Com os campeonatos parados e já quase tudo dito sobre os grandes destaques da temporada passada é altura de nos prepararmos para assistir a mais uma campanha dos nossos juniores, que incorporaram os juvenis da temporada passada, equipa B, que tem algumas novidades que deixam água na boca e muita qualidade para fazer um brilharete, e ainda os juvenis, uma equipa que este ano é muito muito jovem, mas que certamente dará conta do recado.

E enquanto esperamos ansiosamente pelo desenrolar de mais um ano a sério, naquela que é a melhor Academia em Portugal, assistimos ao esforço enorme de um dos que cumpriu na mesma todos os escalões e brilha agora na mais importante competição desportiva da história.

Quando penso em Ricardo Esgaio penso, não raras vezes, em Daniel Carriço. Um jogador que não poucos sportinguistas diziam não ter estofo para o Sporting. Um jogador que mostrou conhecimento táctico para cumprir várias posições, formado no clube e com características de capitão. E Daniel lá foi à sua vida, para ganhar 3 Ligas Europas como titular, ser um dos indiscutíveis de um enorme treinador e de um grupo de adeptos espetacular. E em nós ficou sempre aquela dúvida se não teríamos sido precepitados em julgar dispensável um jogador que tanta falta nos fez por vezes.

Esgaio é hoje o capitão de uma selecção Olímpica que merece tudo pela injustiça que foi feita com o seu seleccionador. É o topo da hierarquia porque é o mais internacional presente, cumprindo o lado direito e esquerdo com imensa qualidade, capacidade defensiva e ajudando o ataque. Tem-se apresentado de forma simplesmente exemplar, com a maturidade e intensidade que já lhe conhecíamos mas que apenas podemos ver mesmo quando está ao serviço de Portugal.
Esgaio tem tudo, para mim, mas tem tido dificuldades em impor-se no onze do Sporting, ainda que não me lembre de um jogo mau que tenha feito de verde e branco.

Está por isso na altura de definirmos o que pretendemos de um dos mais inteligentes jogadores que formámos nos últimos anos. Depois da renovação, já este Verão, chegou um sinal claro de que seria aposta, mas a falta de minutos parece manter-se e a incerteza de qual a posição que será utilizado também.
Será Ricardo um 8 adaptado por Jorge Jesus? Será que vai ser a alternativa a Schelotto ou é terceiro na hierarquia? Vai ser extremo?

Para já é capitão e trabalha para trazer uma medalha para Alvalade, que nos encherá todos de orgulho a acontecer. Mas está na altura de ser opção regular, por tudo aquilo que tem feito.

p.s. – entretanto, parece que Palhinha vai jogar a próxima época no Belenenses. Abordaremos o tema lá mais para a frente.

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)