A hora continua a ser a da visão estratégica, do Planeamento e da respectiva execução.

Aquilo que me ficou em mente depois de assistir à rica entrevista dada ontem por Bruno de Carvalho, durante a qual reafirmou a sua coerência, a coerência do plano definido e dos princípios a que obedece, foi o seguinte:

  1. No Plano Externo
  1. O Futebol pode ser um óptimo negócio para os clubes desde que verificada uma condição essencial, a da sua credibilidade no foro Nacional e Internacional mas, em Portugal é um mau negócio para todos, excepto Benfica e Porto.
  2. O Sporting aposta na credibilização do Clube e na do Futebol Português porque isso corresponde aos princípios éticos e aos valores morais pelos quais o Sporting pauta a sua acção quotidiana e porque isso transformará o Futebol Português num bom negócio para todos os clubes que disputam as ligas profissionais.
  3. Benfica e Porto, infectando o Futebol Português (e genericamente o Desporto Nacional em todas as suas vertentes) opõem-se à credibilização do futebol porque isso os impediria de manobrar por detrás da cortina e colher benefícios de curto prazo, em detrimento e prejuízo de todos os outros Clubes de Futebol Nacional e tendendo a “balcanizar” o Futebol em Portugal
  4. A falta de credibilidade do Futebol Português afasta pessoas dos Estádios, reduz o interesse pela competição, diminui a audiência televisiva e deixou de ser um investimento publicitário eficaz, a título de patrocínio, de presença das marcas em torno dos relvados, de anúncios televisivos e radiofónicos e especialmente no “Patrocínio da Camisola” que viabiliza as participações dos clubes nas ligas internas.
  5. A dificuldade na obtenção de patrocínios principais constitui uma das grandes fontes de dificuldade de financiamento das equipes e da extrema dificuldade ou, mesmo impossibilidade, de orçamentar a época que aí vem.
  6. Tudo isto porque há dois clubes que, distorcem a verdade desportiva e descredibilizam o Futebol Português que é, opaco, desinteressante, nada competitivo e desmotivador para todos, designadamente para os espectadores.
  7. O oposto de tudo isto é o Futebol Inglês que é transparente, competitivo, tem os Estádios cheios, os direitos televisivos são enormes, os patrocínios das camisolas também, é entusiasmante, as receitas do merchandising são gigantes e a repartição dos proventos dos direitos televisivos equitativa e altamente rentável para todos os Clubes. O negócio é excelente para todos. Por cá o negócio só é bom para dois dos Clubes. O último classificado da Premier League tem receitas anuais muito superiores às do Benfica, Sporting ou Porto. O negócio é bom, porque está regulamentado com seriedade e tem em consideração os reais interesses de todos os intervenientes.
  8. O Sporting, porque não ficou em segundo no Campeonato e porque não há ainda solução à vista para o patrocínio das camisolas, está de pés e mãos atadas para planear adequadamente a próxima época.
  9. A credibilização Internacional do Sporting, através de uma restruturação financeira séria e de uma execução rigorosa e intransigente de um plano de gestão permitiu ao Sporting Clube de Portugal granjear a admiração das instâncias internacionais e assegurou a suspensão das penas aplicadas pela má gestão das direcções anteriores.

 

  1. No Plano Interno
  1. Rigor máximo na gestão desportiva, financeira e económica. As condições criadas pela actual Direcção do Sporting Clube de Portugal permite apesar de tudo, ao Presidente, fazer a seguinte afirmação:

– Em primeiro lugar, que o Sporting não precisa de vender qualquer jogador; em segundo lugar, que NÃO QUER vender qualquer jogador. Que significam estas duas afirmações? Que o Sporting apenas venderá jogadores por propostas de valor irrecusáveis, isto é pelo valor da cláusula de rescisão dos jogadores ou por valores tão próximos que seria impensável, no âmbito do rigor e da boa gestão, não o fazer.

O Sporting venderá TODA A EQUIPE por um valor que lhe permita saldar o passivo, isto é, por qualquer coisa que se situe entre os entre os 300 e os 450 MILHÕES DE EUROS!

