Dois jogos de preparação a que pudemos assistir e já conseguimos ver o desenho do que será este novo Sporting: muita presença na área, um extremo puro, outro com constantes movimentos interiores, laterais a ajudar na profundidade e um meio campo praticamente reduzido a dois, que tem de correr mais e lançar o ataque muito rápido (posicionamento nunca foi tão importante)

Se é verdade que o ataque nos deixa a salivar, com pés talentosos, alguns jovens da nossa formação, e goleadores natos, a defesa também aperece muito mais estável esta temporada. João Pereira terá a sombra de Esgaio (finalmente!), Jefferson a de Jonathan e no centro temos opções de qualidade e a recuperação de Ewerton a caminho.

Para nº8 temos imensas opções, com imensa qualidade, e apenas João Mário parece estar a ter algumas dificuldades a lidar com estes processos tão rápidos na era de Jorge Jesus.

Na baliza, o enorme e incomparável Patrício começa a temporada como terminou: num grande nível e a crescer a olhos vistos de ano para ano.

De momento, a preocupação prende-se apenas com uma posição: o médio defensivo. Existe ainda um buraco entre a defesa e o centro do terreno, muita confusão, posicionamentos deficientes e alguma dificuldade em compreender a importância deste homem no sistema de JJ.

Rúben Semedo e Palhinha oferecem a altura, a capacidade defensiva e músculo que o meio-campo precisa. Mas não trazem experiência, nem calma, nem merecem ver a sua formação prejudicada ao terem de ser o substituto sombra do melhor jogador do campeonato. Ainda assim, merecem a presença no plantel e estou certa que com vários meses de trabalho serão capazes de nos dar imensas alegrias.

Adrien Silva já faz mais o que Jesus lhe pede. Aparece entre os centrais, constrói na ala e no centro do terreno, mas tem de reaprender os posicionamentos e como jogar apenas com um companheiro (algo que nunca fez na sua carreira).

André Martins foi colocado nesta posição por Marco Silva e parece que vai mesmo ficar no plantel durante a próxima temporada. Ainda assim, André seria apenas capaz de cumprir como pivot defensivo, uma espécie de Pirlo, que se concentra menos em defender e mais em construir de trás.

Wallyson é um seis moderno, com intensidade e capacidade de passe, características muito semelhantes a Adrien mas longe do conhecimento táctico do seu companheiro de equipa.

Recorrer ao mercado ainda é uma opção, mas será muito difícil ter alguém com mais qualidade que os apresentados pronto a jogar no dia 9 de Agosto, frente ao Benfica. Seja como for, esta é a urgência que tem de ser tratada e o que falta para se ver uma equipa mais estável em campo.

 

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa