Vou desta vez focar um ponto que tenho descuidado. Pessoalmente, e somente a mim, sou capaz de admitir que sofro de Síndrome de Peter Pan. Não o sabia, e agora que o sei, nem sei que fazer. Mas provavelmente nem vou procurar uma cura.

Cheguei a este autodiagnóstico aquando numa destas semanas passadas o treinador dos nossos U16 me convidou para um minitreino com a malta… para ficar mais interessante… claro que sofrendo eu da doença mas sem o saber ainda aceitei imediatamente… ainda mais, jogar com o meu filho, no meu clube, ainda que a brincar… sei de bem maus pescadores que usaram isco bem pior que este, e voltaram a casa carregados de peixe!

Acho que nunca me senti tão bem desde há anos. As placagens, o ir ao chão e levantar, a finta de passe… e sentir que estava vivo. Uns dias depois repeti a dose, e ia marcando um ensaio (a sério, fiquei a um palmo da linha de ensaio, quando tinha os dois pés bem para lá). Não marquei o ensaio porque fui empurrado para trás, segundo o meu filho por mais que dois jogadores… enfim, levantar e tentar fazer melhor na próxima.

Mas os comentários que ouvi “da bancada”, conjugados com a minha reduzida mobilidade sem dor nos dias seguintes (deves ser maluco, pá!) e a minha vontade em voltar a fazer tudo de novo, deixou-me de pé atrás… isto não é normal. Então tu levas porrada de entrevar um gajo e assim que estás bom só pensas em repetir a dose?

Foi neste momento que entrevi a doença de que padeço. A Síndrome de Peter Pan, a doença do rapazinho que não queria crescer. Traduz-se por pensar em ser criança para sempre, em ter o espírito jovem, em ignorar o adágio “quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”. E paga mesmo… doi que se farta… mas tentar ser jovem, pelo menos na cabeça não tem preço. É por isso que prometo não ir sequer ao médico, ainda me trata do corpo e me mata a Alma!

P.s. este sábado vamos ter o nosso open day. Apareçam no Estádio Universitário no Campo n°2, entre as 10:00 e as 13:00. Tragam meninos e meninas, mas venham imbuir-se do Espírito do meu desporto de eleição.
Não se vão arrepender.

*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio