Pinto da Costa uma vez disse que nunca tinha visto um porco a andar de bicicleta. Ora eu na passada segunda-feira vi, não 1 nem 2 nem 3 mas 4 porcos, não à volta duma bicicleta, mas à volta dum telemóvel. Assistiam a um crime, dos quais 3 deles eram vítimas e riam às gargalhadas. Esses suínos chamavam-se Antero Henrique (administrador da Sad do FC Porto), Rui Alves (presidente do Nacional), Manuel Machado (treinador do Nacional) e Saturnino Sousa (Diretor de comunicação do Nacional). Os porcos sorridentes no meio do nevoeiro. Que melhor simbolismo poderíamos ter para o atual (e sempre endémico) futebol português?

Esta imagem correu mundo, pelo menos o mundo de alguém que ainda se importa. Alguém como todos nós que ainda não perdeu a capacidade de se indignar com este futebol. Um futebol que vive de kits cortesia, de frutas e café (com ou sem leite), de apitos dourados e avermelhados, de mesas de poker, de compadrios, de carreirismos, de subterfúgios e de muita e espessa neblina.

Todos nós, os que se indignam, acreditam que é desta que se irá finalmente romper pelas pesadas nuvens do sistema e trazer a clareza tão necessária. Mas, para isso, tempos que apelar a todas as nossas forças porque só com o apoio incessante é que lá chegaremos.

Porque não se trata só de ressuscitar o ultimo título ganho há 13 longínquas épocas. Trata-se duma vez por todas de resgatar o futebol português dos tentáculos do Polvo. Porque aquilo que temos assistido esta época faz-nos lembrar que as duas cabeças do adamastor estão vivas e bem vivas. Que aquilo que foi preconizado há bastante tempo, que é “1 futebol para 2 grandes”, não só não está ainda aniquilado como nos chicoteia a cara todos os dias. E o nevoeiro só serve para nos toldar a vista.

Achavam que a novela das caixas era o último estertor do monstro? Desenganem-se. O futebol português perpetua ainda a sua gigante roda medieval: o Estado Lampiãnico versus o Estado Tripeiro. E nós no meio, nas trincheiras. Temos armas? Sim, poderosas: um General sem medo e um Mestre iluminado. Mas nada, rigorosamente nada, será conquistado sem o apoio do Povo Leonino. Porque a historia nos ensina que todas as grandes revoluções tiveram como base os grandes ideais mas o suporte foram sempre as pessoas. E essa é a nossa Força: tu e eu.

Nós, Sportinguistas, temos uma vantagem preciosa: habituámo-nos a viver no nevoeiro. E quem vive na bruma sabe como orientar-se. A humildade é o nosso farol. E o Sporting o nosso raio de Sol. VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!

ESCRITO POR Converge

*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]