  1. NÃO SAI DO SPORTING 1 CÊNTIMO QUE SE NÃO JUSTIFIQUE EM FUNÇÃO DO INTERESSE DO SPORTING. No Sporting, todos os actos de gestão se subordinam, agora, aos interesses do Clube e da SAD, não aos do Presidente, não aos dos Directores, não aos das empresas que ao Sporting prestam serviços, não aos dos empresários e agentes de jogadores, apenas e só, aos do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL.
  2. Quanto à adjudicação da construção do Pavilhão João Rocha.

– A Somague está ligada aos interesses do Norte e de Pinto da Costa, por vários lados e armou uma estrangeirinha para prejudicar o Sporting.

– Armou-a mal. O contrato de empreitada ainda não foi celebrado aquilo que existe é uma proposta sua, no quadro do caderno de encargos que o Sporting definiu. A adjudicação formal não se fez porque a Somague quis, a exemplo daquilo que anda a fazer há anos nas obras públicas, alterar a natureza e o conteúdo do contrato e estava, obviamente, disposta a para isso pagar luvas, como de costume. Tal não foi invocado mas, quem cá anda há tantos anos quanto eu sabe ler nas entrelinhas.

– A Somague conseguiu parcialmente os seus intentos de prejudicar o Sporting pois, a inauguração do Pavilhão foi adiada por 3 meses.

– A Direcção do Sporting (já deviam ter percebido isso) não age em função dos interesses dos seus membros ou dos interesses de terceiros. Age em função exclusiva do interesse do Sporting.

Assim, aquilo que existe de juridicamente relevante é um contrato promessa que uma das partes, a Somague, não quis cumprir. O contrato promessa só vincula o Sporting na medida em que, de boa-fé, o Sporting estava disposto a celebrar com a Somague o contrato definitivo nas condições acordadas. E vincula a Somague, na medida em que, recusando-se a cumprir aquilo que acordou, é civilmente responsável pelos prejuízos que, decorrentes desse facto, advenham ao Sporting, quer tenham a natureza de custos adicionais que o Sporting acabe por ter de suportar, quer por lucros cessantes, quer, ainda, por danos morais. Esperamos uma boa contribuição da Somague para a MISSÃO PAVILHÃO!

  1. O interesse do Sporting tem de ser garantido quotidianamente nos actos de gestão praticados. Não pode ser de outra maneira, por razões de natureza interna e por razões de “fair play financeiro”, nos termos da UEFA.

– É do eminente interesse do Sporting que a “Auditoria de Gestão seja rigorosa, exaustiva e definitiva; não que seja “aproximativa por amostragem”, imprecisa e relativa, não indo ao fundo de toda e qualquer questão, de cada documento, de cada informação insuficiente. Após a realização desta auditoria não pode subsistir uma dúvida que seja que venha a lançar a suspeição, mesmo que infundada, sobre o seu resultado final em todos os aspectos focados. “Todos os aspectos focados” têm de ser todos os aspectos e todas as vertentes de todos os actos de gestão praticados por cada uma das equipes de Direcção que passaram pelo Sporting a partir da “Era Roquete”.

– Se a esta necessidade imperativa tem de ceder o “interesse menor” do cumprimento do prazo de finalização da auditoria, assim seja.

 

Em conclusão:

– O Sporting tem hoje uma Direcção que, tanto nos planos externo como interno, age exclusivamente na defesa dos interesses do Clube, tendo-os sempre presentes seja em que circunstâncias for. Podemos confiar.

– O Sporting é, nas mais altas instâncias Internacionais, tanto do Futebol como a nível dos Estados, uma Instituição de absoluta credibilidade. Podemo-nos orgulhar.

– O Sporting tem a única visão estratégica que conta e que acabará por vingar, para o Futebol Português. Podemos acreditar.

Por isso afirmo sem receio a todos os Sportinguistas que podemos dizer com clareza que o nosso lema, enquanto Sportinguistas, é nesta Hora e nesta Circunstância:

 

  Orgulhamo-nos, confiamos e acreditamos na Direcção de Bruno de Carvalho

 

ESCRITO POR Mário Túlio

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]