O paradigma é simples e já batido. Os miúdos, hoje em dia, ou têm uma vida familiar fortemente sportinguista ou então não escolhem o nosso clube para amar. A explicação é simples e básica: os putos escolhem quem ganha. Então se nos situarmos na cidade do Porto, a probabilidade de termos miúdos a gritar pelo grande Sporting é ridiculamente baixa. Por ter consciência disto, o que se passou comigo esta semana, merece um destaque especial.

No fim de semana, aqui pelo Porto, estava a conversar com um amigo benfiquista. Diz-me ele, que o seu filho, de 4 anos, é do Sporting. “O meu filho agora só grita pelos golos do Sporting, e olha que não tenho ninguém na família do teu clube”. E ainda me tenta explicar a razão. “Sabes, ele ainda é pequenino e confunde o futebol com o Sporting. Quando eu vou jogar à bola ele diz-me : “vais ao Sporting?”. Obviamente que depois dele me dar a explicação, fiz-lhe perceber que o filho é sobredotado. Claro que o futebol se confunde com o Sporting!

Já no dia de ontem, outra pista para eu ter quase a certeza absoluta, que o paradigma está a mudar. Outro amigo, este do Vitória de Guimarães, tem um filho um pouco mais velho que o rapaz da história anterior. O meu amigo sugere-me que pergunte ao filho, qual o seu clube. A resposta foi rápida e confiante: “sou do Sporting”. Fez uma pequena pausa, olhou para o pai e continuou: “e do Vitória”. Como é que um filho de vitoriano e de uma portista, neto de benfiquista e que vive no Porto, é do Sporting? O pai dizia-me que era o Jesus. “Ele fica tolo com o JJ”.

Malta, isto está a mudar! Isto está mesmo a mudar!

 

ESCRITO POR Adrien S.
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]