Todos aqueles que são casados (ou com uma relação estável), com uma meia dúzia de anos de convivência, poderão ter a mesma experiência que eu… as mulheres tornam-se exaustivas e, por vezes, até extenuantes, quando perseguem um objectivo. Parece-me pacifico… A minha não foge à regra.
O objectivo (DELA!) em causa, desde que voltamos para Portugal, era ter um cão. Nem tinha raça definida… Queria um cão e ponto! Por razões que a própria vida teimava em não proporcionar, tal foi sendo adiado. Mudei de casa há coisa de 6 meses e logo fui dizendo “Eh pá, vamos instalar-nos, perceber com que linhas nos cosemos e lá para Março falamos”… Escusado será dizer que em finais de Fevereiro já tinha o cão em casa. Nem o Iraque foi “bombardeado” tão cirurgicamente como eu fui nos 3 meses anteriores… exaustiva e extenuantemente bombardeado! Bush, na sua lunaticidade e frenesim balísticos, não teria conseguido melhor.
A dúvida agora seria a escolha da raça do bicho. Sempre tive um fraquinho pelo Husky Siberiano. A minha mulher adora o Labrador… Para esquecer ambos, sobretudo, quando se mora num apartamento e com tantos períodos de ausência durante o dia, quer dum quer doutro. Teria que ser um bicho menor e tranquilo… Bulldog Francês e o Jack Russell Terrier foram as opções finais da triagem. Estivemos a um passo de ver o Bulldog, mas o custo do bicho era pornográfico e o JRT seria descartado pois é um bicho por natureza irrequieto que iria trazer problemas certamente. Chegou-se ao Pequinês… (LOW EXPECTATIONS)
Confesso que quando vi imagens do Pequinês adulto típico pela NET estava tudo menos seduzido. Ainda por cima, o que íamos ver era um bicho peludo e branco (duas coisas que não queria por nada pelo trabalho que iria trazer). Depois de algumas discussões (remeto ao primeiro parágrafo…) e de algumas chantagens emocionais, estratégica e ardilosamente montadas, um homem não é de ferro e até o mais convicto cede (para bem de alguma paz de espírito!).
Acedi a ir ver os bichos (era uma ninhada de 3)… Chegaram os donos com as três crias… Reforço: LOW EXPECTATIONS.
Olhei para os dois primeiros, maiores, e vi exactamente o que eles seriam em adultos. Confesso, cada vez estava menos seduzido… Mas o terceiro deixou-me de rastos. Enquanto a minha mulher abraçava, embebecida, um dos outros maiores, eu só tinha olhos para o menor, o mais diferente e bonito dos três, o underdog (termo mais que aplicado ao caso!)… Eu só disse: “É este… o BRULHO!”
Sim… BRULHO! Sim, porque um homem não pode ceder a tudo… e o nome do bicho há muito que estava escolhido por mim. A minha cara metade cedeu porque ela só queria o bicho… ponto. O nome seria ponto assente e irrevogável, tinha de ser aquele. Escusado será dizer que hoje estou apaixonado pelo Brulho, que veio trazer uma alegria extra, apesar de todo o trabalho que vai dando e do caos instalado e espalhado pela casa.
“Porque BRULHO?”… “Nome mais estranho… este gajo é tolo”, pensarão alguns… BRULHO não é mais que uma homenagem a outro “underdog” (à época) que apareceu nos radares leoninos em Fevereiro de 2011 e que alterou absolutamente o paradigma Sportinguista. Alguém que por muitos foi subestimado mas que em mim despoletou a mesma reacção que tive ao ver o BRULHO: “É este!” BRULHO não é mais que… BRUno de CarvaLHO.
Tal como o Brulho, BdC, quando chegou, era “pequenino”, um “underdog” para os olhos daqueles que estavam habituados ao grandes nomes dos “gestores de topo” que pululavam por Alvalade.
