Parece-me óbvio que assistimos no presente a uma ação concertada de vários “players” do mundo do futebol contra o Sporting Clube de Portugal, que se desenvolve em duas frentes:
Frente interna.
Tem duas trincheiras ativas. A 1ª é reputacional e vive, sobretudo, da técnica velhinha, de arrastar o nome do Sporting e dos seus dirigentes pela lama, o maior número possível de vezes, sejam as notícias, rumores e/ou boatos verdadeiros ou não. Os agentes envolvidos estão bem conhecidos. Uma comunicação social vendida, parcial e alinhada com os rivais, que fecham os olhos às maiores aldrabices com origem nos corruptos (Caso Apito Dourado) ou no Carnide (como é o branqueamento recente do caso do Zé do Benfica e da sua associação ao LFV) mas que não têm pejo nenhum de discutir até ao vómito a menor incidência, mesmo que sem importância que diga respeito ao Sporting.
A 2ª trincheira é no campo, é desportiva, é mais dura de lidar, e é liderada pela APAF e pelo Vitor Pereira. A “coisa” atingiu tal dimensão que julgo já nem ser uma questão de favorecer corruptos ou o carnide. Trata-se talvez de fazer prevalecer um “status quo” que serve única e exclusivamente os interesses de uma classe instalada (os árbitros) que vêm nas propostas do Sporting uma ameaça (clara e nítida) à incompetência e à falta de transparência que lhes permite cozinhar, nos gabinetes, as notas, as observações e no final as classificações dos árbitros. Esta é uma trincheira que fede. De tal maneira que este fim-de-semana, a asneira foi tanta, que até o árbitro saiu borrado e pela primeira vez em muitos anos, repito. Pela primeira vez em muitos anos, as duas trincheiras tocaram-se e a porcaria que transbordou da segunda ameaçava emporcalhar ainda mais os paineleiros e jornaleiros da primeira, que até estes se viram obrigados a mudar de lado.
Frente externa.
Tem a ver com contratações e transferências. Os dois maiores actores na cena internacional, a Doyen e o Mendes, influenciam de forma inegável o mercado e parece-me óbvio que estas fecham-se muitas vezes de forma inexplicável.
A Doyen, tem uma agenda própria e faz circular jogadores entre diversos clubes europeus garantindo chorudas comissões na intermediação dos negócios, quer como TPO ou TPI (os TPO travestidos de empréstimos monetários). Por aqui não perdemos muito … é certo que a Doyen negoceia inúmeros jogadores por valores que deixam um clube como o Sporting a salivar, mas é também um facto (e o Porto está aí para o provar) que os valores que sobram para os clubes envolvidos não são necessariamente uma galinha de ovos de ouro. Isto vê-se por exemplo na dificuldade de colocar os últimos jogadores adquiridos com a ajuda desta malta (Viola e Labyad), com ordenados milionários, que só com mais intermediação é que arranjam colocação. É um ciclo vicioso e uma espiral que não tem retorno prático para o clube.
No outro lado temos o JM e a Gestifute que tem uma estratégia que é potencialmente mais danosa, e que passa pela influência que este super-empresário tem nos bastidores do futebol. Ele “controla”, clubes, treinadores e jogadores. É um facilitador nato de grande capacidade negocial e é uma pena não o ter do nosso lado por manifesta ganância nas comissões e necessitar de influenciar ativamente a gestão do clube (algo que julgo ninguém quer). É por isso que nunca veremos o Chelsea de Moutinho fazer uma transferência de um jogador do Sporting; é por isso que veremos o Mónaco avacalhar as transferências realizando propostas absurdas para jogadores Top do Sporting; é por isso que nunca veremos o Valência a contratar em Alvalade … e poderíamos continuar por aí fora. Nós íamos querer que o $$ entrasse a sério e isso não é compatível com o carrossel de comissões que JM instalou no futebol.
Estas duas frentes têm um objectivo óbvio: Asfixiar, impedir, a recuperação desportiva e económica do Sporting mantendo em Portugal o status quo. Dois clubes no topo a dividirem as receitas da Champions, das TVs, e a alimentarem os carrosséis de jogadores e toda a panóplia de comissionistas avençados que gravitam os dois clubes (mais uma vez o passivo dos dois clubes demonstra a falácia deste processo).
O papel que o Sporting está a desempenhar, de limpeza no clube desta sujidade toda que nos afundou até ao limiar da extinção, é duro, difícil e está muito longe de ter sucesso. Mas domingo, quando ouvi o “Tu vais vencer ….” naquelas bancadas de Coimbra em que os Sportinguistas estavam em maioria, soube que aquele jogo seria nosso. Temos de fazer o mesmo nestas duas frentes.
Digam o que disserem somos um clube diferente e isso não tem preço.
ESCRITO POR Paulo
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
2 Setembro, 2015 at 19:19
Carrilho devia estar a correr com os que estão dispensados enquanto não assinar. Não temos por que estar a valorizar jogadores que não nos possam garantir encaixes financeiros!
2 Setembro, 2015 at 20:13
Eu admiro-me que haja por aqui tantos sportinguistas descrentes quanto à continuidade de Carrillo, e já falam em encostar o jogador, outros até lhe querem partir as pernas em vários sítios…
Mas passa pela cabeça de alguém que a Administração do SCP, se não tivesse confiança na continuidade do atleta, ou se suspeitasse sequer que se estava a preparar um ‘golpe de bastidores’ para o fazer assinar por um concorrente, se negava a negociar a sua transferência quando alegadamente um tal Leicester se chegou à frente para uma base negocial da ordem dos 12M euros, não tinha desde logo regateado a negociação?
Em vez disso recusou liminarmente discutir o assunto, porque o atleta faz falta ao propósito da conquista do campeonato, o Sporting CP – e quem está à frente da equipa de futebol – pretendem a sua continuidade e confiam na sua renovação.
Eu digo: que tal também os sportinguistas (tasqueiros ou não) confiarem também na competência de Bruno de Carvalho e da estrutura da SAD?
Parece-me que já deram provas mais que suficientes de que não andam desatentos, nem ao sabor dos rumores e boatos soprados pelo ‘caracolinhos’ ou vindos de qualquer outro quadrante.
SL
2 Setembro, 2015 at 20:33
Esta conversa sobre o Carrillo está realmente a ficar burra..
2 Setembro, 2015 at 21:15
Verdade
2 Setembro, 2015 at 20:50
*****
2 Setembro, 2015 at 21:17
Também não percebo a desconfiança que têm na direção depois de tudo o que já fizeram especialmente neste tipo de situações! Podemos não conseguir a melhor solução mas tenho plena confiança que a situação vai ser resolvida da melhor maneira possível dadas as circunstâncias…
PS: Vou abster-me ao máximo de comentar este caso aconselho todos a fazer o mesmo!
2 Setembro, 2015 at 21:06
Para tentar perceber o que perdemos com a saída do Carrillo seria importante, primeiro, pensar no que é que já ganhámos com ele. Digo isto porque vejo aqui uma tendência em colocar o peruano num patamar de indiscutível ou imprescindível a ponto de aceitarmos, de bom grado e dando-lhe a titularidade nestas circunstâncias, o valente pontapé na peida que ele, provavelmente, nos vai dar.
Pois bem. Carrillo é “só” o nosso maior desequilibrador. As aspas são apenas para enganar porque, na realidade, é mesmo só isso que ele é. Olhando para todo o seu percurso de quase 4 anos no Sporting, só me lembro de um jogo grande em que tenha sido decisivo e foi agora, na Supertaça (não chega brilhar numa mão para desaparecer noutra, como contra o cska). Nem sequer é um gajo para os grandes jogos cá do burgo pois não me lembro sequer de um golo para amostra nos jogos com os rivais (tirando este último). Arrisco-me a dizer que nem sequer me lembro de uma assistência nesses jogos (e aqui admito que possa estar errado mas, assim de cor, não me lembro mesmo).
Estamos a falar de um tipo que, invariavelmente, desaparece dos grandes jogos e temos como exemplo o jogo em Moscovo. É a este jogador que querem dar cerca de 3M brutos/ano? A sério?
Vamos lá meter as coisas como elas são. Carrillo não vai “oferecer” um título. Nem sequer sabemos se vai ter a consistência necessária para figurar no top3 dos melhores jogadores deste campeonato. A única coisa que sabemos é que fez uma boa época no ano passado e está a começar a demonstrar que pode, realmente, valer no futuro a tal transferência de 30M. Na verdade, são bons indicadores. Estamos, realmente, perante um talento a desabrochar (finalmente!). E, por isso, vale a pena um esforço financeiro. Vale sim, senhor. A questão é: que esforço? Estar entre os mais bem pagos? Desconfio, mas aceito. Estaria mais seguro depois de mais uma época igual à do ano passado. Mas aceito. Agora, rebentar o limite salarial e fazer dele a estrela da equipa? Mas anda tudo maluco? Acham mesmo que o Carrillo já tem a consistência para ser o jogador mais bem pago de sempre do Sporting? Tudo isto para quê? Para não ir para os rivais e para sonharmos com uma transferência milionária? Transferência essa que só ganhamos metade? Foda-se!
Para mim, só existe uma forma de abrir as pernas e o cú desta maneira a um tipo que durante 3 anos só queria era festarola, seja em Portugal ou no Perú: se o treinador assim achar. Se Jesus realmente achar que faz dele o próximo Cristiano e se ele entender que o gajo tem arcaboiço para ser o mais bem pago sem que isso lhe afecte o rendimento, então aceito. Porque nestas merdas, o Mestre costuma acertar. Caso contrário, o Carrillo pode ir pastar na B e trocar com o Ryan, que deve rezar todos os dias para que o Sporting tenha a paciência e lhe dê as oportunidades que deu ao peruano durante 4 anos para agora ele retribuir desta forma.
Espero que o presidente pense muito bem antes de decidir o que vai fazer. É que eu já leio que já oferecemos 2M/ano aparentemente recusados e começo a ficar assustado…
2 Setembro, 2015 at 21:10
Totalmente de acordo…mais…se não renovar encosta…
2 Setembro, 2015 at 21:29
O grande problema no “caso Carrillo” é o medo do inimigo! Pode levar-nos a cometer um grande erro…
Por exemplo considero que no caso do Maxi o slb tomou a melhor decisão mas indiretamente reforçou o rival.
2 Setembro, 2015 at 21:40
O que tenho a dizer em relação ao Carrillo é isto, se renovar coiso, se não renovar coiso e tal. Já se sabe.
Toda a gente sabe isso, porque as coisas nunca são são como se pensam, portanto, ou ele… ou pumba, está tudo fodido.
A “problemática Carrillo” não é fácil de assimilar. Portanto só nos resta, enfim, é a cena.
Vamos todos pensar positivo, acreditar e depois, epá, se… a gente volta à carga e é isso.
É a minha opinião, toda a gente tem uma. A ler é que a gente se entende, vocês sabem do que estou a falar.
2 Setembro, 2015 at 22:19
AhaHá muito bom !!
3 Setembro, 2015 at 0:09
Muito bom texto. Acrescento apenas que, no caso do Jorge Mendes, a intrincada rede de sujeições que desenvolveu não servirá apenas propósitos económicos. Continuo na minha que A Besta quer mais glória do que a de empresário de jogadores e treinadores lhe pode conferir. Vamos vê-lo um dia a presidir ao Carnide.
3 Setembro, 2015 at 0:27
Nunca digas nunca…
https://www.youtube.com/watch?v=_Z5-P9v3F8w