Missão cumprida na Madeira. Com pouco brilho, é verdade, mas com inteiro merecimento, face a um Marítimo que teve a sua única oportunidade de golo aos 4 minutos e a partir desse momento deixou de incomodar Rui Patrício. Voltaria a fazê-lo em cima da hora, numa falta clara sobre o guarda-redes que o árbitro deixou passar em claro, mas nos 86 minutos que mediaram esses dois momentos o Sporting soube ser mais equipa, chegar ao golo, desperdiçar o segundo por três vezes de forma clara, ainda na primeira parte, e dominar os acontecimentos ao longo dos segundos 45 minutos.

Agora, perguntam-me vocês se gostei do que vi. Obviamente que não gostei, nomeadamente da segunda parte. Foi enfadonha, sem rasgo, como que deixando o tempo correr o que, diz-nos a nossa história, é coisa que não costuma dar bom resultado. E também não gostei da forma como entrámos, embora consiga entender que os primeiros dez minutos tenham sido necessários para estabilizar uma zona fundamental, a central, onde as rotinas entretanto criadas entre William, Paulo Oliveira e Tobias tiveram que ser substituídas pelo entendimento em Rosell, Paulo Oliveira e Ewerton. Esse entendimento exigiu, também, a mecanização com o posicionamento de Jefferson, ou seja, foi nesta zona do terreno que os sobressaltos duraram no arranque da partida. Estabilizados os entendimentos, creio que será justo dizer-se que a primeira parte foi inteiramente do Sporting e que o 0-1 pecava por escasso. João Mário, por duas vezes, numa delas depois da mais bela jogada de toda a partida onde também participou Nani, e Slimani numa outra, tiveram o golo nos pés e desperdiçaram-no. Quem não desperdiçou a oportunidade foi Adrien, que partiu para a marca de penalti (ainda bem que a brincadeira de “violar” a hierarquia criada para a marcação destes livres foi coisa que só aconteceu com o Arouca) de forma decidida e selou o placard final. Nota para a forma patética como os maritimistas reclamaram a decisão, tendo em conta o quão clara foi a falta sobre Jefferson.

No fundo, podemos dizer que conquistámos três pontos sem nota artística. Seria fantástico se as duas coisas andassem sempre de braço dado, mas sabemos bem que assim não acontece. Aliás, temo-nos queixado várias vezes que fartamo-nos de jogar à bola e não ganhamos, portanto era o que faltava agora virmo-nos queixar que ganhamos, mas jogamos com pouco brilhantismo. Aliás, é em vitórias como esta que faz falta termos a maquilhagem dada pelo jornais no dia seguinte. Amanhã, alguma manchete traria escrito que o Sporting foi pragmático e vestiu o fato-de-macaco para conquistar os três pontos. A conversa ficava arrumada. EE, ao contrário de outros, ainda podíamos dizer, de peito cheio, que o tínhamos feito sem precisar de um empurrão do trio do apito.