Tal como o Brulho, BdC nunca me enganou e nunca tive dúvidas que era esse o caminho certo a seguir… Bastou fazer uma coisa que nenhum outro tinha feito antes: Apresentar um projecto (120 medidas, para os que se lembram) e um passado claro do seu envolvimento com o Clube, sem grandes parangonas nem “gordas” nas capas dos jornais.
As expectativas que criara com Huskys, Bulldogs ou Jackies “de Topo” seriam plenamente ultrapassadas por um pequeno Pequinês, que antes desdenhara por algum preconceito, mas que com a sua personalidade e convicção no olhar, levar-me-iam a acreditar que o meu caminho se cruzaria com o dele por muitos, longos e alegres anos.
Curiosamente, este último paragrafo, poderia servir tanto para um como para outro… Por mim, serve para os dois! O Brulho, neste momento, está a olhar para mim e para a janela, como que a dizer: “Meu, já viste bem o dia que está lá fora? Bora lá…”
Vamos lá, BRU(no de Carva)LHO… Estou contigo!
ESCRITO POR Ricardo Sampaio
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam (esta semana existiram pratos de sobra, por isso estão a ser servidos hoje). Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
1 Junho, 2016 at 13:36
eh pá… desculpa lá… mas esses cães são uma beca feiosos – só te dou o benefício da dúvida se puseres aí um link com foto para o bicho.
Acho que deverias ter ido pró Jack Russel 😛
… até porque os Jack Russels têm muito mais a ver com o nosso Bruno:
i) são enérgicos
ii) são destemidos
iii) são irrequietos e curiosos
iv) são territoriais e dominantes
v) são obstinados e teimosos
“cão de colo”… era mais a pinta do godinho lopes!
Mas prontos! Quem feio ama, lindo lhe parece 😛
as melhores felicidades para o patudo
1 Junho, 2016 at 14:28
Não tás nada a ver a personalidade do Brulho…
Vou fazer de conta que nem vi essa do “feioso”.
Optei pelo Brulho porque essa parte do “feioso” não lhe faz justiça! 😀
1 Junho, 2016 at 15:08
okay… acredito 🙂
era só para provocar.
1 Junho, 2016 at 14:10
Boas tardes, Caros Tasqueiros.
Acabaram de me estragar a tarde: imaginar um Sportinguista com o canídeo mais amaricado possível! 😉
SL
1 Junho, 2016 at 14:13
Não comprem animais… Adoptem. Há muito animais a precisar de carinho nos canis e gatis.
Eu já fiz a minha parte… 4 x
SL
1 Junho, 2016 at 14:27
A ideia era essa…
Optamos pela solução mais segura, que garantia um cão de pequeno porte.
1 Junho, 2016 at 17:03
Nos canis há de todos os tamanhos e feitios. Só escolher.
Abraço e boa sorte com o bicho
1 Junho, 2016 at 14:19
1. Tive um labrador num apartamento em que nao estava ninguém durante o dia. Resulta…ás vezes.
2. Devia ter optado por um rafeiro. Montes de personalidade, e sao TODOS underdogs. Desde que nascem! Além de serem muito menos caros e muito mais ‘loveable’.
3. Boa analogia!
4. Felicidades (e festinhas) ao Brulho!
1 Junho, 2016 at 15:32
Quem feio ama bonito lhe parece!
Quanto o resto da analogia …. também funcionou comigo em relação ao Nosso Brulho 🙂 foi Amor à primeira vista!
Que seja por muitos e bons anos!
1 Junho, 2016 at 15:34
Os melhores cães que tive até hoje foram Rottweilers. Mas os problemas burocráticos fruto da sociedade inculta ou mal informada que temos obrigaram-me a optar posteriormente por outras raças.
Felizmente tenho espaço e é fácil gerir cães de grande porte. A acompanhar um de raça, está sempre outro que era abandonado.
Não há melhores amigos para as crianças.
