O esquema do futebol profissional do Sporting, desde que existe equipa B, vive numa hesitação permanente. Assentar a equipa principal em menos jogadores dando entrada a mais atletas da equipa B ou ter um quadro completo na equipa A e pontualmente chamar alguém da B para ter uma pequena oportunidade?
Sinceramente já pensei saber melhor a resposta. Verdade seja dita, o Sporting vive também “entalado” entre o conceito de clube formador e equipa desenhada para ter rendimento imediato. Esse é mesmo o ponto de partida para todas as confusões posteriores. Aos dirigentes do clube agrada dizer que o Sporting tem um modelo competitivo (de aproveitamento da sua formação) que é o futuro de todos os clubes da 2ª linha europeia. Concordo na teoria, discordo na prática.
Teoricamente, Palhinha teria caminho aberto para chegar à titularidade assim que William saísse por transferência, pois nem Zezinho, nem Rosell parecem reunir condições para convencer os adeptos ou treinador. O problema é que aos 19 anos, o jogador tem pouca rodagem de futebol profissional e não lhe pode ser exigido que calce os sapatos de um jogador (William) que está na sua 4ª época entre os “maiores” e convém dizer, é um talento que não sendo raro, não brota por debaixo de cada pedra do caminho.
Ao eleger Arsenal, Manchester ou outro grande emblema europeu para continuar a sua carreira, William deixa vaga a cadeira para um sucessor. Reconhecendo que existe muito entre o plantel A, emprestados e equipa B para poder vir no futuro a preencher o lugar, não há volta a dar…o Sporting terá de contratar um médio-defensivo. Isto só por si, não anula o papel de clube formador. Estes emblemas sempre recorreram a contratações para colmatar vagas em que a formação não foi atempadamente capaz de fornecer candidatos. O que separa o Sporting de clube “canterano” é a solução que perseguirá para substituir William. Irá contratar um médio europeu ainda jovem, a dar os primeiros passos no escalão sénior? Irá contratar um substituto com 17/18 anos para o lugar de Palhinha, fazendo subir este ao plantel A com espaço para a titularidade? Elege Rosell ou Zezinho suportando a baixa de qualidade óbvia até à afirmação de Palhinha? Não. Mesmo podendo errar brutalmente na “vidência”, arrisco a dizer que o Sporting irá contratar o melhor jogador que puder (nacional ou não) para solucionar a questão.
O facto de não gastar mais de 3 ou 4 milhões numa contratação não significa que se é um clube suportado na formação, significa que o Sporting é uma instituição com graves problemas financeiros (como quase todas as outras) e que se auto-restringe a aventuras maiores no casino das contratações (nisso sim, somos diferentes dos nossos rivais). Palhinha terá de se impor na sombra de um qualquer Danilo marítimista (não se despachem não…) e este exemplo (válido para qualquer posição) faz com que o Sporting tenha um modelo misto entre formação e capacidade financeira para atacar valores emergentes. Não é uma novidade, bem longe disso.
Se recuarmos 20 anos, era mesmo o modelo mais popular nos 3 grandes nacionais. O Sporting (não tenho dúvidas que Inácio está por detrás desta visão) foi o primeiro a regressar ao modelo inicial, depois de falhar dramaticamente na modalidade fundos e empresários. Depois de entender que a sua formação seria “pasto” para muitos banquetes e com poucos proveitos próprios. Mas embora este modelo misto não seja tão rico no “grito de independência” ou tão glamoroso na luta contra o “sistema”…pode vir a ser bem mais proveitoso nas conquistas. É preciso para isso que 4 factos sucedam SEMPRE:
1/ Não podendo ser o maior investidor em jogadores, pode-se ser o maior investidor em olheiros, cultivando uma rede de detecção de talento rápida e eficaz. O Sporting já foi isso. Hoje em dia não sei se Ronaldo ou Figo chegariam a por um pé na Academia.
2 Na banco da equipa A estará sempre um técnico consciente que vai ter de apostar em jovens com pouca experiência de forma regular…e tenha prazer (ou arte) em fazê-lo;
3/ Na direcção técnica do futebol estarão sempre técnicos/dirigentes que tenham orgulho no atleta português e/ou formado na Academia e confiem que o treinador, a seu tempo, dará lugar aos mesmos.
4 As contratações para equipa A, B, ou Juniores sejam tão criteriosas quanto o talento disponível. A relva do outro lado da vedação parece sempre mais verde e mais fresca e no Youtube até o Tiui parece uma estrela.
Tal como há 20 anos, o modelo “misto” levado a uma competência, seriedade e contenção espartanas pode transformar o Sporting numa potência, não só nacional como europeia. Sim…eu sei…os Bayerns os Madrids e os Barças têm milhões que nunca mais acabam. Mas acreditem, não tardam por muitos anos as limitações ao liberalismo do capital no futebol. Ou isso, ou vamos ter eternamente os títulos entregues aos mesmos….matando o futebol como um jogo de incertezas. Porque os fortes são cada vez mais fortes e os fracos cada vez mais fracos até que a escalada orçamental bata na trave e comece a perder terreno quebrando a cadeia virtuosa (por exemplo da Champions): interesse > notoriedade > mercado > receitas.
A UEFA e FIFA já entenderam o fim deste ciclo. O fim do TPO é apenas um prenuncio. Tectos orçamentais e cotas obrigatórias de jogadores formados no 11 serão as seguintes. Regressaremos a um modelo muito próximo dos 4 “estrangeiros”, a um modelo onde o Sporting se sentirá como peixe na água. E quem sabe um dos maiores peixes neste oceano europeu. Mesmo que demore 10 anos, é evidente que todos os clubes terão de se adaptar. A alternativa é um risco absoluto de contaminação do futebol e perda de credibilidade…a Doyen, mesmo que distribuindo “agrados” aos 7 ventos do dirigismo nunca poderá ser vista como positiva ou contributiva para o espectáculo…o desporto não é a sua essência, o lucro é a sua demanda, quanto mais esmagarem os clubes mais ganham, quanto menos o fizerem mais perdem. Uma relação paritária era desejável e é a que constantemente anunciam, mas é tão hipócrita quanto o regime político-financeiro chinês.
Saiba o nosso clube aperfeiçoar as suas contratações (de jogadores e treinadores), a sua rede de scouting, o know how da Academia, não desesperando pelo sucesso imediato e passo a passo o sucesso estará cada vez mais próximo. Um sucesso sustentado e sustentável. Se isso tiver de ser feito contra os assobios na bancada e contra a esquizóide imprensa lusa (que bate palmas à contenção financeira mas deprecia constantemente o seu resultado) que o seja. Liderar verdadeiramente é defender convicções transformando-as em paradigmas. Ou por outras palavras…recorrendo a um lema aqui muito querido da Tasca: Fight & Resist!
*às quartas, o Leão de Plástico passa-se da marmita e vira do avesso a cozinha da Tasca
13 Maio, 2015 at 13:00
os andrades agora é que estão soltar tudo cá para fora.
já vai tarde, ficaram muito tempo calados, quando o Sporting tentou sozinho estancar aquela onda vermelha das arbitragens. calaram-se quando o Sporting denunciou o deiversons e os rosa.
13 Maio, 2015 at 13:37
Esses ainda são piores, são uns merdas a 100%. Agora que viram que já não ganham a Liga, estão a deitar o veneno cá para fora.
Aí se vê que estão MAIS FRACOS. A bem ou a mal, o Pintinho de antigamente não compactuava com as aldrabices encarnadas, agora, como ainda não tinha sido jogado o clássico da Luz andavam calados. Isso e devido ao renascimento do Sporting.
Cambada de filhos da puta corruptos e aldrabões!
13 Maio, 2015 at 14:45
Exactamente estão à rasca.Por um lado querem encavar de vez o Sporting e para isso precisam do Orelhas. Por outro, assim com essa postura, arriscam-se a ganhar merda nenhuma e a continuar a ver os lamps a ganhar. Portanto, se não conseguirem acabar depressa com este presidente do Sporting e encavar o noso clube, vão ficar em maus lençois….
13 Maio, 2015 at 13:42
A prioridade tem que ser sempre a Fidelidade!!!
Quem é mais fiel e está sempre presente….na impossibilidade de TODOS ficarem satisfeitos…. por uma questão de justiça são os mais fiéis os primeiros na Lista.
Quanto à distancia entre adeptos e sócios…. mais do que nunca existe uma dinamica de conquista de Sócios! Os números assim o comprovam e o sucesso da campanha sócio num minuto é inegável.
