Muitos parabens Carlos. Homem de fibra, beirão (como as minhas costelas…) de antes quebrar que torcer e que nos deu a primeira medalha de ouro do olimpismo. Mais uma conquista, mais um orgulho sportinguista…
Aquela emoção da maratona e de o ver chegar em primeiro, o hino, não esqueço…

Grande atleta, grande Homem.
Tive o privilégio de ficar acordado para o ver limpar a maratona do JO (felizmente escolhi essa e não os 10K do Mamede), o mais incrível era a facilidade com que corria.
É difícil explicar hoje, no país do futebol, que se podia pender para um clube por causa de um maratonista, ciclista, ou hoquista.
Mas Carlos Lopes era um dos meus ídolos de infância, bem mais que o Jordão ou Manel!
Pena que o atletismo nacional tenha caído onde caiu.
E que o pavilhão com o seu nome esteja reduzido a um cagatório de pombos.
Numa cidade que cobra taxas de hotelaria.
Mas isenta certas construções.

Eu chorei por ti…

Em primeiro lugar este grande homem e atleta representa para mim algumas das qualidade “major” do povo lusitano, com especial destaque para a resiliência, tão em voga agora e que é uma espécie de 2 em 1, uma mistura de superação e resistência, esta qualidade esta tão presente nos nossos, mais importantes, marcos históricos mas também na carreira e vida do Carlos Lopes.
No séc XII os portugueses resistiram tudo e a todos para transformarem um condado num reino, superaram-se em inúmeras batalhas como a de ourique em que em nítida desvantagem mesmo assim lograram a vitoria, também Carlos Lopes á sua proporção fez o mesmo o homem foi atropelado, derrotado na ultima volta por um finlandês manhoso, desdenhado, porque todos os outros eram fisiologicamente superiores, mas não desistiu nunca, resistiu, superou-se e demonstrou que nas veias dele corre bem vivo aquele sangue dos nossos antepassados, aqueles que são cantados nos lusíadas, já pensaram o que seria da nossa história se o Vasco da Gama tivesse desistido e a meio voltasse para trás? É dessa cepa o nosso Lopes, nunca se render, acreditar que era possível, só mais uma passada e depois mais outra e outra ainda, uma de cada vez até perfazerem os 42km mais gloriosos da nossa história.
Eu podia aqui relembrar as inúmeras vitórias no europeu de corta mato, nos 5.000m ou nos 10.000m mas vou aqui focar-me “Na Maratona”, na nossa memória colectiva nunca ouve outra, só essa “A Maratona”, não interessa quantas medalhas ganhamos depois ou iremos ainda ganhar essa foi “A Medalha” o Carlos Lopes vingou e devolveu o orgulho a todo um povo, sim aos benfiquistas e portistas também, que se encontrava meio deprimido por uma eliminação cruel no europeu de futebol aos pés da França e que precisava urgentemente de um feito que nos relembrasse o que nós somos, devolvesse o nosso brio e nos mostrasse quanto vale a nossa alma, a alma deste povo, feito de tantos homens e mulheres simples na postura e nas palavras, mas não nos feitos e no desejo de ir mais além.
Nenhum homem ou mulher na minha vida adulta me fez chorar mais de uma vez, com a excepção do nosso Lopes, chorei de raiva quando foi ultrapassado pelo “vampiro” nórdico e de uma emoção tão grande, tão enorme que me pôs de joelhos na sala a chorar como uma criança ao ouvir o nosso Hino ver a nossa Bandeira naquele mastro, naquela altura deu sentido a muito revés, muita amargura com que a vida as vezes nos presenteia, não quero particularizar porque esses tempos não foram fáceis para nenhum português e todos nós sentimos o mesmo, um infinito obrigado aquele homem franzino e tímido que correu os 42km e que corria agora embrulhado naquele pedaço de pano vermelho e verde que nos devolveu a dignidade e o orgulho, e quem melhor que um SPORTINGUISTA para o fazer?

Por tudo isto e muito mais obrigado Carlos lopes, pelas inúmeras vitórias pela carreira feita de abnegação e dedicação mas acima de tudo por me teres dado “esse” dia, esses momentos, tu venceste por mim e eu chorei por ti…

Parabéns e Obrigado eterno Lopes

Isto é o Sporting! Parabéns Carlos Lopes!!!

Enquanto uns têm a estátua de uma figura em frente do aterro, a estátua a projectar junto do pavilhão devia ter várias figuras:

Francisco Stromp;

João Rocha;

Moniz Pereira;
Carlos Lopes;
Fernadno Mamede;
Irmãos Castro;
Rui Silva;
Naide Gomes;
Francis Obikwelu;

Livramento;

Joaquim Agostinho;

Jorge Theriaga;

Bessone Basto;

Nuno Dias;

Cinco violinos;
Hilário;
Damas;
Chirola Yazalde;
Manuel Fernandes;
CR7;

E muitos outros!!!

o mais completo atleta português, estrada, corta mato e pista, varria tudo.