1 Junho, 2016 at 15:42
Compreendo perfeitamente. Se tivesse um cão chamava-lhe Rampuglia (lê-se rampulha). Homenagem a um guarda redes italiano de série B, que passou a carreira inteira a suplente nos anos 90.
Não me perguntem porquê, adoro este nome.
É o meu fetiche.
1 Junho, 2016 at 15:50
Quando dizes a carreira toda, queres dizer que nunca fez um jogo oficial!?!
1 Junho, 2016 at 16:00
Não, ainda fez uns quantos.
Era o suplente do Peruzzi na juventus, uma espécie de Tiago.
1 Junho, 2016 at 17:09
Ao tempo que não me lembrava do Rampuglia… Tinha uma caderneta do futebol italiano, praí 90/91 ou 91/92 e o cromo dele era dos que mais saia…
Se não estou enganado acho que houve uma altura em que o Peruzzi se lesionou durante uns tempos e ele ainda fez uns quantos jogos seguidos a titular. Acho que ainda estava na Juve quando o Paulo Sousa foi para lá.
1 Junho, 2016 at 17:35
Esse mesmo. Ainda hoje acredito que o Peruzzi chorava, não por se lesionar, mas por pensar que ia ser substituído na baliza pelo Rampuglia!!!
Ninguém era substituído pelo Rampuglia, nem nos matraquilhos…..Por amor de Deus, ele era o Rampuglia,
o gajo que ninguém sabia ao certo para que servia.
Tanto podia andar a distribuir coletes nos treinos, como garrafas de água. O uniforme de guarda-redes era só um disfarce.
1 Junho, 2016 at 16:05
mania das raças… e os rafeiros, ou indeterminados??
Por falar nisso, podias ser um Sportinguista, e adoptavas o Labyad
1 Junho, 2016 at 16:09
Esse é rafeiro que não conhece o dono…
1 Junho, 2016 at 16:35
Manter a tigela cheia, e levá-lo à rua a passear (tipo, ao Urban), e ele fica manso e nem dá trabalho.
1 Junho, 2016 at 16:21
Boa tarde Leões e Leoas,
Tenho um vale 24,00 € para novos sócios, há alguém interessado?
[email protected]
SL
2 Junho, 2016 at 7:09
Já mandei e-mail…
2 Junho, 2016 at 10:16
Bom dia,
Já lhe respondi
SL
1 Junho, 2016 at 17:03
a minha Blue (como é óbvio não fui eu que lhe dei o nome) veio do canil. Quando a minha mulher me convenceu a adoptarmos um cão, só coloquei três condições.
Tinha de estar abandonado ou num canil; Não poderia ser eu a ir escolher pois provavelmente iria entrar em depressão por não poder ficar com todos e tinha de ser um que tivesse poucas hipóteses de ser adoptado. Oito anos depois posso dizer genuinamente que é a minha melhor amiga. Digo muitas vezes à minha mulher que só não dei em maluco graças á minha Blue. Mudar para uma cidade onde não tinha amigos nem trabalho durante ano e meio não foi fácil. No meio disto tudo o que mais me custa é o facto dela ainda não ter visto o Sporting campeão…
1 Junho, 2016 at 17:04
Alguém sabe a que horas é o futsal sábado?
1 Junho, 2016 at 17:16
Ouvi dizer que é às 15h. Era suposto essa informação estar no site. Mas parece que têm mais que fazer.
1 Junho, 2016 at 17:08
Se alguma vez o Sporting perder, não te aproveites por ter aí o Brulho sempre à mão…
SL
1 Junho, 2016 at 17:32
Boa tarde tasca,
Acabei de contribuir para a missão pavilhão.
Neste momento da minha vida todos os cêntimos contam, mas não podia deixar de ajudar o GRANDE SPORTING CLUBE DE PORTUGAL na construção do pavilhão João Rocha.
SL
1 Junho, 2016 at 21:00
Não gosto de cães. Mas gosto do Bruno.
1 Junho, 2016 at 21:13
Acabei, há pouco tempo por escolher de uma ninhada que uma pessoa amiga tinha para oferecer, um filho de uma Lavradora e de pai Incógnito. O que tinha antes de raça indeterminada tinha morrido há poucas semanas. A outra semana fez mês e meio e fui buscá-lo para a primeira vacina, qual não é o meu espanto!!!! quando mo entregam e que sinto que quase já não posso com ele ao colo, a veterinária pôs o Peter ao colo e sobe para a balança e diz tem 5 Kg e tal, já nem ouvi o tal, só me ficou no ouvido os 5 Kg. A seguir disse-me, este vai para os 30 ou 40 Kg, a minha alma ficou parva, como é que eu vou conseguir com a minha idade passear um cão com 40 Kg! Tenho um quintal razoável mas o Peter também necessita passear na rua. O conselho da veterinária é que o ensine já a andar ao meu lado pois doutro modo não tenho força para ele quando fôr adulto. Só que não tenho muito jeito para ensinar cães pois costumo deixá-los fazer o que eles querem. Alguém Tasqueiro me pode dar umas luzes para eu o conseguir pôr a andar ao meu lado sem que ele me puxe? Pelo andar da carruagem se ele me puxar não tenho outro remédio senão deixá-lo fugir e nesse caso tenho medo que o atropelem. Saudações leoninas
1 Junho, 2016 at 21:38
quando for para sair á rua, em vez de usar a coleita normalmente, tenta arranjar uma que funcione “tipo garrote” ou “nó de enforcado”…
eu sei que parece mal “aos ouvidos”, mas…
a coleira ” aperta ” perto dos “ombros” do cao, aquele laco, aperta mais acima e faz com que o cao nao “puxe” tanto por ti…
parece cruel, mas nao é, e “ajuda” o cao a “obedecer” ao teu comando…
cada vez que ele “puxar” por ti, sente a trela apertar, e tu só tens que parar, faze-lo sentar, e só depois comecar novamente a andar…até ele perceber quem é que usa as “calcas” na vossa “relacao”, eheheh…
uns “bombons” para caes, cada vez que ele obedecer, tambem ajuda…
1 Junho, 2016 at 21:51
Olá.
A preocupação é pertinente pois se é cruzado de labrador, além de grandes. normalmente são fortes e muito excitadinhos.
E seja grande ou pequeno, um cão nao tem\ não deve de ser controlado pela força … porque vai ter sempre mais que nós!
Ter quintal não substitui os passeios.
Só facilita a vida ao dono que nao se sente obrigado a sair com ele para cocos e xixis.
Mas garantidamente é mais feliz um cão de apartamento que sai muitas vezes do que um que tem um quintal mas não sai do quintal.
Não é muito difícil ensinar os cães a não puxar.
Precisamos de ser consistentes e nao permitir excepções ao comportamento adequado. E paciência!
Vou ver se encontro uns vídeos sobre o tema.
Ah, cuidado com o César Milan e as patacoadas da hierarquia e dominância.
A única coisa que ele diz bem é que o maioria dos problemas dos cães são criados ou agravados pelos donos!
1 Junho, 2016 at 22:30
Bom texto Ricardo !
Felicidades para os dois Brulhos !
Quanto à cor, pensa que só precisas de lhe por as riscas verdes 😉
1 Junho, 2016 at 23:17
Obrigada ao Fernando Peyroteu e ao Lourenço. A Veterinária também me disse que eu tinha de mostrar ao Peter que quem mandava era eu mas, pergunto? Como é que eu vou mostrar a um bébé que só faz 2 meses no dia 4 que quem manda sou eu apesar de ele ter peso e ser grande não deixa de ser um bébé. Vamos a ver como me safo. Eu tenho uma dessas coleiras que o Fernando fala, comprei para o Nardy que já morreu mas sou franca, nunca tive coragem de a pôr ao animal, só a usou uma vez quando o vieram buscar para ficar de férias num hotel de cães. Como depois ele ia muito satisfeito com as raparigas nunca mais a usou.