E claro que tem que existir uma diferença cada vez mais impactante entre Sócio e Não Sócio. O português ainda funciona muito na lógica do “beneficio”….pelo que a diferença entre ser Sócio ou não não pode ser mais do que um ser o “tótó” que paga as quotas e o outro não.
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Claro q isto não implica impedir a entrada de não sócios nos festejos…. mas se calhar não era má ideia…. Não Sócios…. é para a bancada B.
Não vamos por extremismos, pois a ideia não é essa
13 Maio, 2015 at 13:51
O Sporting está “entalado ” entre a Ambição que tem de ser campeão e o Orçamento que não tem para a concretizar. Realisticamente é esse o drama por muito que se diga, e com razão que o Orçamento não é tudo.Pode haver sucesso mas é preciso que os astros se alinhem (quebra dos rivais, arbitragem mais transparente, media menos instrumentalizada). Tem assim a Direcção que gerir o conflito Ambição vs Meios. E esta só pode ser bem sucedida através de uma atitude equilibrada. Se reconhecemos que a sustentabilidade financeira é prioritária, e é, então não se podem exigir objectivos irrealistas. Essa exigência mais não fará senão aumentar a instabilidade, que está à vista na hora actual, ameaçando os objectivos imediatos e os a prazo.
Face à situação financeira há que apostar na B, para onde talvez seja possível contratar jovens de qualidade indiscutível pelo menos para a função de ponta de lança e de jogadores com remate de meia distância ( é paupérrima no Sporting). Subirão a A a 2/3 anos.É uma chegada mais lenta só que não há dinheiro para contratar para a A titulares indiscutíveis no imediato. Manter o treinador os jogadores principais e ir integrando faseadamente o Gauld, Wallison,Gelson, Iuri e Esgaio parece ser a estratégia realista.
13 Maio, 2015 at 14:29
Também acho que precisamos de paciência. Mas temos de ser mais precisos: devemos ser mais pacientes com um erro ocasional de um jogador e não o assobiar? Claro que sim. Devemos ser pacientes quando a equipa não joga um caracol como no Estoril ou quando se arrasta com falta de motivação para dar tudo pela camisola mais bonita do mundo? Não me parece. Devemos ser pacientes quando um jogador de qualidade apenas pede uma oportunidade e não titularidade imediata (não confundir) porque já demonstrou qualidade para isso é vê essa oportunidade ser-lhe negada porque tem de crescer? Também não acho. Como é que o pessoal diz que fulano não pode substituir alguém da A -em menor rendimento ou que vai ser transferido – se nunca tem uma oportunidade de ir somando minutos na A?!
Finalmente qual o tempo durante o qual devemos ser pacientes (ou seja achar que é razoável não ganhar)? Dez anos? Ou um pouco menos?
Antes que me venham dizer para ter juízo e que não temos dinheiro (o que é verdade) deixem-me socorrer de um exemplo para mostrar que é possível ganhar com menos dinheiro.
Como sabem detesto Pinto da Costa. E detesto-o porque tem feito muito mal ao nosso clube, porque é corrupto e porque não tem escrúpulos. Mas se agora dizemos e bem que não queremos o modelo actual das nádegas devemos recuar no tempo até 1982 e aprender um pouco com o que fez Pinto da Costa nessa altura. Pegou num clube sem dinheiro, foi buscar um treinador experiente e carismático -José Maria Pedroso, portista e da sua confiança, aproveitou jogadores da formação – João Pinto, Jaime Magalhães, Frasco… foi buscar jogadores promissores a equipas portuguesas como Sousa ao Beira Mar, André ao Rio Ave ?, roubou Futre ao Sporting, contratou um desconhecido chamado Madjer a um clube de segunda linha francesa, foi buscar um brasileiro pouco conhecido – Juary (isto mais tarde) , manteve jogadores como Gomes. Peço desculpa por alguma imprecisão mas era muito puto nessa altura. Com estes elementos o Porto foi campeão dois anos depois, foi à final da Taça das Taças onde foi injustamente derrotado e ganhou uma Taça dos Campeões Europeus ao Bayern em 1987 já com um treinador banal como Artur Jorge numa altura em que já existia a tal estrutura que implicava entre outras coisas, organização disciplina; e EXIGÊNCIA – quem não dava o litro não era aceite. Os mais velhos e experientes recebiam os mais novos e tratavam de os integrar nesta cultura. Depois destas conquistas iniciais Pinto da Costa começa aí a fazer muito dinheiro (teve também apoio de um comendador de que não me lembro o nome) e uma das vendas lucrativas foi exactamente a venda do ex – nosso Futre. A partir daí foi o que se sabe. Ou seja se o Porto usou a corrupção de árbitros e esquemas mafiosos para perpetuar o domínio do futebol português, para inicialmente o conquistar teve muito mérito na forma como o fez e lá está com pouco dinheiro. É por aqui que temos de ver, com o extra de termos uma formação muito melhor. Enquanto isso o Porto aburguesou-se e agora tem outra política. Talvez esteja aí o motivo de estar agora menos pujante.
