Se há tema de discussão desportiva que me interessa e que me faz perder/ganhar muitas horas é a natureza e evolução do Sportinguismo. As dúvidas são sempre mais ou menos estas:
1/ Porque se escolhe o Sporting?
2/ Seremos menos hoje do que há 10 ou 20 anos atrás?
3/ Porque não vencemos, nas últimas décadas, tantos títulos no futebol como os nossos rivais?
4/ Não vencer títulos (no futebol) regularmente impede-nos de aumentar os números da nossa massa adepta?
5/ O ecletismo “traz” assim tantos novos adeptos ao clube?
6/ De que forma podemos levar mais crianças e jovens a escolher ser leões?
7/ Temos muitos “simpatizantes” mas um restricto número de “sócios” efectivos e activos, a ser verdade…porquê?

Mais do que dar as minhas respostas, essas eu já as conheço, gostava de ouvir as vossas. Na verdade e desde que BdC tomou posse este assunto anda, por muitos, a ser contornado ou atalhado…assim ao género de fezada hipersónica numa pessoa que por tudo trespassa sem pedir contas nem reflexões a ninguém. Eu entendo. Não é fácil colocar dedos em feridas e todos queremos (o que nos esforçamos!) sonhar com um horizonte cheio de glória e sorrisos de orelha a orelha, confiando que basta eleger um presidente capaz. Mas, recuso-me a identicar zonas cinzentas sem sequer tentar ligar um isqueiro. Nem as perguntas, nem as respostas me assustam. A codardia de não olhar de frente para dificuldades, essa sim dá-me pesadelos diurnos e faz-me acreditar que estamos sempre a dançar à volta do arbusto, quando devíamos simplesmente pensar e debater a questão central do Sporting do século XXI: como enterrámos o gigante desportivo que herdámos de João Rocha?

Os mais expansivos recusar-se-ão a admitir diminuição. Os mais “saudosistas” dirão simplesmente que sim. Mas evitando os extremos, onde reside a verdade? De que forma o clube se pode ajudar a si próprio se for capaz de responder (com mais certezas que palpites – retirados diga-se – de contas de merceeiro) a estas questões? É que pode não parecer, mas na equação de sucesso no futebol, todos os agentes jogam a sua parte. Os adeptos, a gestão financeira, o scouting, etc. E tantas e tantas vezes se afectam mutuamente sem darem conta. Portanto ok… sabemos de letra o que está à superfície, mas o que esconde o subconsciente leonino? Como contribui para as nossas derrotas dentro e fora de campo?

A pescadinha com rabo na boca está à vista de qualquer pessoa. O Sporting não vence títulos, a sua massa de apoio não cresce, o tecido crítico dos sócios diminui e (de volta ao princípio) gera-se menos ambiente favorável à conquista de títulos. Como se interrompe este “terreno viciado”? Por favor não respondam invocando verbas inexistentes para transferências de melhores jogadores, treinadores ou presidentes. Mas sem ser esta condicionante….as respostas são livres. E muito bem-vindas!

 

*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca