Nunca fui grande apreciador de ver jogos do porto e do benfica. Gosto de ver os jogos em que se defrontam ambos, mais pela expectativa de a qualquer momento se embrulharem em pancadaria em pleno campo e obrigar o árbitro a expulsá-los a todos, do que propriamente pelas grandes jogadas. Aqui ou ali, aprecio uma boa derrota frente a um emblema europeu tipo Celta de Vigo ou Wrexham (embora me satisfaça com a pontuação geral do país quando ganham). Mas regra geral não tenho paciência para ficar a ver um Porto-Arouca ou um Nacional-Benfica, esperem…se reparar durante o zapping que ao minuto 80 estão a perder ou empatados, ah…então aí sim, temos aquilo que eu chamo um espectáculo interessante. Saboreio cada passe desesperado, cada remate desenquadrado, cada segundo de anti-jogo que o adversário preenche antes do apito final, antes das câmaras se fixarem nas fuças iradas e desalentadas dos nossos rivais. Encontro sempre espaço para dizer à minha TV “Inchem porcos! Bem feita!” e outras coisas do género.
Sou de plástico, mas não sou hipócrita. Benfica e Porto são coisas que existem para serem derrotadas pelo Sporting, quantas mais vezes, melhor.
Se existe equação matemática na rivalidade é esta: cada derrota de um rival é uma meta-vitória para o nosso clube. Quanto mais perdem, menos nos ameaçam. Sou um fervoroso opositor da velha máxima: “quem está pior num derby, normalmente ganha” ou da anormalidade de considerar que não há favoritos num clássico. Para mim o futebol, não sendo ciência, também não é uma luta de entidades espirituais. A melhor equipa normalmente ganha. A equipa mais forte, normalmente superioriza-se. A equipa mais preparada psicologicamente, normalmente faz mais mossas no adversário. Depois existe a anormalidade…mas essa é tão útil de dissecar como o QI do Pedro Guerra ou a harmonia zen de MST. Conheço muita gente que diz “Ah…eu odeio o porto, mas até simpatizo com o benfica” ou o inverso. Pois eu não odeio nem simpatizo com nenhum. Quero que percam. Só isso. Não quero que percam sempre…detestaria (às vezes) que descessem de escalão (excepção em caso de corrupção ou falcatruas financeiras) pois o meu Sporting só será grande quanto for difícil derrotar os seus rivais. Olho para o que aconteceu à liga escocesa e ao Celtic, sem o rival Rangers…e tiro as minhas conclusões. Não quero que sejam humilhados, só quero que percam ao ponto dos adeptos do porto e benfica entenderem que são um clube igual aos outros e muito piores que o Sporting.
Está a chegar um derby. Para mim começam uma semana antes. Adoro lançar o pânico “nas galinhas”. Gosto de ver aquelas capoeiras de bazófia a duvidarem. Um simples “epá…olha que não sei, tou com o feeling que vão sofrer…” ou um “com um orçamento e vedetas como vocês têm, um treinador de 4 biscas por época…quem tem de ganhar são vocês…” gelas as artérias de qualquer lamparina e interrompe a irrigação normal de presunção naqueles cérebros. Na véspera, entro em “estágio”. Mando o cérebro para Alcochete e o corpo faz os serviços mínimos. Nas horas antes dá me o excitex…se for a Alvalade (só fui à Luz num derby 3 ou 4 vezes) dura até entrar no estádio, se ficar a ver na TV é coisa para precisar de ritalina para o meu Défice de Atenção. Em casa ou em Alvalade quando o jogo começa, o coração acelera…a linguagem desce de nível e o volume dos gritos sobem à medida que o tempo passa. Quando marcamos um golo acho que este é o melhor Sporting de sempre, quando sofremos um golo acho que este é o melhor Sporting de sempre, mas aquele jogador que falhou na jogada devia ser substituído, mais tarde vendido e depois disso ainda teria de ir a Évora visitar o Sócrates com uma camisa a dizer “Serás sempre o meu Mister Platina”. No final da partida, dois cenários apenas: fui à lua ou desintegrei-me no espaço. Vitória é acordar com um sorriso durante uma semana. Derrota é vários dias a adormecer com uma naifada bem espetada no Yang.
Aconteça o que acontecer, num derby só há uma coisa que para mim é mesmo sagrada como adepto, um ensinamento que recebi do meu pai a ver pela tv o Salgueiros-Sporting de 2000:
“Se tás nervoso ou com medo…vê lá se atinas! Eu quero ver esta merda sossegado ouviste! Se tás aí a contorcer-te todo e cheio de merdas…vai para o pé da tua mãe! Ela que te mostre fotos de ti quando eras bebé ou com quem é que anda a Stefani do Móna… porr… GOOOOLOOOO!!!!”
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
28 Janeiro, 2015 at 14:55
Não gosto de fcp e slb de igual modo mas não odeio ninguém…Se estiverem à frente do Sporting é para perder sempre senão é me quase indiferente! Descer de divisão? Não! Precisamos destas rivalidades…
Quanto a ver os jogos deles é até ao primeiro \segundo golo deles se estiver sozinho!
28 Janeiro, 2015 at 16:30
Então e agora o Heldon vai para o Córdoba tirar o lugar a um jogador português? Não se faz…
28 Janeiro, 2015 at 17:00
Eu quero é que lampiões e porcos sa f$%#m!
As quartas sem LdP não seriam a mesma coisa…
SL
28 Janeiro, 2015 at 17:01
Gosto de Porto e Benfica fortes. Muitá fortes.
E que acabem sempre atrás do Sporting.
Descerem de divisão, nunca!!! Quanto muito, escaparem da descida à rasca, na última jornada, e porque o Sporting (já campeão) venceu o adversário directo na luta pela despromoção.
PS: qatar, essa potência do andebol mundial!!!
28 Janeiro, 2015 at 18:14
Também me revejo neste enorme post! Ainda esta semana tive o prazer de os ver perder 🙂 hahahahaha
28 Janeiro, 2015 at 18:49
“longa vida aos nossos inimigos, para que possam assistir de pé ás nossas vitórias”…
28 Janeiro, 2015 at 22:09
Lindo! Lololol
GOOOOOOLOOOOOOOOOOOO 😀
30 Janeiro, 2015 at 11:24
Muito bom, o leão de plástico é o maior! Concordo com quase tudo… para mim essas duas entidades, tripas e lamparinas( ahahah o que me ri com esta expressão) desapareciam, evaporavam-se; não necessitamos desses merdas!
SL