Como dizia o outro enquanto o pau vai e vem folgam as costas.

Como estávamos completamente falidos, foi necessário fazer isto, adiar alguns pagamentos, sobretudo os que deixavam à vista a falta de rigor e despesismo da anterior direcção.

Que dirigiam o Sporting como se de um Município se tratasse tipo poço sem fundo.

Temos de pagar pagamos, mas agora façamos um exercício se mesmo assim foi uma façanha épica equilibrar as contas, imaginem se pagássemos tudo sem sequer lutar, o Sporting tinha falido, e recomeçado possivelmente dos distritais. Porque foi essa a herança que Godinho e seus pares nos deixaram.

Textinho de um puto de 24 anos … Miguel Maria “EL Esperança” Martins

O tom que vai transversalmente “tingindo” a maioria das publicações aqui no grupo é cinzento. Sinto-me na obrigação de, humildemente, procurar clarear esta tonalidade.
Ponto prévio, compreendo o desânimo e a diminuição das expectativas decorrentes do resultado que o carnide ontem obteve, uma vez mais, sem saber ler nem escrever. Também eu depositava grandes esperanças numa possível escorregadela do recreativo do colombo, de tal forma que, ao fim de 12 anos, voltei a ver um jogo completo da agremiação em questão.

No entanto, foquemo-nos no seguinte:

1 – O Sporting “arrisca-se” a terminar a época com 86 pontos. Vou repetir para interiorizarmos bem. Oitenta e seis pontos. Oitenta e seis pontos em cento e dois possíveis. 86/102. O Sporting poderá terminar a época apenas com 16 pontos perdidos, equivalentes a 2 derrotas, e 5 empates. Sejamos realistas. Num campeonato normal uma pontuação destas chegaria perfeitamente para ser campeão. Dir-me-ão como eu também já disse: “toda essa teoria é muito bonita, mas isso interessa zero, preferia ser campeão com 70 ou até menos pontos”. E eu concordo. Acima de tudo o que conta para o palmarés, para o engrandecimento do clube, para a riqueza do museu, para a magnitude de uma marca, e, para além disso, para o cumprimento do nosso lema fundador, são títulos. Ponto final. O que não invalida que seja apreciável um potencial valor de 84,3% de pontos ganhos. Bateremos, por larga margem, o recorde pontual do clube em campeonatos a 3 pontos ( que é de 77 pontos aquando do título de 99/00 salvo erro ).

2 – Garantimos a entrada directa na fase de grupos da maior competição de clubes do mundo, a Champions League e 12 milhões de euros que, com congelamentos ou sem congelamentos, permitem planear a próxima temporada com outra calma e outra tranquilidade. E essa tranquilidade advém não só do conforto económico, como do facto de iniciarmos a temporada mais tardiamente do que em anos pretéritos, permitindo trabalhar a equipa noutras condições antes da entrada num período competitivo oficial exigente.

3 – Temos a base de plantel com o futuro mais risonho e prometedor dos três maiores emblemas portugueses. Sentar-me no lugar 18, da fila 13 todos os jogos, olhar para o relvado e ver um King William retornado, um mágico Bryan ( que ainda muito tem para dar apesar de já não ser propriamente um teenager ), um Capitão ( com c maiúsculo ) Adrien e um Maestro João Mário ( nunca pensei dizê-lo, mas talvez 60 milhões seja um valor parco para proteger-nos do ataque de tubarões face ao que o nosso pequeno génio fez em relvados portugueses durante os últimos meses e face ao que pode fazer no próximo Verão por terras gaulesas ) consola-me a alma e acalma-me a mente enquanto sportinguista doente e treinador de bancada. Olhar para as laterais e ver Matheus Pereira e Gelson Martins prontos para entortar defesas contrários faz-me, inevitavelmente, esboçar um sorriso. E se olhar para a defesa vejo no Rúben um futuro central de eleição a começar a emergir. E o Paulo que está no banco, mas que joga o que se sabe. E pensar que há um génio como o Geraldes pronto a entrar, um sobredotado como o Podence pronto a calçar ou um bastião de precisão como o Rafael Barbosa a evoluir a olhos vistos, escondidos na equipa B… Tudo isto só me pode deixar esperançoso na continuação da concretização de um dos princípios chave do futebol do Sporting.

