Tinha tudo para ser um daqueles domingos que um gajo guarda na memória. A um almoço, onde o Sporting atravessou gerações da forma mais genuína possível, seguia-se um jogo onde nenhum de nós acreditava noutro resultado que não na vitória, se possível com três ou quatro golos. As expectativas saíram completamente frustradas e o primeiro minuto de jogo deixou claro indício de que isso podia acontecer: cruzamento e Rui Patrício a evitar o golo adversário.
Partiu-se, então, para os cerca de 20 minutos em que o Sporting jogou à bola. Pode não ter tido grande intensidade, pode não ter tido muitas ideias, mas a verdade é que durante essas duas dezenas de minutos se criaram situações mais do que suficientes para abrir o marcador e, muito provavelmente, escrever de forma completamente diferente a história do jogo. Adrien, num remate de ressaca, vê o pé de um defesa desviar a bola que seguia rumo à baliza; Carrillo (mas como é que se diz que o gajo voltou a ser inconstante se, uma vez mais, toda a agitação passou pelos seus pés e, caso tenham adormecido, ainda lhe tenham pedido para, na parte final, vir fechar o lado esquerdo da defesa, deixado em aberto pela saída de Jonathan?!?) tenta um golo que seria candidato a melhor do ano; Slimani desmarca Montero e este, já dentro da área, remata a despropósito para fora; novamente Carrillo, perdendo de forma incrível um cruzamento de Slimani.
A partir desse momento a equipa desapareceu. Não vale a pena estar a apontar o dedo a jogadores em particular, pois teria que fazê-lo várias vezes. Talvez seja mais fácil dizer que, terminado o jogo, sobram tímidos aplausos para Paulo Oliveira, Adrien, Carrillo e Montero. Dos 14 que jogaram, foram, quanto a mim, os que tentaram dar um tom mais verde a uma noite negra (e que podia ter sido ainda mais negra). Faltaram ideias, nomeadamente na segunda parte, para encontrar o caminho para a baliza do Moreirense, fazendo deste o segundo pior jogo desta época (será complicado bater o de Guimarães, obviamente). E nessa incapacidade de encontrar o caminho, salta à vista um pormenor incontornável: o não sermos capazes de aproveitar a carrada de cruzamentos, fossem de bola corrida ou de bola parada. E, pior, voltarmos a sofrer um golo num cruzamento de merda, daqueles em que os defesas estão de frente e têm tempo para atacar a bola.
O resultado é uma distância de 10 pontos para o primeiro lugar e de quatro para o segundo, ou seja, à 13ª jornada temos que ser homenzinhos o suficiente para centrar todas as nossas forças na conquista desse lugar que dá acesso à Champions, na Taça de Portugal e divertirmo-nos ao máximo na Liga Europa. Custa, claro que custa. Custa sempre bater com a tromba na realidade. Uma realidade na qual Marco Silva decidiu colocar o dedo com a frase «temos feito a rotatividade possível». Para bom entendedor, isso significa constatar aquilo que, para muitos de nós, já se tinha tornado óbvio: pese a chegada de jogadores com quem se pode contar, casos de Paulo Oliveira, Jonathan Silva, João Mário e Rosell, a manta continua a ser curta, principalmente quando a contratação das contratações, Nani, fica de fora. E é curta porque todas as outras contratações, à excepção de Slavchev que parece ser um estranho caso de inadaptação, foram feitas numa perspectiva de médio prazo (Sarr, Rabia, Geraldes, Sacko, Gauld, Tanaka). O erro maior, parece-me, foi ter assumido que se estava a construir um plantel capaz de atingir mundos e fundos. E é essa cruz que a direcção terá que carregar até final da época, havendo a hipótese de emendar alguns erros na abertura do mercado, em Janeiro, de forma a que o treinador possa atacar objectivos com outras armas (e, atenção, não estou a ilibar Marco Silva de responsabilidades, até porque não entendo o porquê de Rosell ou André Martins não terem jogado ontem e muito menos entendo o relegar de Cédric para o banco de suplentes).
Neste duro choque com a realidade, consigo compreender a frustração dos adeptos. Até porque eu também a sinto. Mas não consigo compreender, muito menos aceitar, que, de cada vez que um jogo corre mal, apareçam adeptos que só dão a cara nas derrotas. Não para apoiar (deves…), antes para espetar a faca quando a ferida está aberta. Curiosamente, ou talvez não, grande parte desses sportinguistas não põe os pés no estádio. E essa é outra coisa que não consigo compreender: queixamo-nos que os jogos são à noite, mas quando um jogo é às 18h aparecem 30 mil. Ou, se preferirem, respondam-me a esta pergunta: como é possível que um clube com 3 milhões de adeptos, não encha um estádio com 50 mil pessoas?!? Desculpem voltar a bater na mesma tecla, mas se apregoamos a cultura de exigência, temos que saber adaptá-la a nós mesmos! Ficar em casa porque está frio e porque assim aproveitas e a seguir vês o clássico e, depois, vir apontar o dedo a quem, bem ou mal, esteve em campo?!? Faz-me um favor… Marco Silva diz que os jogadores têm que descer à terra. Eu diria que temos todos que fazê-lo. Porque não bastam juras de amor, dizendo, num passado recente, que se a banca nos tirasse o tapete estaríamos prontos para a refundação e para reerguer o clube vindo das divisões mais baixas. Mais do que falar, provem o que dizem.
Ou, se quiserem, e até porque se eu continuar a dirigir-me a quem conseguiu entristecer-me mais do que o resultado isto acaba mal, atentem nas palavras do Placebo que, no seguimento do almoço e do jogo de ontem, escreveu, «por isso para aqueles que nunca se esquecem de vir aqui festejar os maus resultados do Sporting, e desaparecem o resto do ano, arreigando-se da faculdade de serem “pragmáticos” ao mesmo tempo que sucessivamente anunciam o armagedão, e de terem a capacidade de análise fria que lhes permite sempre apontar culpados e problemas diversos onde os outros vêem grandes sportinguistas que, com esforço, tanto fizeram e continuarão a fazer pelo Sporting, um conselho: o “espírito da Tasca”, herdeiro de uma espécie de “espírito do Cacifo”, não é o de um rebanho (apesar do Cherba até ter pinta de pastor). O “espírito da Tasca” é Ser Sporting, e Ser Sporting entre sportinguistas que, pensando de forma diversificada, se unem no essencial, que é contribuir para continuar a construir um Clube à altura deste que é o nosso. Apoiando quem merece: dirigentes, treinadores e jogadores, nos seus defeitos e qualidades, em prol do Mais que Tudo. Ou nem que seja agregando a malta num espaço como hoje, dando aos mais novos o belo exemplo deste espírito, e esperando continuidade da parte deles. O meu filho hoje percebeu bem isso. Estava na altura de todos perceberem.
Obrigado a todos pela boa companhia, sempre que puder estarei nessas andanças, e sobretudo: nós que lá estivemos, bem como os outros que não puderam estar, não temos desculpa para a esta hora não pensar convictamente: que se foda o Moreirense! Viva o Sporting!»
15 Dezembro, 2014 at 13:29
Esta conversa é muito bonita, mas merecer o apoio e o sacrifício de muitos, tá quieto. Isto é algo que infelizmente não vem de agora. Falta-nos estofo, exigência, e capacidade para aproveitar as poucas oportunidades que temos, razão pela qual ganhamos tão pouco. Nos momentos chave, onde não podemos falhar, o que acontece ? Falhamos redondamente ! Assim, é muito difícil encher o estádio, porque as pessoas deixam de acreditar.
15 Dezembro, 2014 at 14:26
A minha opinião é polémica mas aqui vai:
Vamos primeiro a alguns factos:
Faltam 21 jogos.
21×3: 63 pontos em disputa.
Imaginando que fazemos esses 63. 63+24: 87 pontos.
O Carnide teria que em 63 pontos só fazer 53, 3D e 1E.
Campeões este milénio com 34 equipas:
00: 77
01:77
02:75
03:86
04:82
05:65
06:79
O ano passado com menos 4 jogos fizemos 67 pontos.
Temos mais resultados negativos do que positivos: 6V vs 6E,1D.
Em casa também: 3V vs 4 E. Fora: 3V, 2E, 1D.
Em 39 pontos possíveis temos 24. Ou seja 15 pontos perdidos. Ou seja, mais 9 pontos ganhos do que perdidos.
Estamos em 5º lugar atrás de Guimarães e Braga.
Dito isto, permitam-me manifestar o meu desacordo com as opiniões de que “jogamos um futebol espectacular” “faz muito tempo que o Sporting não jogava tão bem”, a não ser que por futebol “espectacular” seja repetir o 3º lugar e 9 D e 7 E de Peseiro (diferença positiva de 2 entre resultados positivos 18V e negativos) e o seu 3º lugar ou do Jozic com o seu 4º lugar com 5 D e 12 e igualando os registos negativos com os positivos de 17V.
