Olá, Sara.
Muito já se escreveu sobre o que se terá passado na prova que era tua e que deixou de sê-lo. A Federação Portuguesa de Atletismo, a mesma a quem já deste tantas medalhas, foi célere a ilibar os juízes e a apontar-te o dedo. “Não houve um erro de ajuizamento, mas sim um erro de cálculo da própria Sara, que calculou mal as voltas que lhe faltava correr“, dizem eles, passando-te um atestado de tanta coisa em simultâneo que nem me apetece elencar.

Obviamente que existe a possibilidade de um erro, mas, pelo menos até ao momento, as palavras que te ouvi dizer foram “Na volta anterior, quando passei pelo local da meta ouvi tocar a sineta e pensei, logicamente, que estava a entrar para a última volta. E, uma volta depois, festejei a vitória. Só me avisaram de que teria que fazer mais uma volta quando eu já estava sentada“. E se esta é a tua explicação e a tua versão dos factos, é nela que acredito. É nela que todos os Sportinguistas devem acreditar aproveitando, de caminho, para destapar ao ridículo os comentários jocosos que os orcs de serviço vão escrevendo.

Num momento duro de ultrapassar, o que posso dizer-te é que este episódio é apenas mais um na sequência de “factos mal explicados em que são sempre os mesmos os beneficiados”. Por outras palavras e embora sabendo do teu comprometimento para com a causa, bem-vinda à nossa luta, Sara. As cicatrizes são e continuarão a ser várias, mas, acredita, quando voltares a cortar a meta de uma vitória que será tua, vais redobrar o sorriso ao olhar para essas marcas de quem só baixa a cabeça para beijar o Rampante que carrega no peito.