Se o jogo de ontem fosse um apontamento histórico, daqueles que fala de reis e batalhas, contar-se-ia que o Sporting havia sido capaz de escalar as muralhas, abrir a porta do castelo, mas, com os guardas todos amarrados e manietados, não havia sido capaz de descobrir onde estava guardado o desejado tesouro.
À semelhança do que aconteceu na Alemanha, o Sporting criou situações de golo mais do que suficientes para ganhar o jogo. Quatro delas (Coates e Slimani na primeira parte, Ruiz e William na segunda), são daquelas que deixam os adeptos com as mãos na cabeça e à beira do desespero (isso e contar cantos atrás de cantos, sem que uma dessas bolas paradas seja aproveitada para resolver a partida). Entre demérito de quem remata e o mérito de quem defende (diz que é o tal puto sobre quem temos preferência), esses quatro lances capitais marcam um jogo para homens de barba rija onde o espaço para jogar, nomeadamente na primeira parte, foi pouco ou nenhum.
Havia escrito na antevisão do jogo que, embora estando longe de ser uma equipa que praticasse bom futebol, havia algo que não podia negar-se ao Guimarães: a raça com que jogam. E, por isso, o Sporting foi sujeito a uma enorme pressão sobre o portador da bola, que começava logo na forma como o avançado Dourado parecia mais empenhado em marcar William do que em encontrar espaço para rematar à baliza. Diga-se, aliás, que durante mais de 80 minutos do tempo jogado Rui Patrício foi um mero espectador, fruto da forma como os vimaranenses nunca se incomodaram de baixar as linhas (diminuindo ainda mais o espaço) e, obviamente, fruto da forma como o Sporting se foi fazendo dono e senhor do jogo.
Com dois centrais em excelente plano, Coates e Semedo, e um lateral esquerdo capaz de fechar ao meio quando o direito fazia investidas corredor fora (grande jogo de Schelotto) o Leão ia-se espreguiçando. William Carvalho aproveitava um palco histórico para voltar a ser Sir (e tanto que merecia ter sido ele a resolver a partida, naquela arancada em que galga meio campo para ajeitar demasiado o passe perfeito de Bryan Ruiz) e o Guimarães, cada vez como menos vontade de chegar à área adversária e com cada vez menos pernas para a pressão alta, ia permitindo que João Mário (desgastado), Brun César e Ruiz (aquela cueca de calcanhar, na primeira parte, entra para a minha caixinha de memórias) se soltassem e dessem futebol aos verde e brancos. Faltava ter o Slimani do costume, ele que jogou claramente com medo de ver um amarelo que o impedisse de disputar o dérbi e, com isso, ficou o Sporting sem aqueles últimos metros de terreno onde costuma fazer mossa aos adversários.
Jesus trocaria o argelino por Barcos e o avançado argentino deixaria muito boas indicações. Já antes entrara Teo, também ele capaz de agitar o jogo e de provocar desequilíbrios na defensiva da equipa minhota, que acabaria por ficar reduzida a dez por expulsão, justa, de Josué. O Sporting tinha entrado no castelo, mas não conseguia encontrar o tesouro em forma de três pontos. Continua, ainda assim, isolado em primeiro e a depender unicamente de si para conquistar o tão desejado título, num cenário que deve, obrigatoriamente, unir todo o universo leonino no apoio a uma equipa em quem vale a pena acreditar.
1 Março, 2016 at 16:02
Estive em guimarães. 700 e tal km’s feitos em meio dia, com mais uns camaradas amigos. Realmente é um cidade filha da puta para se ir a bola, estando no lado do adversario. Ja me tinham chamado de muita coisa, mas marroquino nunca. Mas assim ate da mais pica.
Ambiente picadinho do principio ao fim, nas os nossos nao tiveram medo. Ja tivemos alturas da epoca, com menos oportunidades e mais golos. Ja tivemos alturas da epoca com mais vitorias seguidas do que agora temos tido. Ontem foi o dia de ter-mos muita oportunidade, e nao marcar nada.
De qualquer forma a partir de agora, é a serio. Sabado temos de ganhar, e assim tera de ser em todos os jogos ate ao final se queremos ser campeoes.
Nao vale a pena andar com grandes contas, é isto e mais nada.
Temos uma equipa muito bem trabalhada, em todos os momentos do jogo. Sera dificil perder-mos jogos. A nossa dificuldade, continua a ser la a frente. E ontem viu-se isso. Faltam-nos os “ases”. Nao os tendo, temos de compensar com trabalho, que nem sempre é recompensado.
Ontem vi de perto a mensagem que o william nos quis passar. “Calma que estamos em primeiro”.
Tem razao, e se esta confiança se estende ao resto da equipa, é muito bom sinal.
Agora um gajo estar calmo é que é dificil….lol
1 Março, 2016 at 16:27
Empatámos porque o árbitro não nos roubou. Estamos tão habituados a ser roubados que a adrenalina extra que o gamanço nos provoca nos deixou aparvalhados.
O adversário também não marcou primeiro que tudo um ou dois golitos a abrir. Essa adrenalina gerada pela injustiça de uma celeridade imerecida já nos faz falta também.
Acima de tudo faltou aquilo que falta à Selecção Portuguesa: Adrien Silva no seu melhor e Montero que está ausente inutilmente de férias na China. Porra.
1 Março, 2016 at 16:27
Dormi ml porque me custou muito não ter trazido os 3 pontos depois de tantas oportunidades desperdiçadas, mas continuo a acreditar muito nesta equipa. E acho que temos um grande plantel com várias soluções.
Sábado quero ganhar com golos de Barcos e Teo 🙂
1 Março, 2016 at 22:17
O Otávio do Guimarães pareceu-me boa cepa. Já tem poiso?
1 Março, 2016 at 22:35
Está emprestado pelo Porto