Dois jogos, seis pontos, três golos marcados e zero sofridos, liderança do grupo na Taça da Liga. A brincar a brincar, o nosso plano B, feito de jogadores a precisarem de minutos e de jovens com quem esperamos escrever o nosso futuro, continua a dar-nos motivos para sorrir e continua a contribuir para a melhor série de resutados desta época: sete vitória consecutivas.

ryanA desta noite soube a pouco, pela escassez no marcador. 1-0 é curto para as oportunidades criadas e se já tivemos tempo para nos habituarmos a este futebol que raramente concretiza à dimensão das oportunidades que consegue criar, é impossível não ficar com a remoer os gritos de golo que ficam presos na garganta. Neste capítulo, Tanaka e Gauld estiveram em plano de destaque, despediçando quatro ou cinco excelentes oportunidades para fazer dançar as redes da baliza. Curiosamente, ou talvez não, seria a partir de um cocktail saké & scotch que chegaria o penalti, claríssimo, e o golo da vitória. Tanaka colocou wasabi e justiça no marcador, oferecendo zero pontos a um Boavista que meteu dó. Numa prova onde devia ter tudo a ganhar, frente a uma equipa leonina pouco rodada, os axadrezados fizeram a triste figura de chegarem a estar com nove jogadores a defeder à entrada da sua área. Atitude nojenta, que nem em superioridade numérica se alterou – curioso o facto do árbitro não hesitar em expulsar Rossel, tendo contemplação no lance do penalti, pois o redes era o último homem entre Gauld e a baliza. E nem vou falar da entrada do chinês ao Miguel Lopes. E se o futebol apresentado pelos boavisteiros foi deprimente, as declarações no final do jogo mostram que deviam mudar a marca das bebidas energéticas.

Energia foi o que não faltou a Slavchev, pelo menos enquanto conseguiu respirar. Permitam-me a teimosia, mas o búlgaro mostrou, hoje, um pouco daquilo que eu acredito que possa oferecer-nos: agressividade, pressão alta, capacidade para defender, transportar a bola e aparecer em zonas de finalização fazendo uso de um forte pontapé (não temos outro médio que chute assim, incluindo na potência de remate de média e longa distância e no boost físico que oferecer). Precisa de jogar, mais e mais, nem que seja na B. E quem está a pedir uma oportunidade na equipa principal é Ryan Gauld. Aquele toque de bola e aquela inteligência não enganam e com o castigo de Adrien e a lesão de André Martins… ou será que joga Slavchev? Quem joga, para satisfação de todos nós, é Tobias Figueiredo. Continua a crescer de jogo para jogo o central que, no domingo, deverá ser titular frente ao Rio Ave, relegando para o banco Sarr (em quem continuo a ver enorme margem de progressão). E André Geraldes continua a somar pontos, sendo, para mim, a opção à ausência de Cédric, até porque Esgaio voltou a mostrar que rende mais do meio-campo para a frente e que é capaz de ser altura de dar o passo que João Mário de na época passada, fazendo seis meses em Setúbal (a propósito, boa sorte para o Iuri em Arouca!). Notas igualmente positivas para Wallyson, com o seu futebol maduro, e para Podence, com o seu futebol de gaiato que ainda necessita de equilíbrios.

Uma noite de afirmações e de confirmações, à qual só faltou mais gente nas bancadas. Espero que se estejam a guardar para domingo, ajudando a conquistar mais uma vitória que continuará a deixar bem claro que ainda temos muito para conquistar esta época.