O novo Alvalade abriu. Estava doido! Desde aquele golo do Acosta no Antigo Estadio, que o meu desejo de bola era outro! Eu e o meu pai comprámos a GameBox e lá íamos de tempo a tempo… 650 km os dois para ver uns jogos, quando se podia! Durante alguns anos assim foi. Mas os tempos mudam, as disponibilidades também e os destinos também. O que antes era um ritual esporádico, passou a ser ausente… As idas ao fim de semana a casa, foram e são para matar saudades. O sofá, passou a ser o local de nervos e sofrimento.
Corria o jogo SPORTING CP – Slb, o treinador era Marco Silva, o benfica sem saber como empata a 2 minutos do fim.
Fiquei virado do avesso! Asneira atras de asneira mal aquela bola entrou. E ouvi a minha mae: “calma é só futebol, eles é q o ganham. Vou ligar ao Bruno de Carvalho a pedir que ganhem o campeonato”. O quanto me ri…
Mas o destino pregou-me uma partida… adoeceu 2 meses depois… não quis saber mais de futebol. Nao conseguia. Enquanto estava no hospital, o Sporting jogava a final da Taça. Com um golo no ultimo lance, recebi mensagens a dizer: “acredita na tua luta, porque o teu Sporting acreditou, empatou no ultimo minuto e ganhou nos penalties.” Olhei para o céu com esperança… O meu Sporting ganhou em situação quase impossível. Vou acreditar! mas a minha mãe perdeu a luta 8 dias depois.
Daí para a frente, jurei a mim mesmo que nunca mais podia sofrer com o futebol. Era impensável. Ficar chateado? Sim… Mais que isso não. Começou a época e via os jogos calmo e sereno. Acompanho todos os jogos – quando posso – seja rádio ou tvinacio. Vejo sozinho, sentado e concentrado. Este fim de semana, foi um sentimento misto.
Voltou a ser um SPORTING – slb e por 90 mints, esqueci-me de tudo… Sentei-me como no ano passado. Com os nervos na pele a cantar o Mundo Sabe Que. Mas quando o jogo acabou, a revolta por ter perdido foi enorme! mas lembrei-me do jogo do ano passado… Se custou mais? Custou… doeu a dobrar. Se vale a pena ficar revoltado? Zangado? Prometi a mim mesmo que não. Mas depois vejo tanto Sportinguista a ficar descrente! Que é isto????!!! Estão doidos??? Se devo acreditar??? Claro! é só futebol! E quando acreditamos em “assuntos” que não estão ao nosso alcance e para os mais “crentes”, só depende de Deus… Porque não hei-de acreditar que uma bola vai entrar e os outros vão falhar?? Não é preciso milagre…
Prometi a mim mesmo que nao voltaria a sofrer por futebol. Não é fácil gerir um sentimento misto, mas é necessário. Mas isso nao me impede de Acreditar naqueles jogadores. E aos que estão, jogo após jogo atras da Nossa Equipa:
Gritem, aplaudam, porque, eu Acredito que Esta equipa vai ser levada aos ombros, pelos adeptos, até à Gloria.
Força, Dedicaçao, Devoçao e Gloria. Este é o nosso SPORTING! E NÓS NUNCA VAMOS DESISTIR!!!
ESCRITO POR Luis Cunha
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
9 Março, 2016 at 11:30
Excelente texto.
Beijinho e SL.
9 Março, 2016 at 11:33
“Gritem, aplaudam, porque, eu Acredito que Esta equipa vai ser levada aos ombros, pelos adeptos, até à Gloria.
Força, Dedicaçao, Devoçao e Gloria. Este é o nosso SPORTING! E NÓS NUNCA VAMOS DESISTIR!!!”
É tão isto!!!!
Os comedores de pipocas que apareceram no Sábado no Estádio…. que voltem para o Sofá!!
No Estádio queremos LEÕES!!!
9 Março, 2016 at 11:34
Tens alguma coisa contra LEOAS?
9 Março, 2016 at 11:39
+ uma aqui 😉
9 Março, 2016 at 11:53
Leões em sentido figurado 🙂
Até porque sendo rigoroso….. as LEOAS é que caçam!!
