento porque vão tentar confiscar-vos tudo. Sugiro que num lado escrevam “Vivó Pinto da Costa” e no verso escrevam as mensagens que queiram passar e mostrem, no controlo de entrada, o lado relativo ao Bufas. Não se preocupem que nenhum steward vai desconfiar. Eles são muito limitados e quando vêm algo elogioso ao seu ditador, é via verde.

invasaobimbolandia7) Durante o jogo, o apoio vocal é fundamental. Sugiro que não cantem aqueles cânticos mais complexos que isso é muita areia para a camioneta deles e ficam confusos. Para essa raça, tudo o que seja para além de “portooo” ou “eeeeeeee” ou “oooooooo” já entra no campo da física aplicada.

8) Parece que este é o ano em que levamos mais gente ao Ladrão. Não se iludam, eles apenas cederam esse número de bilhetes para, no fim do jogo, a polícia fazer mais detenções. Sugiro que levem uma almofada porque há fortes probabilidades de passarem essa noite na esquadra.

9) Se ganharmos o jogo, não aconselho a sair à noite no Porto. Eles vão andar  infiltrados pelas discotecas e bares particularmente atentos a quem está “excessivamente contente”. Ah! E os preços das bebidas e entradas automaticamente dobrarão. Porque “nenhum verdadeiro portista sai à noite quando o Fóculporto perde”. Em sentido inverso, se perdermos, as bebidas serão de borla, pelo que será uma boa forma de apanharmos uma tosga valente em 10 min antes de arrancar direitinhos à capital.

10) Peçam dicas aos Sportinguistas do Porto. Eles vivem o ano inteiro nesse ambiente e serão uma grande ajuda para este jogo. Eles sabem onde eles andam, as vielas a evitar e os abrigos disponíveis.

Ou então….caguem nisto tudo e vão de peito feito, à Sporting! Juntos somos invencíveis!