4 – Mantendo, e sabendo que há uma infinitude de variáveis em jogo e com potencial mutação num futuro próximo, a equipa actual, acrescentando poder de fogo ao ataque com elementos de créditos firmados e já garantidos (como Spalvis e Alan Ruiz) e confirmando a contratação do melhor central que já vi jogar no Sporting desde André Cruz ( refiro-me naturalmente a Coates ), alguém tem dúvidas que o Sporting dificilmente não terá ( a não ser que os rivais invistam quantidades astronómicas de dinheiro em jogadores de qualidade evidente, o que não me parece nada provável, dada a conjuntura financeira actual de tripeiros e lampiões ) o melhor plantel na época de 2016/2017?

5 – Ninguém duvidará de algo que me parece óbvio. Temos connosco o melhor treinador português da actualidade e o homem que mais de futebol português e campeonato nacional sabe em todo o país. Parece-me, igualmente, altamente improvável que este saia neste mercado de Verão.

6 – Alguém duvidará, por um instante, de que o futuro do futebol profissional do Sporting, a curto-médio prazo, é, no mínimo, entusiasmante?

7 – Mas mais importante do que falar do que está por vir e do que projectar o futuro numa base, relativamente, especulativa, é importante voltar ao presente e ao ponto 1. Podemos chegar aos 86. Mas para além de podermos chegar aos 86, concomitantemente os rivais podem perfeitamente não chegar aos 88. É o Guimarães caramba… Pode já não ter objectivos na prova, mas é o Guimarães, treinado pelo Sérgio Conceição, que para além da dose de loucura habitual tem mostrado uma impressionante competência. E há o Marítimo… Nos Barreiros… E porque é que o Nacional não há de poder vir cá fazer uma gracinha como o Tondela fez connosco? É provável? Era provável o Tondela vir cá empatar na fase da época em que nós estávamos e em que eles estavam? À teoria da probabilidade respondam com o coração. Acreditem.

8 – Por motivos profissionais não me será possível estar presente no Dragão, mas não tenho dúvidas que dentro e fora do campo daremos o festival que nos compete dar. A todos aqueles que desta família fazem parte e que lá irão peço apenas aquilo que tenho como garantido na minha mente e no meu coração: honrem o emblema, façam parte da página de história que ali se vai escrever.

9 – Acreditem. Na vida não há justiça. Tenho 24 anos, mas vi, e vejo todos os dias que globalmente não há justiça. Mas há faíscas que se libertam e que são acendalhas do sucesso, há brumas que se dissipam momentaneamente e que permitem ver o prémio final, e há prenúncios que anunciam coisas feitas da matéria de que as coisas grandes do passado são feitas também. E eu não sei explicar como ou porquê, mas sinto que há algo que está para chegar brevemente. Mais brevemente do que pensamos. É pessoal. É uma intuição, é um feeling.
Perseverantes, fortes, unidos, invencíveis. Até ao fim.

Fomos, ao longo desta época, um exemplo. Somos, actualmente, um exemplo. O Sporting não ressuscitou apenas. O Sporting vive como nunca viveu ( talvez nos anos 80 com o grande presidente João Rocha o ambiente fosse semelhante pelo que os meus familiares contam ), respira saúde como nunca respirou, existe com uma dimensão, uma vitalidade e uma grandeza como nos últimos 50 anos não existiu. É esta a nova Era, é este o verdadeiro Sporting. Em mentalidade e mobilização caminhamos a passos largos para o ponto de rebuçado que se pretendia e pretende. Faltam os títulos para reerguermos definitivamente o gigante e para fazermos regressar da nossa batalha de Alcácer Quibir o verdadeiro e único CRÓNICO.

Passa também por NÓS este último passo. Todos NÓS somos parte do sucesso, todos NÓS somos Sporting Clube de Portugal. Saibamos estar a altura dos quase 110 anos de história deste clube, casa de vencedores, escola de homens.
Cumpramos o nosso papel, para que a profecia vitoriosa do clube se cumpra.

Acabou o pessimismo, acabaram os lamentos. É tempo de seguir em frente, rumo à GLÓRIA!

Hoje, sábado, sempre e para sempre,

VIVA O SPORTING CLUBE DE PORTUGAL!