Somos um país de medrosos; este era o título da entrevista de António Coimbra de Matos ao jornal Público lançada no passado domingo. Confesso que ao ler pela primeira vez troquei a ordem de duas consoantes da palavra “medrosos”, mas de ambas as formas a afirmação do mais prestigiado psicanalista português se encontra correcta.
Somos um país de medrosos onde quem tem coragem para se insurgir é escorraçado e visto de forma inferior, mas somos um país de consoantes trocadas porque permitimos desde sempre a implementação de poderes paralelos e de esquemas que acabam por favorecer sempre os mesmos. Basicamente, somos um país onde os Ótavios – hoje deu-me para trocar consoantes – acabam sempre por morrer na praia.
Esta estranha forma de vida aplica-se a tudo na vida de um português comum; desde negócios à política, passando pela justiça e terminando no desporto, tudo é experienciado com a sensação de que, no final, acabam sempre por ganhar os mesmos. Pior é que estes quatro temas se misturam constantemente, como pode ser visto nos casos Apito Dourado, Freeport, Vistos Gold ou LFV e BES. Não menciono aqui o caso de Paulo Pereira Cristóvão, uma vez que esse senhor se encontra em prisão preventiva; e, a ser provado o que fez, espero que seja punido de forma exemplar, porque o nome do Sporting Clube de Portugal nunca deve estar associado a corrupção.
Vivemos num país de medrosos quando um treinador muda a sua postura consoante o clube adversário, vivemos num país de medrosos quando não se diz o que se sabe com medo de represálias; mais importante do que um jogador, presidente ou até clube está a integridade do desporto que todos nós amamos.
Vivemos num país de consoantes trocadas quando confundimos verdade desportiva e competição com vencer a todo o custo, vivemos na porcaria de um país de consoantes trocadas quando todas as pequenas provas das jogadas de bastidores são reveladas e ainda assim abafadas e ridicularizadas por uma orquestra bem montada e oleada em jantares em Campo de Ourique e almoços em Setúbal ou nos Amoreiras.
Vivemos num país de Ótavios quando a maioria das pessoas que se queixam das atitudes de Bruno de Carvalho parece esquecer-se de que antes de Bruno de Carvalho já existia um João Gabriel que criticava incessantemente a arbitragem. Antes de haver um Bruno de Carvalho já havia um Rui Gomes da Silva a dizer que só havia dois clubes em Portugal: O SL Benfica e o “Anti-SL Benfica”; antes de haver um Bruno de Carvalho já havia um Sílvio Cervan. Três pessoas que têm ou tiveram cargos no clube da Luz e que sempre tiveram atitudes reprováveis ao serviço do mesmo.
Vivemos num país de Otávios quando se vandalizam talhos, quando se ameaçam familiares ou se partem dentes a árbitros em plenos Centros Comerciais.
Vivemos num país de medrosos quando se invadem campos para agredir fiscais de linha e tudo passa com uma leveza impressionante
Vivemos num país de medrosos quando muita gente sabe o que se passa e não fala, vivemos num país de consoantes trocadas quando se prefere ser rico a manter um clube na primeira divisão.
Vivemos num país de Otávios quando se simulam very-lights para relembrar a morte de adeptos de futebol assim como vivemos num país de Otávios quando se incendeiam estádios de futebol.
Vivemos num país de consoantes trocadas quando a arbitragem é posta em causa diariamente; onde erros, nomeações, intrigas e observadores são uma constante; onde o árbitro nomeado para a Final da Taça de Portugal – jogo a eliminar mais importante do Futebol Português – é despromovido poucas semanas depois.
Vivemos num país de consoantes trocadas quando um clube grande proíbe a entrada dos adeptos do clube rival num jogo de hóquei em patins, “gracinha” retribuída pelo Sporting na recepção ao Benfica.
Vivemos num país em que clubes históricos perdem – com médios ofensivos a central – para terem alguma espécie de retorno, tornando assim os seus adeptos e quem sofre com o clube em Otávios.
Vivemos num país em que o Assessor de Imprensa não quer mais perguntas sobre arbitragem mas tanto estações televisivas como alguém que apela à verdade desportiva afirmam que sim, informando e moldando opiniões a bel-prazer, fazendo passar o público por Otávios.
Vivemos num país de consoantes trocadas quando um treinador é escorraçado de um clube, toda a gente percebe o que realmente se passou e ainda assim esse clube faz do treinador um criminoso quando se apercebe de que esse mesmo treinador vai para o rival.
Vivemos num país de Otávios quando milhares de pessoas acreditam em alguém que utiliza o nome de um clube para ganhar dinheiro, recorrendo a mentiras, difamações, na tentativa de relativizar o que realmente se passa nos podres do futebol.
Volto a dizer o que disse em textos passados: Bruno de Carvalho não é exemplar, tem até tido uma postura demasiado agressiva e repetitiva. Cada vez mais se distancia do presidente que elegi em Março de 2013 e se torna em alguém demasiado fustigado e cansado com tudo o que se passa no futebol português. Ainda assim é de louvar que seja alguém que lute a bem do futebol, que lute pela verdade no desporto e que tente introduzir formas de tornar o futebol mais justo, como é por exemplo o caso da vídeo-arbitragem.
A todos aqueles que rejubilam com o facto de não serem Inácios, cuidado, porque podem muito bem ser Otávios.
