Já sei, este empate com o Ajax sul africano foi um balde de água fria, certo?. Pensavas que o Jesus chegava e que, logo para abrir, dávamos meia dúzia de batatas, mas acabaste, incomodado, a ver-nos ter que ir buscar o empate e, depois, a vitória nos penaltis, certo?
Olha, por acaso, na primeira parte, até podíamos ter construído um resultado bem mais folgado do que o 1-0. Não o fizemos, muito por culpa de um Slimani perdulário, capaz de esbanjar três boas oportunidades de acertar no alvo. A equipa apresentou-se solta, com a grande surpresa de André Martis aparecer como apoio de Slimani. Montero ficava no banco, à espera de fazer dupla (que promete, diga-se) com o seu compatriota Teófilo. E o pequeno médio, verdadeira fonte de amor-ódio no seio dos adeptos, até esteve muito bem, tanto na tarefa de fazer pressão alta, como na tarefa de ser o gajo que agita o espaço entre a linha média e a linha defensiva adversária. O passe para Jefferson, na jogada do primeiro golo, é um grande passe, tal como o movimento de Mané, primeiro fugindo para dentro, depois aparecendo a abrir a contagem (ó Jorge, vê lá isso bem que eu continuo a achar que o puto Mané é gajo para render mais quanto mais perto estiver da baliza adversária).
Ficariam por marcar mais alguns golos, mas foi clara a intenção de jogar um futebol focado na baliza adversária, com os laterais e os médios ala / extremos a inclinarem o peso do campo e a convidarem os dois médios centro a subirem e a encostarem o adversário lá atrás. Uma coisa é certa: somos bem capazes de ter menos posso de bola do que nos últimos anos, mas, garantidamente, teremos uma mão cheia de gente a aparecer na área, pronta a facturar. E lá atrás? Lá atrás o Paulo e o Tobias deram conta do recado e só por uma vez o Rui foi obrigado a mostrar que é o maior (e ainda não apareceu com o belíssimo equipamento branco). De resto, remates de longe.
Intervalo, mexidas com fartura. Nota dominante? Mais posse de bola, menos verticalidade em direcção às redes adversárias. Jogo empastelado, penalti contra o Sporting, daqueles que cá também se marcam contra o Sporting, que é para o Jorge abrir a pestana (também já tinha visto não ser marcado pelo menos um a favor do Sporting, daqueles penaltis que nunca se marcam a favor do Sporting. Agradecemos à organização do torneio o bombom de realidade). Jogo empatado, mais substituições. Pré-época no seu melhor, estás a ver? Olha, porra, perda de bola parva do Carrillo, Ciani apanhado em contra pé, reviravolta no marcador. «Era só o que faltava estarmos a perder com estes marrecos! Foda-se, mais um ano e a mesma merda de sempre!». Vá, confessa lá que não te li o pensamento.
Tocam as sinetas, a equipa vai em busca do empate. Cha cha cha entre Montero e Teo, com este último a sacar uma bomba para grande defesa do redes adversário. Canto. Golo! Ruben Semedo, acabado de entrar, manda-a lá para dentro com uma cabeçada (fui só eu que vi o Iuri Medeiros a marcar o canto colocando o corpo e o corte na bola “a la Balakov”?), mas já não há tempo para marcar o terceiro. Penaltis, só naquela de começarmos o primeiro torneio como terminámos o último. Patrício, enorme, defende três (um deles não contou, o último é uma defesa brutal), a rapaziada que avança para a marcação não treme e faz 4 em 4 (e o Esgaio nunca falha com o Rampante ao peito). Feito. Domingo é para ganhar a final aos rapazes do palácio de cristal, de preferência voltando a deixar-nos sorridentes ao ver tanto gaiato da formação a trabalhar para dar-nos o desejado futuro brilhante.
Hum?! Importas-te de repetir? Este empate com o Ajax sul africano foi um balde de água fria? Pensavas que o Jesus chegava e que, logo para abrir, dávamos meia dúzia de batatas, mas acabaste, incomodado, a ver-nos ter que ir buscar o empate e, depois, a vitória nos penaltis? Os reforços são todos uma merda, estamos desgraçados sem o William e queres mandar o Patrício e o Adrien às urtigas, em troca de uns milhões para ires buscar trutas e espadartes? E até o William ia, que isto é preciso é guito? Epá… eu agora até me metia naquele casaco que fica um bocado grande ao Octávio e mandava-te para um certo sítio, mas prefiro dizer-te que já tinha saudades tuas! É que essa bipolaridade significa que o Sporting voltou a jogar e que vou voltar a poder vê-lo todas as semanas. Estava a ver que nunca mais!
27 Julho, 2015 at 10:34
Também concordo que o Mané é melhor atrás do ponta de lança que a extremo…