QUEREMOS LEÕES E LEOAS no Estádio!!
P.S. Assim está melhor? 🙂
9 Março, 2016 at 11:43
Excelente texto. Emotivo.
Gosto desta ideia:
– não nos enervemos tanto, não fiquemos tão chateados nem nos tire o sono…. afinal é só futebol.
– Mas porque não acreditarmos, termos esperança, tudo pode acontecer…. afinal é só futebol.
9 Março, 2016 at 11:59
Há um mérito que tenho de dar ao Rui Vitória.
Depois do “equipa contra 11 jogadores” onde foi dizimado, calou-se. É um treinador do 4-3-3 e acabou por se submeter ao estilo do sistema anterior.
Humildade, inteligência, sei lá. Mas percebeu que em 4-3-3 não dava. Então lá se adaptou.
De resto, é adversários a abrirem pernocas e apitos a não verem penaltis.
9 Março, 2016 at 12:05
Pragmático na defesa do seu emprego…
O Pragmatismo normalmente sobrepõe-se á teimosia no que respeita a eficácia…. 😉
9 Março, 2016 at 12:02
Grande texto!
9 Março, 2016 at 12:21
Enorme texto! Obrigado pelas palavras e pelo testemunho! Abraço e SL!
9 Março, 2016 at 12:23
Eh pá…
Mas hoje o Cherba “guardou” um monte de emoções para nós…?
É isso mesmo “Leões e Leãs”…acreditar…
Acreditar contra tudo e contra todos…!
Nós podemos…nós podemos ser Campeões, mas para isso todos nós teremos de carregar sobre os ombros…
Este desejo de não desistir…
Esta vontade de lutar até ao fim…
Esta certeza de que só quem não fica pelo caminho…tem possibilidade de chegar à meta…!
Vamos Leões…
Vamos Leoas…
Demos as mãos aos que se “deixam ultrapassar”…
Não deixemos ninguém pelo caminho…todos juntos…
Vamos levar o Leão à Vitória…!!
Abr e SL
9 Março, 2016 at 12:26
Max, eu nem sei como vou publicar tantos textos hoje. Provavelmente resvalam para amanhã. Mas é bom sinal, porque parece que a derrota acordou o pessoal 🙂
9 Março, 2016 at 12:36
Sem desrespeito pelos novos escribas, mas eu desde sábado,. e para combater o estado de alma em que me encontro, que só me apetece ler isto:
https://atascadocherba.com/2016/02/10/da-me-o-teu-tupperware-foda-se/
Ficou mais difícil? Ficou!!! Se fosse fácil também não era para nós, logo não há como deixar de acreditar!!!
Sábado ganhar ao estoril e colocar as galinhas a patinar contra o tondela e assim sucessivamente…
SL
9 Março, 2016 at 12:50
SOMOS LEOES!!
9 Março, 2016 at 13:02
É um texto de primeira categoria, bem escrito, bem pensado e bem sentido. Há uma altura da vida em que as cartas de amor deixam de ser um coração rampante e passam, realmente, a ser “um fogo que arde sem se ver”, deixam de ser “ridículas” para passarem a ser introspectivas e explicam o porquê das nossas realidades interiores; deixam perceber como se hierarquizam e em que medida os nossos sentimentos dependem de nós que, não dos nossos desvarios.
Torna-se mais fácil lidarmos com a derrota no futebol por já termos tido de lidar com derrotas definitivas na nossa vida, derrotas irreparáveis que nos mutilam o “ser” e nos transformam decidida e irreversivelmente em “amputados na nossa realidade interior”.
Sabemos que as derrotas no futebol são precárias e que as aspirações de vitória se renovam cada semana que passa e se renovam no final de cada ano que acaba em Maio, a meio da Primavera que tudo renova, até a esperança.
É mais difícil lidar com a injustiça, a hipocrisia e o ataque gratuito e difamante, a mentira soez e alacre, a traição e a guerra desabrida sem honra. Nós, Sportinguistas, deparamo-nos diariamente com isso numa teia entretecida com mestria pelos nossos inimigos. Somando a isso a derrota, a dificuldade é maior e a raiva avoluma-se-nos no peito onde bate um coração leal que, cresceu em liberdade e se forjou na verdade.