Toda esta conversa para dizer aos que dizem que sem dinheiro é impossível ter sucesso que não é verdade. Claro que agora para ser campeão europeu é muito mais difícil que há 30 anos pois as diferenças de orçamentos são colossais mas no resto penso que há muita coisa que se pode aplicar para ter um modelo de sucesso. E volto a dizer que Pinto da Costa como pessoa e dirigente encarna actualmente tudo o que abomino em termos de conduta e de ausência de escrúpulos …. SL
13 Maio, 2015 at 17:11
Pinto da Costa tem todos os defeitos apontados e outros que não são tão visíveis, mas há aspectos em que ele é insuperável.Ninguém como ele defende o Grupo nos momentos mais difíceis, seja utilizando de forma exímia o prestígio conquistado e até o seu sentido de humor para suster as arremetidas de adeptos e média. Muitas vezes ao longo dos mais de 30 anos o seu Grupo de Trabalho esteve à beira do precipício e ele soube resgatá-lo terminando vencedor na maioria das vezes. Mesmo agora depois de ter gasto 48 ME em aquisições e conseguir empréstimos de 3 jogadores de elevado nível, defende o Grupo e o treinador mesmo não ganhando nada. Acredito que vai ter sucesso no próximo ano. No Sporting a cultura neste aspecto é diametralmente oposta e os resultados também, infelizmente. O BC tem feito um trabalho espectacular mas neste particular parece-me reflectir um pouco a imagem de Sousa Cintra: muito amor ao clube, grande entusiasmo mas permissão de exposição excessiva do Grupo de Trabalho às incidências conjunturais. O Presidente neste particular não se pode assumir como adepto, mas pelo contrário deve ser o para-raios do impeto destes, normalmente uma franja pequena do todo. Veja-se a forma como conseguiu que as claques respondessem de forma positiva ao colapso de Munique e ao empate na Luz.
13 Maio, 2015 at 19:54
E isso td…a questao e: quem pode interpretar o papel de Ze Maria Pedroto em Alvalade??
13 Maio, 2015 at 22:58
Essa é uma das questões para queijo… Marco renovado e sem mãos nos bolsos 🙂 ? Um treinador estrangeiro de créditos firmados? Não sei. Mas é importante afinar cada vez mais a estrutura.
13 Maio, 2015 at 15:37
Esta historia da Taça que nos devia alegrar a todos, já começa a chatear…
Em primeiro lugar, foi a palhaçada dos bilhetes da Federação que meteu nojo.
Depois é a ansiedade de saber que equipa vamos ter e em que condições e se nos vão impedir algum jogador de alinhar com os cartões.
Agora para cúmulo é a polémica à volta desta iniciativa do Sporting abrir o Estádio e do valor que é cobrado. Fdx! Já não basta tudo o que montam contra nós, até nós próprios nos divertimos a destruir-nos uns aos outros? Porra!
Eh pá quem quiser ir vai, quem não quiser não vai porque acha caro, porque não quer piqueniques ou seja o que for. Isso é tudo secundário!
O que interessa é a equipa e tudo à volta dela estar nas melhores condições para vencer a Taça! Tudo o resto é secundário. Virem gajos como o Pina opinar e criticar da forma que ele o fez, pois que vão levar na peida. Então mas tudo serve para malhar na Direcção? Pqp!
13 Maio, 2015 at 17:13
Exactly
13 Maio, 2015 at 19:45
Que não haja medo de apostar nos nossos jovens! Hoje em dia criou-se uma enorme resistencia na aposta de jovens que saem da cantera. Estamos a perder ronaldos e quaresmas todos os dias porque não temos colhões para dizer se somos carne ou se somos peixe. Chega de meios termos e meias medidas.