textodaporcaPara quem não sabe de quem se trata, bastará um resumo muito breve das melhores qualidades da senhora que serve de base aqui à missiva. A Inês Sampaio é aquilo a que vulgarmente chamamos de abjecta criatura, azeda, impostora mesmo. É aquela pessoa à qual nos reportamos quando pensamos nos encontros que fazemos questão de evitar nesta vida.

Hipótese 1: Perceber a Inês é a tarefa árdua de desconstruir o mito do lampião, numa espécie de arquétipo Pedro Guerra (aka Fernando Santos), que varia consoante se vai tendo, ou não, maminhas. Se calhar, e a avaliar pela figura máxima do lampião propagandista, o original, vá, as maminhas são mesmo imagem de marca. Avante, que isto não está para se falar de gorduras. São outros assuntos e toda a minha força para a luta de todas as mulheres (que deve também ser a luta de todos os homens bons), que é outra luta que não esta luta da Inês, a nossa ávida investigadora da causa e do significado daquilo que é o sportinguismo, mesmo que não o sinta e mesmo que a montante (como se diz agora) haja uma vontade incontrolável de escrever merda e espalhar o gozo, esta última qualidade, aliás, definidora do mais louvável lampião.

Deixemos os benfiquistas de lado. Nesta hipótese fala-se de lampionismo e fala-se de Inês Sampaio. É um post que nasce de um comentário que li há minutos, sobre o novo post desta excelsa criatura, no site dos invisuais do mercado. Não, invisuais é dizer mal. Um abraço a todos eles. Invisuais calha mal. Digamos antes “cabotinos da análise desportiva”. Por outras palavras, o site versão Ricardo Costa, que ninguém percebe a forma como vai construindo uma carreira alicerçada na verdadeira merda que vale! Esta saiu-me bem. O site versão Ricardo Costa. Espero que perdure.

Mas em frente. Diz a cretina, no seu último e brilhante post, reportando-se claramente ao Sporting, que o conceito de grande deve ser refundado. E isto porquê? Isto porque, segundo a própria, são duas as verdadeiras conquistas do Sporting, num espaço de 20/30 anos. Ora, começando pela base, importará referir o mais óbvio de tudo, que passa por perceber que o Sporting não é um clube como tantos outros. No Sporting coleccionam-se títulos naquilo que de melhor o desporto tem, que são as suas múltiplas modalidades. E se o Sporting, clube, é tudo isto, não vejo que clube grande se nos possa equiparar. E não me venham com a conversa do campeonato da carica, porque de snooker percebem os benfiquistas. If you know what I mean. Piscar de olho.

Porque, camarada Inês, no momento em que ousares refundar um conceito que é muito mais do que passar pela casa de banho e cortar a fartura assim que te ocorre mais uma brilhante ideia, apontando-a no caderno que guardas nessa cabeça perdida, lembra-te que ao equacionares a dimensão do clube que te faz respirar, não pelas melhores razões, bem entendido (ou alguém que se espuma de raiva ao ouvir Sporting), deverás lembrar todos os atletas que, apoiados por este meu grandioso clube, trazem as medalhas que tão bem gostarás de receber, nos campeonatos da Europa, nos campeonatos do Mundo e nos Olímpicos, os mesmos campeonatos onde o maior e glorioso resultado de uma propaganda de décadas, será lembrado, vá lá, por um qualquer Nelson Évora. Abraço ao Nelson, que não tem culpa alguma do assunto em causa.

Mais ainda, Inês, quando falares do Sporting, sustentada nos puns de felicidade que é trazer do dragão a segunda vitória para o campeonato em dez anos (recordemo-nos que ainda estamos na hipótese 1), lembra-te sempre que falas de um clube recordista da maior goleada em competições europeias (e não, não me reporto aos mesmos números com que uns são eliminados por colossos e outros pelos Celtas da vida). Lembra-te que falas do clube que, já bem dentro desses 30 anos aos quais te reportas, te deu a maior lição de que a humildade e o respeito pelo próximo são duas características a ter em conta naquilo que dizemos. Diz que faz agora anos e tudo. Porque, querida Inês, se vamos pensar em refundar o conceito, talvez possamos perguntar a mais gente. Olha, vamos perguntar ao João Vieira Pinto. Sim, esse mesmo que, em dois anos de Sporting (meu querido sorteio dos árbitros), já havia ganho o mesmo que uma vida inteira de Benfica. Ou pergunte-se por que raio deverá perder o seu tempo a reformular um conceito, sustentado nas conquistas do grande, o glorioso, esse mesmo, que de um pote 1 passa directamente para… para onde, na verdade, senão para a compra imediata do próximo cachecol do Wolfsburgo (cuidado que é verde!), a usar na próximo jornada europeia, no quentinho do sofá e contra o frio do inverno fácil em Lisboa.

