Chegou outra vez aquela altura do ano. O campeonato parou, os jogadores estão afastados por continentes, e a malta vai-se entretendo a ver amigáveis de selecção, com um futebol pobre e pouca animação. Mais uma vez, altura de nos focarmos nos nossos internacionais, que pelo mundo vão espalhando magia ao serviço do seu país e que, felizmente para o nosso clube, são cada vez mais. São eles:

Seleção A: Rui Patrício, William, Adrien e João Mário – Particulares com Bulgária (25 março) e Bélgica (29 março)
Sub-21: Rúben Semedo, Tobias Figueiredo, Mané e Gelson – Apuramento Euro 2017 – Liechtenstein (24 março)
Sub-23 (selecção olimpica) : Ricardo Esgaio – Particular – México (28 março)
Coates (Uruguai) – Apuramento Mundial 2018 – Brasil (25 março) e Perú (29 março)
Bryan Ruiz (Costa Rica) – Apuramento Mundial 2018 – Jamaica (26 e 29 março)
Slimani (Argélia) – Apuramento CAN 2017 – Etiópia (25 e 29 março)

Focando-nos um pouco em Portugal, vemos que existem rotinas criadas entre os nossos rapazes que não deverão ser ignoradas pelos respectivos seleccionadores.

Nos sub-21, Tobias Figueiredo, Rúben Semedo e até Paulo Oliveira, quando regressar à sua forma, treinam juntos há anos, principalmente os primeiros dois, e será uma boa forma de dar alguma estabilidade defensiva sem ter de se recorrer a um treino muito extensivo. Conhecem-se, aprenderam juntos, treinam todos os dias e disputam títulos em conjunto. Isso poderá fazer muito em competições de duração muito curta, com pouco tempo para criar rotinas e onde o centro defensivo tem de ser eficaz.

Subindo um pouco de escalão, todos estamos a pensar no mesmo. Desta vez até a imprensa especializada pede o mesmo que os adeptos. Em 2004, naquele fatídico Europeu, Scolari, que não é grande treinador, percebeu rapidamente que existindo rotinas entre os seus convocados, as probabilidades de sucesso aumentariam imenso. Por isso é que Costinha, Maniche e Deco apenas estiveram afastados no primeiro jogo (quando ainda se testou Rui Costa). É claro que a presença de Figo e do jovem Cristiano Ronaldo também ajudaram. E até mesmo o facto de jogarmos em casa e termos um guarda-redes capaz do melhor e do pior, mas que se esqueceu do pior em casa naquela competição. Mas a verdade é que esteve naquele meio-campo muito do sucesso do Euro 2004.
William, Adrien e João Mário cumprem a sua segunda época como titulares do Sporting (os primeiros dois a terceira). Não está em causa se existem melhores ou pior jogadores entre os eleitos. Tudo isso é muito subjectivo e pouco científico. Ninguém consegue dizer com 100% certeza que existem homens em melhor forma nos eleitos de Santos, ou em pior.

Algo que não é negável é que existem rotinas, formas de jogo, entendimento quase ideal entre estes três homens, para além do talento natural. O Sporting conseguiu formar um 6 puro, um 8 combativo e um criativo de recorte, capaz de ser o criador de enormes jogadas. Os três completam-se de forma quase perfeita, sabem os movimentos uns dos outros, têm uma relação profissional muito forte e conhecem-se há muitos anos. O sucesso de Portugal poderá muito bem passar pela utilização das rotinas criadas no Sporting, que durante todo este tempo foram uma constante e que são também base do sucesso recente do nosso clube.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa