Dá sempre um prazer especial ganhar jogos destes. Complicados, muito por culpa própria, é verdade, mas valorizados por equipas que fazem do confronto connosco um dos momentos mais importantes da época. O resultado foram 90 minutos cheios. De futebol, de emoção, de decisões contestadas. E o arranque de jogo até indiciava essa montanha russa. Cédric mandou uma bomba que rebentou nos punhos do redes, Paulo Oliveira cortou um cruzamento perigoso, novamente Cédric, agora a cruzar para Nani falhar o desvio.
As posições acertaram-se, o ritmo baixou, as dificuldades para entrar na área vilacondense aumentaram. A bola girava de pé para pé, mas sem a velocidade necessária para desbaratar a teia defensiva de uma equipa sempre à espera do contra-ataque. Num desses lances, Jefferson – que jogo enorme do brasileiro – rouba um golo feito a Tarantini, que no canto que se segue quase marca de cabeça (única falha em lances defensivos de bola parada da nossa defesa?). Quase na resposta, Montero ensaia uma bomba de fora da área. Depois, com tempo e espaço para pensar e parte para cima do defesa. Penalti e explosão de raiva por parte de jogadores e equipa técnica do Rio Ave. Uma reacção impressionante por parte de que, já esta época, foi prejudicado à descarada e se manteve calado. A verdade é que aquele braço que, primeiro, impede a aceleração e, depois, agarra a camisola de Montero, seria falta em qualquer parte do campo. Sendo dentro da área… é penalti. Ponto. E acho fantástico como se acha normal as peitaças mandadas ao árbitro, que deveriam ter reduzido o Rio Ave a nove no espaço de dez segundos.
Nani. Golo. Aberto o marcador, espaço para equipa diminuir os níveis de ansiedade. Puro engano. Quando o jogo parecia controlado, no seguimento de um canto a nosso favor, sofremos um golo em contra ataque. Falha de principiante, aproveitada por Del Valle, uma das figuras da equipa adversária, que brinda a curva sul com uns manguitos de raiva (tu queres lá ver que este também podia ter sido expulso?), como se este fosse um dos jogos da sua vida. Caldo entornado, equipa a pedir o intervalo, as abelhas mestras da bancada a lançarem o seu habitual zumbido (deve ser lixado uma abelha bater palmas).
Carrillo, projectado contra os painéis de publicidade ainda na primeira parte, fica no duche e dá o seu lugar a Mané. E o puto não tarda em mostra que está de volta, combinando com outro puto, João Mário (o tal da falta de agressividade que ontem comeu a relva) e levando o centro dois palmos acima de onde Montero chega (o Slim está na Can, pá). Estava dado do sinal para 20 minutos de um fantástico futebol. Mesmo de galochas, o Leão conseguia atingir uma altíssima nota artística e empolgava quem o via jogar: Nani dispara e Cássio, já em queda, defende com os pés; Montero ensaia o primeiro, ao lado, depois dispara uma bomba que o redes defende; Paulo Oliveira vai ao segundo andar e cabeceia para a baliza, com a bola a ser cortada por um defesa em cima da linha; Mané saca um arco a la Pedro Barbosa e a bola passa rende ao poste… cheira a golo e cheira bem. Lá vem o Jefferson, cruza rasteiro e Montero mete-a lá dentro (caros palermas do jornal O Jogo, antes de escreverem nojeiras na capa façam o favor de voltar a ver o lance e percebam que o defesa do Rio Ave se estatelou porque tropeça nas próprias pernas).
Justo. Mais do que justo. E prémio para o ritmo com que a equipa agarrou a segunda parte. André Martins dá o seu lugar a Ryan Gauld, que já que está frio bebemos um scotch. Puro, como de cada vez que o pequeno escocês toca na bola e nos faz sorrir. Cueca, bola redondinha, centro de Nani, golo de João Mário. 3-1, jogo resolvido e caminho aberto à goleada. Puro engano. Ainda com o resto dos festejos, toda a gente a dormir e golo do Rio Ave. Volta a ansiedade, chega a estrelinha, a impedir o empate passados dois minutos. Esamos tão próximos de marcar o quarto como de sofrer o terceiro, típico do ADN desta equipa que parece não querer aprender a congelar os jogos. A vertigem ofensiva é sempre maior do que a consciência posicional e nós, adeptos, vivemos divididos entre o prazer de ver o Leão que quer sempre mais golos e o desejo racional de jogar para preservar vitórias. Mané podia ter acabado como o exercício de arame mais cedo, mas isto merece um final épico: William, outra vez do Carvalho, abre a passada e torna-se um gigante de três metros; rouba a bola, ajeita o bigodinho e dá a Tanaka; o nosso Tsubasa recebe com classe e, no mesmo movimento, tira o defesa da frente; o remate que se segue, em rotação, colocando a bola ao primeiro poste, é digno do PES. E faz-nos sorrir pelo oitavo jogo consecutivo.