Texto escrito por Vítor Miguel Gonçalves, in Bola na Rede
* “outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na blogosfera verde e branca
27 Fevereiro, 2016 at 13:04
off: mais uma derrota para a B. 1-0 em Olhão, autogolo do Betinho (!?).
27 Fevereiro, 2016 at 13:15
Um avançado vive de golos 🙂
27 Fevereiro, 2016 at 13:42
“Bruno de Carvalho não é exemplar, tem até tido uma postura demasiado agressiva e repetitiva. Cada vez mais se distancia do presidente que elegi em Março de 2013 …”
nao posso concordar com esta ultima afirmacao, porque mesmo sendo “agressivo e repetitivo”, estamos a sofrer um “ataque” , quase ao nivel de um “holocausto”, de todos os parasitas, virus e bacterias que pululam á volta do desporto portugues, (nao só do futebol, mas tambem já nas modalidades ditas amadoras)…
nao sendo “agressivo e repetitivo”, por estas alturas andariamos novamente a lutar por 3os e 4os lugares, que é onde essa gente tenta de toda a maneira e feitio meter-nos, para manter a sua “coutada”…
so espero que a “voz” nao lhe doa e que nao desanime na luta pela limpeza desta espelunca, que é o desporto portugues…( nao cedendo aos barreiros e aos menezes deste país…)
27 Fevereiro, 2016 at 13:59
Sherlock nem mais!!!!!
Se já nos fazem o que fazem mesmo sendo o Bruno repetitivo e agressivo, nem quero imaginar o que seria se Bruno fosse mais um manso igual aos outros.
SL
27 Fevereiro, 2016 at 15:11
*** 1
SL
27 Fevereiro, 2016 at 16:57
isso mesmo, “agressivo e repetitivo” é toda a merda que nos andam a fazer!
Nao tenho nenhum problema em ver o BdC a “sujar-se” desde que seja para defender o Sporting existem outros que teem de mandar alguem “sujar-se” por eles…. ate porque, mais uma “nodoazinha” e se calhar a vida começa a correr mal…
depois de roubo e trafico, não convém que se estique muito a corda, é ai que entra os CMs,as burlas os guerras e os burns …
Assim tambem eu… andava “limpinho”!
27 Fevereiro, 2016 at 13:56
OFF:
Foi a ultima vez que assisti a um jogo da equipa B. Que desilusão! Fazia lhes bem um aninho nas distritais. Andámos a gozar com as aves raras e estamos tão perto de lá andar quanto eles. Não sei o que se passa mas é urgente verificar. O Olhanense hoje com todo o respeito que me merece pareciam matraquilhos e ocnseguimos perder o jogo com um auto golo de um jogador que o melhor adjetivo que tenho para o descrever é de : ridiculo.
27 Fevereiro, 2016 at 14:46
O Betinho bem pode ir tirar um curso profissional, porque nunca será jogador de futebol.
27 Fevereiro, 2016 at 14:05
Meneses Rodrigues disse ontem no programa Mercado do Correio da Manhã que o almoço foi uma reunião de amigos em que não se falou de futebol, porque senão zangavam-se, isto é a coisa mais ridicula que
podia dizer pois se as pessoas são amigas podem falar de tudo,
os outros intercolutores do programa até se riam, como é que uma
personagem destas representa o Sporting num programa. Se alguém
conseguir pôr aqui uma cópia era engraçado para se ver quem é este senhor.
27 Fevereiro, 2016 at 15:03
é só para lembrar que o Rui Gomes da Silva é um dos 300 e tal chulos que vai ganhar a subvenção vitalícia dos políticos até ao fim da vida.
Amigo de infância do Pedro Santana Lopes e boy do PPD/PSD
Rui Gomes da Silva também é da maçonaria e, nas horas vagas, brinca aos aventais .
27 Fevereiro, 2016 at 15:14
Disseste tudo… maçonaria (o 1º. poder que existe em Portugal!!!)
SL
27 Fevereiro, 2016 at 15:06
Enquanto o contribuinte paga, Rui Gomes da Silva é vice do Carnide de borla (por amor à camisola)…
Curiosamente, este mano da maçonaria é também sócio dum consultório de advocacia que se farta de ganhar “ajustes directos” em autarquias um pouco por todo o país…
Rui gomes da Silva: um Lãpião a mamar subvenções vitalícias e “ajustes directos” à conta do contribuinte.
27 Fevereiro, 2016 at 15:07
Sera que ha a minima esperança que todos aqueles que sentem que Bruno de Carvalho nao é o presidente deles saiam defenitivamente do armario e atravessem a 2a circular ?
Era mel !
27 Fevereiro, 2016 at 15:08
“Não sei ler nem escrever, sei apenas soletrar. se me disseres a primeira letra dir-te-ei a segunda”…
Isto é a senha maçonica primordial do lãpião e subvencionado vitaliciamente Rui Gomes da Silva
27 Fevereiro, 2016 at 15:10
já agora… luís filipe vieira será hoje agraciado com os 50 anos de sócio carnidense.
ahahahahahahahahahahahahahahah
27 Fevereiro, 2016 at 15:16
Quando é que é agraciado com o mesmo título do FCP??????????????
SL
27 Fevereiro, 2016 at 19:15
Se calhar já foi…
27 Fevereiro, 2016 at 19:52
Num clube que altera data de fundação, número de campeonatos ganhos e número efectivo de sócios, porque não o orelhas não ser agraciado por 50 anos de sócio?
28 Fevereiro, 2016 at 0:17
O orelhas terá incluído os anos de sócio do Alverca?