Chamamos carinhosamente “Pantufas” ao nosso João Mário porque tudo faz suavemente, sem alarde, numa humildade de carácter que rareia no Mundo de hoje. Para ele jogar futebol é uma dança suave digna do Bolshoi, um bailado exacto de movimentos fluidos sem tropeções nem espalhafato. Não se dá por ele a não ser quando a bola surge redondinha na cabeça ou nos pés do ponta de lança.
Até me custa aplicar as pantufas ao Soares Dias porque ele ele o que mrece é uma mocada nos cornos. Mas Soares Dias é capitão no exército inimigo e faz o que faz com dissimulação e sem quaisquer escrúpulos. De pantufas, sempre que arbitra os nossos jogos, prejudica-nos, limpando, cuidadosamente as impressões digitais.
Não falar da arbitragem é não falar da verdade do jogo. Este jogo com o slb tem a impressão digital do Soares Dias, marcada com sangue e isso é incontroverso.
9 Março, 2016 at 13:02
É um texto de primeira categoria, bem escrito, bem pensado e bem sentido. Há uma altura da vida em que as cartas de amor deixam de ser um coração rampante e passam, realmente, a ser “um fogo que arde sem se ver”, deixam de ser “ridículas” para passarem a ser introspectivas e explicam o porquê das nossas realidades interiores; deixam perceber como se hierarquizam e em que medida os nossos sentimentos dependem de nós que, não dos nossos desvarios.
Torna-se mais fácil lidarmos com a derrota no futebol por já termos tido de lidar com derrotas definitivas na nossa vida, derrotas irreparáveis que nos mutilam o “ser” e nos transformam decidida e irreversivelmente em “amputados na nossa realidade interior”.
Sabemos que as derrotas no futebol são precárias e que as aspirações de vitória se renovam cada semana que passa e se renovam no final de cada ano que acaba em Maio, a meio da Primavera que tudo renova, até a esperança.
É mais difícil lidar com a injustiça, a hipocrisia e o ataque gratuito e difamante, a mentira soez e alacre, a traição e a guerra desabrida sem honra. Nós, Sportinguistas, deparamo-nos diariamente com isso numa teia entretecida com mestria pelos nossos inimigos. Somando a isso a derrota, a dificuldade é maior e a raiva avoluma-se-nos no peito onde bate um coração leal que, cresceu em liberdade e se forjou na verdade.
Chamamos carinhosamente “Pantufas” ao nosso João Mário porque tudo faz suavemente, sem alarde, numa humildade de carácter que rareia no Mundo de hoje. Para ele jogar futebol é uma dança suave digna do Bolshoi, um bailado exacto de movimentos fluidos sem tropeções nem espalhafato. Não se dá por ele a não ser quando a bola surge redondinha na cabeça ou nos pés do ponta de lança.
Até me custa aplicar as pantufas ao Soares Dias porque ele ele o que mrece é uma mocada nos cornos. Mas Soares Dias é capitão no exército inimigo e faz o que faz com dissimulação e sem quaisquer escrúpulos. De pantufas, sempre que arbitra os nossos jogos, prejudica-nos, limpando, cuidadosamente as impressões digitais.
Não falar da arbitragem é não falar da verdade do jogo. Este jogo com o slb tem a impressão digital do Soares Dias, marcada com sangue e isso é incontroverso.
9 Março, 2016 at 13:20
Muito bom texto é excelente trabalho ao colocar as coisas em perspectiva…..
9 Março, 2016 at 13:49
Grande texto.
Também eu perdi um familiar direto no verão passado, no caso o meu pai, que foi sem a mínima dúvida o maior responsável pelo meu sportinguismo. Revi-me em tanta coisa do texto…vou acreditar atá ao fim que vamos ser campeões e nesse dia olhar para o céu e festejar de uma maneira muito especial.
E O SPORTING É O NOSSO GRANDE AMOR
9 Março, 2016 at 15:32
Grande texto! Gostei! Obrigado pelo testemunho!