Aproveitando o fim-de-semana de Carnaval, fui para casa de uns amigos em Setúbal e aproveitei para ir a Alvalade com o meu filho de 7 anos e com o meu amigo (adepto do FCP). Comprei os bilhetes uns dias antes e no sábado segui viagem para Setúbal. Na 2ª feira fui a Sesimbra almoçar (a minha mulher adora as cataplanas do Restaurante PraiaMar). Depois do belo repasto e de dar uma volta na praia da Califórnia, segui viagem para Setúbal (deixar as mulheres para irem às compras) e de lá para Alvalade.

O meu filho pediu-me para ir à Loja Verde e lá me cravou umas luvas de guarda-redes com o símbolo do ENORME! “Olha aqui pai, pareço o Rui Patrício”! Entrámos no estádio, mal as portas abriram e fomos ocupar o nosso lugar no setor B25, fila 15, lugares 1,2 e 3. Cantámos o arrepiante “O Mundo Sabe Que”, vibrámos com o jogo, desesperámos com o falhanço do Bryan, aplaudimos as defesas do Rui, maravilhámo-nos com aquele pormaior do João Mário. Gritei com o meu conterrâneo, Carlos Xistra, por ter anulado o golo do Coates, embora depois, tenha dado a mão à palmatória. Todos, inclusive o meu amigo (adepto do FCP, mas que estava deslumbrado com o fantástico ambiente de Alvalade), levámos as mãos à cabeça, quando já gritávamos golo do Slimani e a puta da bola foi por cima… O jogo termina, aplaudimos a equipa e saímos de Alvalade cabisbaixos.

Não me apetecia dizer nada. Como foi possível não termos ganho? Como foi possível termos perdido a vantagem, cedendo (mais um) empate em casa? Sentei-me no carro e continuei sem dizer nada. Na minha mente eclodia um enorme FODA-SE… o meu amigo (adepto do FCP, mas que estava maravilhado com o ambiente de Alvalade e até torceu pela vitória do Sporting e até aplaudiu a equipa no final) tentava animar-me, dizendo que continuava tudo em aberto. O meu filho disfarçava a tristeza a brincar com as luvas de guarda-redes que lhe tinha comprado na Loja Verde… e dizia-me “Viste as defesas do Patrício, pai?”

Cheguei a Setúbal, a minha mulher pergunta-me se estava bem. Acenei com a cabeça que não. Estava triste, desiludido, descrente… Sentei-me… revi as imagens do jogo na televisão… Depois de todos se irem deitar, continuei acordado a refletir e já com a cabeça fria e com o discernimento a voltar, dei por mim, a pensar que continuamos a depender apenas de nós, que temos de nos reerguer e enfrentar a próxima batalha na Madeira. Ficou mais difícil? Ficou. Mas, se fosse fácil, não era para nós! Eu continuo a acreditar!

 

ESCRITO POR Leão da Covilhã
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]

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