“Quanto melhor jogarmos mais perto estamos de ganhar”, se assim é, só se pode tirar uma conclusão: É que não estamos a jogar nada.
Estes resultados e este lugar não dignificam a nossa camisola.
O que pode explicar esta situação?
A diferença de qualidade face ao ano passado não pode explicar pois a equipa é igual. Se P.Oliveira é melhor que Mauricio, só ficamos pior num central. Pode isto explicar tudo? A troca de Rojo por P.Oliveira é a culpa dos nossos resultados? Quando passamos a contar com J.Mário e Nani. E temos suplentes razoáveis como Jonathan, Rossel?
A diferença de orçamentos não pode explicar estes resultados miseráveis pois além de não termos perdido com o Carnide ou com a Fruta, temos perdido pontos atrás de pontos com equipas muito abaixo do nosso budget.
Os 6 jogos a mais da Champions não podem explicar tudo, já tínhamos perdido pontos estúpidos antes da mesma e demonstrado as mesmas fragilidades sem jogos europeus nessa semana.
Vou portanto ser polémico, mas é a minha opinião: Marco Silva não me convence.
O seu registo em casa pelo Estoril foi de 6V,5E,4D, ora o Sporting tem que jogar contra equipas fechadas 90% das vezes.
O nº de autogolos é ridiculo.
As falhas de concentração são abundantes.
A falta de motivação e a falta de dignidade já existiram.
Bolas paradas são um desastre.
Não se percebe qual é o Plano A ou o Plano B nem em que modelo jogamos.
Os acertos nas substituições não compensam os erros.
Diz que não “manda recados para os jogadores” mas será isto um recado para alguém?
É um treinador com excelente imprensa. Ainda ontem o seu amigo Rui Pedro Braz (segundo o Expresso) disse que o Sporting tinha piores jogadores que o Braga! O apoio dos sportinguistas tem sido total. A postura do Presidente tem desviado o foco dos seus maus resultados. Tem uma equipa melhor que Jardim.
Se MS não consegue motivar os jogadores com a cenoura talvez esteja na altura de usar o pau.
Tenho a impressão (e aqui é só um palpite) que é demasiado “amigo” foi o que me cheirou nos casos Doyen e facebook.
Li também aqui que MS estaria numa “guerra surda” com a Direcção pois quer escolher os reforços, isto sendo verdade (e pode n ser) não lhe explicaram (bem ou mal) qual era o projecto?
Não estou a defender a demissão imediata de MS.
Mas ou MS faz algo ou ficamos em 5º.
Está na hora de DAR UM MURRO NA MESA (que já vai tarde).
Os adeptos têm ido a todo o lado, temos as melhores assistências de sempre na Champions, aumentamos assistências em casa e fora, nº de sócios, etc. O próprio treinador tem reconhecido este facto.
Se não se pode EXIGIR não estarmos em 5º lugar, se não se pode EXIGIR termos mais resultados positivos que negativos, se não se pode EXIGIR fazermos dois remates à baliza em Guimarães, se não se pode EXIGIR correrem atrás da bola num resultado desfavorável quando faltam dois minutos para jogar não se pode exigir nada.
Os jogadores têm que ser responsabilizados. O que se passa?
Se é saídas à noite: ACABARAM!
Se é falta de empenho: VÃO PARA A B.
Se é falta de forma: QUEM VIER GORDO DAS FÉRIAS FICA SEM JOGAR.
Acabou-se o CIRCO, QUE ISTO ESTÁ A REVELAR-SE UM HALLOWEEN.
Vou dar mais uma vez, o benefício da dúvida a este treinador que não me convence. Espero estar redondamente enganado, mas pior seria calar as minhas dúvidas e opiniões.
Sou a favor, em princípio, da estabilidade.
Mas ou isto muda, e rápido, ou passarei a defender uma alternativa para treinador.
Temos na nossa estrutura alguém em completa sintonia com a Direcção, com total conhecimento dos dossiers, com provas dadas, e que sabe o que é ser campeão.
Não voltarei a falar do tema treinador nem vou para o estádio com lenços brancos. Espero que tenha sucesso, e vir a pedir desculpas pela minha cegueira.
A realidade dos resultados terá de se impor.
Viva o Sporting Clube de Portugal!
Em frente pela recuperação no campeonato!
SL
15 Dezembro, 2014 at 15:13
Quero lembrar que ontem jogámos contra o Moreirense!!! E era só isso!!
15 Dezembro, 2014 at 18:34
SPORTING SEMPRE!!!!
Ontem cheguei a Lisboa em cima da hora do jogo… E sabe deus como fico exasperado com estas exibições! Nem consigo falar de bola..
Mas ontem parece-me que faltou atitude, uma equipa campeã pode sofrer muito com uma eliminação injusta, mas depois disso tem de mostrar que foi mesmo injusta! O Moreirense tinha de pagar a fatura, e infelizmente isso não aconteceu.. Faltou atitude! Faltou raça..faltou a faca nos dentes!
Exemplo? O golo do Moreirense surgiu dum cruzamento igual a todos os que se seguiam a um canto, sempre a mesma jogada.. Só o Mané não percebeu isso! Enfim…
Acho que precisamos é de ir à bruxa…
15 Dezembro, 2014 at 19:31
Só pedi no final do jogo que o Max trouxesse umas 200 boxes de ginja para eu mandar abaixo. Fiquei fodido até à raíz dos cabelos e senti que os jogadores não dariam ontem mais do que aquilo. Mas que venha o Vizela e o Nacional por agora. Ah e a ginja!
VIVA O SPOOOORTING
15 Dezembro, 2014 at 20:40
Já o tinha dito ontem… mesmo contra as bocas (teclas) sujas que só aparecem para apontar o dedo quando vamos ao chão e que fazem perder a calma à malta…
Viva o Sporting!
Acho que a seguir ao empate do Maribor estava assim…
15 Dezembro, 2014 at 20:50
SPORTING SEMPRE!
Bruno Carvalho, quanto a mim, é o melhor presidente desde Sousa Cintra, porque não se encolhe, nem se ajoelha face ao poder obscuro do SL e Galinhas e FCPorco e é isso que a maioria dos “jornaleiros” e “comentadeiros” deste país não aguentam, nem gostam. Como adepto e sócio efectivo do SCP estava farto de ver presidentes “encolhidos” e subservientes ao poder decadente e podre que reina há muitos anos, no futebol português . Alguém se lembra de José Silvano, Martins dos Santos, Carlos Calheiros, Jacinto Paixão, José Guímaro, Lucílio Batista, etc., etc.,.
Estou triste, mais triste ainda quando a nossa equipa não consegue ou não pode dar um pouco mais de si, em esforço e dedicação, mas continuo a ser sportinguista (sempre). Não se esqueçam, mas a realidade irá impor-se ao futebol português e então quero ver a excelência ou não dos nossos concorrentes directos, porque “Bragas” e “Guimarães” nunca serão do nosso patamar.
Perante a real condição financeira do nosso clube, a minha exigência não vai, por agora, além da dedicação e do esforço, na esperança que o futuro nos irá trazer de volta a glória, sem no entanto, deixar de exigir os melhores resultados desportivos possíveis, no presente. Não se podem comparar orçamentos, nem as relações de poder que se encontral actualmente em vigor .
Quanto à qualidade da nossa formação, apenas poderemos concluir dessa realidade, aquando do apuramento para as fases finais, onde o SCP tem a obrigação de estar, mas há bons valores em qualquer das equipas e a de Iniciados tem muito boa qualidade. Quanto à valia da equipa B e dos seus jogadores, a pontuação actual diz-nos que não estamos muito afastados dos nossos concorrentes directos.
Apenas lembrar que os nossos adversários directos, por medo, e os nossos adversários indirectos, por inveja, gostariam de ver um SPORTING amorfo, silencioso, sem fazer ondas, aceitando pacificamente todos os desmandos e injustiças de um sistema que está a dar as últimas. É hora de aguentar firme, não dar o flanco, nem argumentos aos que não nos querem bem. Não será por acaso que o nosso Presidente é tão odiado nos horizontes vermelhos e azuis e quanto mais odiado, mais estará a cumprir as suas promessas e a ser melhor na sua acção.
Desportivamente, as contas far-se-ão no fim, tal como o acerto ou não das contratações, as possíveis, atendendo a actual realidade. No entanto, espero que a Taça da Liga, nos diga alguma coisa a esse propósito.
Por último, apenas referir que não votei nas eleições do nosso emblema, mas um Presidente que não se encolha e que não aceite passivamente os desaforos dos nossos adversários terá sempre o meu apoio.
SPORTING ATÉ MORRER!!!