Gosto do Japão. Sempre gostei. Apesar de nunca ter lá ido, era gajo para viver nesse fantástico país. Desde os samurais, passando pelos desenhos animados Anime e acabando nos fiáveis automóveis que tanto jeito me têm dado em Angola. Tudo nesse país me fascina. Ora, foi precisamente no Japão que nasceu o nosso mais recente avançado, Junya Tanaka.
Quando vi o seu primeiro vídeo no youtube, lembrei-me do Hulk que, curiosamente, também jogou em terras nipónicas. Aquele arco na bola, aquela forma de bater com efeito, aquela precisão…surpreendeu-me, confesso. Não porque me surpreenda facilmente com um jogador mas porque jogadores com essa capacidade de remate são cada vez mais raros. E este é um assunto pertinente. Tanto nos esfolamos para produzir craques, dribladores, extremos quando, se calhar, faria mais sentido olharmos para as características que o nosso futebol precisa. E não tenham dúvidas, precisamos de um jogador como Tanaka como de pão para a boca. Ainda por cima agora, com o Slimani no CAN.
Tanaka é um finalizador sem ser ponta de lança. É um perfeccinista do jogo. Tudo o que faz, faz bem e não faz aquilo que não sabe. Isto é meio caminho andado para o sucesso. dificilmente veremos Tanaka a fazer slaloms em drible. Mas se o japa tiver espaço para rematar, ele remata. E remata bem, para a baliza. Se não tiver espaço, joga com os companheiros, em tabelinhas e combinações. Haverá melhor forma de entender o jogo do que esta?
Mas não é só isto que eu admiro no japonês. É a sua postura. Ainda háuns tempos disse que “ia trabalhar no duro porque a concorrência é feroz”. Mesmo sabendo que quer Slimani, quer Montero não estavam, na altura, a marcar golos. Mesmo sabendo que, se calhar, teria enfiado uma batata nas inúmeras oportunidades que temos tido nos jogos em que perdemos pontos. Mesmo sabendo que, provavelmente, merecia ter mais minutos.
Um dos jogos que mais me surpreendeu foi aquele, na pré época, onde fez um hattrick. Um dos golos foi uma finalização perfeita, isolado, frente ao guarda redes, percebeu para onde ele se lançaria e colocou a bola no lado contrário. Outro foi um encosto à boca da baliza. E o último, o que mais me surpreendeu, foi o penalty que marcou. Á Panenka, ou, neste caso, à Tanenka. Este golo revelou uma faceta que eu nunca pensei que ele teria, a arrogância em tentar algo “fora da caixa”. Um lance que, no Japão, daria direito a uma sessão de chibatadas no lombo, se tivesse falhado. Nem o mais optimista dos adeptos esperaria que ele tentasse aquilo. Não porque não consegue, mas sobretudo porque é japonês. E isso leva-me a crer que, provavelmente, Tanaka é bem melhor do que aquilo que nós pensamos.
Já tinha este texto preparado para o dia em que o nosso samurai brilhasse. Pois bem, esse dia foi quarta. 3 assistências perfeitas, muita inteligência em campo e sempre, sempre a tomar a decisão que melhor serviu a equipa. Isto é disciplina nipónica. E tendo em conta o corropio que foram os últimos tempos, alguma dessa disciplina é mais do que bem vinda. O pormenor que mais me impressionou foi no golo de Montero. Pode ser do saké, mas eu posso jurar que essa bola era para o Mané. O mesmo Mané que não lhe deu a bola uns momentos antes. Ainda nesta jornada da serie A, no Juventus – Inter, houve um lance semelhante no ataque do Inter e por pouco que os 2 avançados não andavam à mocada em campo.
Não faço ideia do verdadeiro valor de Junya Tanaka. O que sei é que sabe jogar futebol. Sabe o que fazer para a equipa marcar golos, seja isso enfiar a bola lá dentro ou assistir um companheiro. E é, a meu ver, o melhor rematador da equipa. Atributos interessantes para um tipo que custou menos de 1M.
E já agora, para quem gosta destas merdas, o nome do japa é um anagrama do melhor jogador japonês de sempre.
IKU ZO, JUNYA!
日本の最後の武士好みます。 常に好きだった。 一度行ったことがあるのにもかかわらず安全なにこの素晴らしい国
* todas as sextas, directamente de Angola, Sá abandona o seu lugar cativo à mesa da Tasca e toma conta da cozinha!
10 Janeiro, 2015 at 0:27
E o Carrillo goza que nem um perdido:
😀
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