Aviso prévio I: Os insucessos dos rivais do Sporting não me preocupam, muitos deles até saúdo, mas…o Sporting sem Benfica e Porto, nunca será o mesmo e precisa deles, como eles precisam de nós para manter o futebol em Portugal num equilibrio que beneficia todos.

Aviso prévio II: O facto comprovado dos nossos queridos rivais terem como modelo a política do “ganho de qualquer maneira” e fazerem de tudo para secar o terreno que pisam “custe aos outros o que custar”, não nos obriga a escolher o mesmo caminho. A pequenez e saloíce pode até parecer apetecível, mas um clube grande eleva-se à custa da sua qualidade e não à custa do desfavorecimento dos rivais.

Vezes demais nesta Tasca, por quase todos os blogues leoninos e até em alguns espaços virtuais de adeptos rivais mais esclarecidos se falou na bomba relógio que se esconde por detrás das pazadas de propaganda do actual presidente Vieira. Uns desejam que exploda o mais rápido possível, outros trabalham secretamente na sombra para que o impacto do TNT seja cada vez mais avassalador, mas a maior parte faz os possíveis e os impossíveis para ignorar todos os sinais (e são tão óbvios) de que a “bomba” traz consigo um contador que acelera quer o clube ganhe ou não.

Estamos nós Sportinguistas  possuídos por uma missão evangélica de anunciar uma imaginária hecatombe do seu rival lisboeta? Os lampiões acham que sim e respondem a todos os argumentos como se fossem realidades paralelas, como se eles próprios fossem incapazes de distinguir uma fada madrinha de um inspector geral de finanças. Talvez tenham já esquecido o tempo em que também varriam verdades para debaixo do tapete e atiravam táxistas para cima dos críticos de Vale e Azevedo.

Mas que verdades são estas? Que sintomas graves exibem? O que está a fazer tic-tac por baixo da peida da arrogância encarnada?  Vou ser breve, quem quiser mais que use o google e retire as suas conclusões:
1- Endividamento  – Tal como o  BES e outras organizações super saudáveis que ramificam os “negativos” até já ninguém os conseguir encontrar, o benfica tem as contas tão consolidadas que sucessivas empresas de consultoria financeira desistem de assinar os relatórios.
2- BEStiais relacionamentos – Os esquemas de financiamento com Fundos, Bancos, Empresários e OffShores têm feito da Luz uma espécie de Pirate Bay das negociatas futebolísticas. Os valores de compra e venda de atletas desafiam a lógica e não há Barba Ruiva que se preze que não tenha já tirado fotos a apertar a mão a Vieira.
3- O Milagre da multiplicação – tudo no benfica dá imenso lucro, tudo. E no entanto o clube deixou de trilhar o seu caminho “orgulhosamente só” para se aliar fantasticamente aos que chamava corruptos, aldrabões e inimigos. Se não o faz por dinheiro, fá-lo por um inacreditável sentido de auto-flagelação.
4- De repente o benfica descobriu que tem um centro de estágios e equipas de formação. Descobriu também que pode fazer uso delas para colocar jogadores na primeira  equipa de forma muito mais barata do que andar a pagar comissões de luxo aos “amigos do costume”. E desde que descobriu tudo isto que anda a anunciar aos berros a sua “conversão” e a formatar os seus adeptos para o desinvestimento. Ninguém descobriu nada mais do que bolsos vazios e telefones de crédito desligados.

Os nossos “amiguinhos” lampiões apelidam isto de racionalidade, mas sabem tão bem como nós que uma coisa é cumprir um plano de ataque e outra coisa é disfarçar um plano de fuga. A diferença entre os discursos presidenciais antes e pós a queda do império de influências BES são a chave para descobrir para onde caminha o clube dos “6 milhões”. Mas fuga ao quê? Bom, essa é muito fácil, mais do que à derrocada financeira, Vieira foge à história. Uma década depois de ser eleito pode-se orgulhar de 2 títulos e…nada mais. O contra-peso destas vitórias é claro – um passivo conhecido preocupante e um passivo desconhecido arrasador. Uma teia de interesses a gritar por “alimento” constante e uma rede de suporte entretanto desaparecida. A missão há muito que passa por “brincar aos clubes saudáveis” enquanto se pede esmola a toda e qualquer porta obscura.

Na figura de Pinto da Costa, os encarnados descobriram um aliado, que se finge preocupado e colaborante enquanto assiste sereno ao esgravatar do clube rival. A norte deseja-se, muito mais que em Alvalade, a ridicularização do Benfica e as afrontas do Apito Dourado e das Carolinas pagar-se-ão com juros elevados. Mais do que safar a pele do clube, o Pintinho está a safar a pele do amigo de longa data Vieira…que cada vez mais dependerá dos amigos deste. Lentamente, o Porto transforma-se na almofada do Benfica, até aquele dia que alguém vai achar que nada mais tem a ganhar com a aliança.

O Porto quer a cabeça de BdC. O Benfica quer sobreviver ao terramoto BES. Qual estará mais perto de conseguir o que pretende? Temo que para ambos os nossos rivais as noticias não sejam boas. Nem BdC parece fragilizado nos embates contra o sistema, nem as dívidas têm dado descanso à contabilidade encarnada e quando se depende do despejo de milhões em cima de empresários para aceder a bons jogadores, para formar equipas competentes, o resultado pode ser mais visivel daqui por 2 meses. Depois da sangria de Janeiro e de dois jogos decisivos onde o sistema não vai poder escolher lados, como sempre, serão os resultados no campo que acordarão a oposição (e mais alguns amigos). Se a tampa se destapa, descobre-se a bomba e olha-se para o relógio…dará tempo apenas para um ou dois personagens se colocarem offshore. O resto pode ser uma história tantas vezes contada, com um ligeiro twist, desta vez o Estado não pode “encobrir” nada.

Se é um cenário bom para o Sporting? Não, é péssimo. A secundarização de um rival nada oferece a quem procura glória. E ao contrário do que a “aliança” apregoa, ter 3 grandes é melhor que ter 2. Há quem pense que este cenário de falência esteja longe de ser real, mas lembro-me sempre do ditado “quanto mais alto, maior a queda” e essa é desde há muito a atracção fatal dos encarnados, talvez demasiado habituados a “salvações” de última hora ou a imaginarem-se eternamente maiores do que o que são. O mundo muda muito rápido e há por aí tantos e belos cemitérios recheados dos que se auto-afirmaram “too big to fail”.

Compreender o adversário é o primeiro passo para o vencer e sinceramente o clube de Carnide parece sedado com sonhos de títulos, Taliscas e  tangas de “formação”. Tão sedado que não entende a balbúrdia infernal entre as “contas” do clube e do seu presidente, entre as suas contas e as contas dos seus rivais. Quem acorda? Quem faz perguntas? Quem exige respostas? Certamente não a mesma imprensa que tinha dossiers e dossiers de informação sobre todos os escandalos do BES à espera de “luz verde” para publicação. Certamente não os sócios que continuam a validar contas “mágicas” nas assembleias do clube. Certamente que não os adeptos preocupados com o jogo seguinte. Então quem? E daqui a quanto tempo? Too Big to Fail…yeah right.

 

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca

 

natalalmoço

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