Pergunte-se, já que estamos numa de lançar desafios, por que raio, e recordando as doutas palavras do vosso, e também ele excelso, presidente, não estão neste momento ao nível do Real Madrid, e se, feita a análise, não terão também, a partir de agora, de refundar o conceito de grandes na Europa. O verdadeiro conceito, Inês, e não o conceito de grandes merdas na Europa. E tudo o resto, sei lá, o conceito de grande a partir do qual as nossas equipas nacionais beneficiam, com mais ou menos cubos mágicos, do contributo que possamos dar ao desporto nacional; o conceito de um grande alicerçado em duas ausências seguidas nas competições europeias, há bem pouco tempo; o conceito de um clube grande que agrega tão carismáticas criaturas como Duartes Gomes, Capelas, Lucílios Baptistas, Paratys, Motas, Hugos Miguéis, et cetera, et cetera; o conceito de grande a partir do qual se é apanhado nas escutas a escolher árbitros (já aqui falei no meu querido sorteio dos árbitros?), e eleito em seguida com mais de 90% dos votos; o conceito de grande a partir do qual se constroem vitórias, limpíssimas, aliás, privando adversários de estádios e jogadores principais; o conceito de grande a partir do qual nos focamos nas novas amizades e nos cabazes de fruta e chocolate para dominar o panorama desportivo nacional, com a nossa querida nádega de apoio, simétrica ou menos simétrica, quem se rala?; o conceito de grande a partir do qual escrevemos (como é que é mesmo?) Spor71ng em homenagem à maior derrota sofrida às mãos de um rival, esse mesmo, pequenino, ou, quiçá, conta arredondada por excesso ao dia vergonhoso na Galiza; o conceito de grande a partir do qual mentimos também na data de criação do clube ou o conceito de grande a partir do qual passamos directamente do 27º título de campeão nacional para o 30º.

Questione-se verdadeiramente, Inês, e deixe o resto para o orgulho que estes adeptos sentem de um clube que (como é que diz a música?) “tem 18 campeonatos nacionais e acredita que nenhum foi comprado!” Porque, para concluir, querida Inês, não sei em que fase do conceito está o Sporting, O que sei é que, grandes, médios, a caminhar para, a chegar ao destino, ou o raio que a parta a si, o nosso orgulho no clube que defendemos é cada vez maior e a si resta-lhe, cada vez mais, essa figura triste de malhar no clube que a faz respirar nos fanáticos dias que cobrem essa sua existência. A mim resta-me garantir-lhe que não desanimo e deixo-lhe a vontade perversa que tenho de que tudo continue como está (duas nádegas a servir-se de um sistema de pequeninos a morrer pelas migalhas que ficam). Talvez o último que venha a rir seja mesmo aquele que acabe a rir melhor.

Depois, cara Inês, depois temos a hipótese 2. E aqui a hipótese 2 é peanurs. Nada mais fácil do que desconstruir o mito do dragão. Nada mais fácil do que contrariar a sua ideia, bastando para isso lembrar-lhe o antro de corrupção que o seu clube, FcPorto, ajudou a criar neste nosso país. Grandes, pelas suas palavras. Grandes, pelos títulos comprados à base de prostituição, de coacção física, de despotismo e de tudo o que, sem luta de outros lados, já teria de uma vez por todas liquidado o desporto em Portugal. Dir-me-á a Inês: mas e as competições europeias, também foram compradas? Não, Inês, as competições europeias são o resultado mais óbvio de um clube que cresceu todos os anos, tornando-se mais forte a cada campeonato roubado, passando a competir com outros actores a nível internacional.

Porque, Inês, se a hipótese 2 for a mais correcta no seu caso (e nunca descurar os factos que compõem a hipótese 1), a sua definição de grande deveria estar automaticamente fora de contexto, fora de contexto no sentido em que aquilo que se quer grande não se constrói na base da mentira e do crime constantes. Porque, cara Inês, essa noção de grande, se a Inês tiver o mínimo de honestidade intelectual, acaba por bater na insignificância que é meia dúzia de pessoas a festejar os títulos de campeão pelo Porto, num atrium de um estádio que insiste em não encher mesmo nos momentos de festejo. Uma noção de grande que, logo à partida, esbarra na incapacidade que um clube ganhador (custe o que custar) tem em aglutinar adeptos e na sua incapacidade de abandonar os limites de uma única zona geográfica, não fazendo sequer jus ao estatuto de cidade que já é reconhecida por todo o mundo. Um clube de bairro, portanto, e confinado à sua quase insignificante massa adepta. Quero lá saber, diz-me a Inês. Um sinal dos tempos, digo-lhe eu, ou o sinal de que título comprado é título que fica por saborear e clube a evitar. Ou talvez o efeito de vídeos por apurar, dolo por provar, atletas de modalidades por alimentar e outros tantos agredidos, jornalistas agredidos, a prova da objectificação da mulher (a qual deveria passar a defender melhor, desde logo estudando a recente história do seu clube), como aspectro central no modus operandi, etc, etc, etc.

Querida Inês: perdi cerca de hora e meia a escrever-lhe isto. É mais do que o cuidado e a atenção que a Inês me deveria merecer. Honra lhe seja feita nesse sentido, minha e de todos aqueles que lhe querem trazer a devida resposta. Mas, para terminar, dizer-lhe que só depois de tudo isto me chegou a mãos a ideia de que poderei estar a lidar com alguém que teve o seu primeiro romance publicado pela editora que ajudou a destruir a essência do melhor cinema em Lisboa. Creio que, tendo presente este facto, estamos apresentados. Numa palavra, e definindo a Inês: afectação.

E agora, passeio.
Teu,
Diogo.

P.S. Grande foto do almoço. Puta de bonito! Adorei ver o Fábio.
P.S.1. Não desatem todos a abrir a merda do post da nossa querida Inês. Aquele site tem de morrer. É muito mau.

 

Texto escrito por Diogo Carvalho 

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
(este petisco estava no ponto e mesmo a pedir para apanharmos uma barrigada ao jantar)