Dois jogos apenas, que combinados podem valer a módica quantia de 14 milhões de euros pagos a pronto. Tudo isto sem contar com prémios de jogo, encaixes de bilheteira e aumento do valor do patrocínio, consequências naturais de quem joga a mais fascinante competição do mundo.

Tarefa que não é fácil e um sorteio que foi tudo menos simpático. Não existam ilusões, o CSKA é uma equipa que ataca muito bem, de forma rápida, e que usa uma incrível intensidade a defender, embora com dores de rins por vezes. Disputam o campeonato russo e até têm sido bem sucedido face a um multimilionário Zenit, que muitas vezes se tem de contentar com o segundo lugar face ao histórico de Moscovo. Já levam cinco jornadas no campeonato, são líderes isolados e, até ao momento, só conhecem o sabor da vitória. Dzagoev, Dumbia, Tosic e até uma defesa que nos venceu a UEFA em 2005 são alguns dos destaques e alguns dos homens que mais nos vão fazer sofrer, mas que terão de ser assustados com a crescente onda verde e as 40 mil gargantas que vão dizer presente.

Para este jogo existem muitos factores que, bem aproveitados, terão de ser motivadores. O fantástico ambiente de Alvalade, o primeiro jogo em casa, o desejo de jogar a melhor competição do mundo e o pequeno sentimento de vingança que, na realidade, ainda habita em todos nós. Mas, para além disto, o ataque cerrado de que o nosso treinador foi vítima no final de tarde de ontem. Uma manobra de comunicação, pura e simples, que jamais se vai traduzir numa queixa contra Jorge Jesus. Tudo isto, estrategicamente pensado no dia antes de um dos jogos mais importante e definidores da época, que tem de motivar jogadores e equipa técnica mas, principalmente Jorge Jesus, que terá o poder de cerrar fileiras e aumentar ainda mais os níveis de intensidade dos seus homens.

Para o CSKA e seus jogadores, o Sporting foi o melhor sorteio possível. Pelo menos foram as suas declarações minutos depois de saberem o resultado. “Um mal menor” ou “um presente da sorte”. Uma forma de subestimar alguém que, por algum motivo, é cabeça de série ao contrário dos moscovitas. Não tem qualquer problema, o Sporting costuma dar-se bem com quem tenta este tipo de jogos psicológicos, com quem diminuiu os seus jogadores e a força da nossa história. Desejo eu e desejamos todos, desde essas infelizes declarações, uma noite longa ao CSKA e que contem os minutos até ao final do jogo.

Hoje, é dia de garantir metade do prémio de entrada na Champions, tudo com a qualidade dos nosso jogadores e a força dos nossos adeptos. Os tais 7,5 milhões que tanto querem cobrar, que tanto se têm repetido, interessam e jogam-se apenas em Alvalade. Tal como o orgulho e a época desportiva.

*às terças, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa