Possivelmente já tinham reparado que aqui nesta “casa” os únicos idolatrados são os que transportam o Leão junto ao coração, com as siglas SCP. A única exceção é para aquele que foi de facto… Excecional, Diego Maradona. E em conversa com Carlos Manuel, o Capitão do Sporting na altura em que defrontámos o Nápoles, a admiração, se era possível, cresceu ainda mais.

«Recebíamos um Nápoles que na época anterior tinha vencido a Taça UEFA. O Maradona, em conflito com o presidente, teve umas férias de largos meses, ele queria sair e só regressou quando vieram a Lisboa, em Setembro. O Estádio estava a abarrotar. No final do jogo sou surpreendido por ele (Maradona) porque me disse que queria trocar de camisola comigo. É rara porque é o número 16, a primeira vez que o Maradona tinha estado no banco de suplentes, pelo Nápoles.

No jogo da segunda mão alguém bate à porta do balneário, era ele, veio perguntar, de propósito, se estava tudo bem, se estávamos a ser bem tratados e se precisássemos de alguma coisa, que ele resolvia. Ficámos agradavelmente surpreendidos, afinal era Maradona com aquele estatuto estratosférico e com toda aquela cortesia. Por acaso teve para correr tudo bem, não fosse no final o pénalti do Gomes.

No final fiquei à conversa com o Careca (ponta de lança do Nápoles) sobre o jogo e sobre a surpresa que para nós tinha sido o Maradona, disse-me que ele de facto era de outro mundo, não só como jogador. E inclusivamente recebia 6 vezes mais que os colegas e que dividia com o restante plantel tal como os prémios de jogo. O Nápoles acabaria por ser Campeão esse ano, pela última vez na sua História.»

Ainda sobre o jogo no Estádio José Alvalade reza a lenda que Diego Maradona também ajudou a carregar as bandeiras da Torcida Verde.

Texto escrito por em A Nossa Família É Sagrada
* “outros rugidos” é a forma da Tasca destacar o que de bom ou de polémico se vai escrevendo na blogosfera verde e branca