20 Janeiro, 2015 at 0:39
Terminou hoje a primeira rodada do campeonato, depois da belíssima vitória sobre a equipa do Pedro “aziado” Martins. Depois da primeira volta cumprida, vamos fazer um pequeno balanço para a malta que veste de verde e branco.
Rui Patrício: O nosso capitão esteve ao nível a que nos habitou nos últimos anos. Seguro, calmo, tranquilo e com voz de comando.
Cédric: O dono do lugar de lateral direito. Apesar de muitos terem pensado que o Miguel Lopes vinha para sentar o menino, o Cédric mostrou que é muito melhor que os concorrentes diretos.
Jefferson/Jonathan: Uma concorrência saudável e um privilégio para o Sporting ter estes belos jogadores a lutarem por um lugar. Na minha opinião, Jefferson, o senhor assistências, está melhor neste momento.
Paulo Oliveira: Começou como 3º central e meia época depois é o indiscutivel na defesa. Joga limpo, simples e com eficácia. Foi pena não ter sido aposta logo de início mas neste momento está a ser e é isso que importa.
Maurício/Sarr: Para mim são futuros ex-jogadores do Sporting. No caso do primeiro é um animal de campo. Deixa tudo o que pode em prol da equipa mas a qualidade técnica limita-o na sua evolução como jogador. Um bom 3º central mas não mais que isso. O francês é daqueles casos clássicos em que dizemos que tem um potencial incrível. Dada a estrutura física e a fraca capacidade técnica tem tudo para evoluir. Infelizmente, penso que nunca irá evoluir. É demasiado fraco em todos os aspetos do jogo. Vamos ver se mordo a língua.
Tobias: Pelas recentes aparições na equipa principal, merece a minha referência. Tem tudo para ser titular o resto da época. Tem imenso que aprender mas já sabe muito. Estou disposto a sofrer calafrios e desculpar falhas para ter um super central já no próximo ano. Vamooo Tobias!
William: A anos-luz do que fez no ano passado. Em diversos posts chamei o Sir William de volta mas não me tem ouvido. Joga bem e é o melhor na sua posição mas depois do que brilhou no ano anterior… nós queríamos mais do mesmo! Hoje já deu um cheirinho do que foi.
João Mário: Não começou como titular mas depressa se tornou um deles. Craque dos pés à cabeça. Vai continuar a evoluir de leão ao peito e a dar-nos alegrias.
Adrien: Capitão silencioso. Que senhor! Não sabe jogar mal.
Ryan Gauld: A minha esperança para a segunda volta está aqui. O puto marvilha que veio da Escócia vai entrar na equipa principal para dar valor ao nosso meio campo. O Ukra ainda deve andar à procura da bola, depois da cueca de ontem!
Nani: É um privilégio poder assitir a cada jogo deste craque. “Leva-nos longe Nani… leva-nos a vencer!”
Mané: Não começou tão bem a época mas tem vindo a melhorar. É um elemento muito válido no plantel para substituir o Nani ou o Carrillo.
Capel: Gostei imenso do golo ao Bilbao. Obrigado. Xau, Boa Sorte.
Carrillo: Excelente ano do peruano. Finalmente!!
Slimani/Montero/Tanaka: Os dois primeiros são fantásticos e pelos vistos o terceiro também. Tem aproveitado muito bem a ausência de Slimani para mostrar que é uma opção muito válida. “E O TANAKA JÁ MARCOU… E O TANAKA JÁ MARCOU…”
Moral da história é que estamos a 10 pontos dos vermelhos e 4 dos azuis e vai ser muito difícil de recuperar. Empatar com a Académica, Belenenses e Paços de Ferreira foi muito incompetente da nossa parte. Penso que o primeiro lugar está completamente esquecido mas o segundo é muito possível de se concretizar e é isso que pretendo. Para além deste objetivo, ambiciono uma brilhante campanha na Liga Europa (Nani a partir tudo) e vencer a final da Taça de Portugal. Na Taça da Liga quero manter o projeto que está em curso, jogar com os B´s e rodar a equipa. Não valorizo a Taça Lucílio Baptista.
Por fim, falta falar da primeira volta do presidente e do treinador. Começando pelo primeiro, este esteve ao seu brilhante nível que nos levará a sermos um clube de sucesso e êxitos. Apesar de o admirar imenso, não posso concordar com a gestão que foi feita no caso “Marco Silva”. Estou com o presidente, se tivesse que tomar um dos lados seria o dele mas o MS está a fazer um bom trabalho e também merece o nosso apoio. Juntos seremos sempre mais fortes! Sobre o MS, gosto dele! Gosto da abordagem que tem ao jogo. Os centrais tramaram-no no início de época. A equipa e os mecanismos da mesma ainda não estavam cimentados e ter dois jogadores fracos no centro da defesa não ajuda. Quero que cumpra os 4 anos de contrato e que esteja em sintonia com o presidente!
Força Sporting!