É já no Sábado que voltamos aos jogos que realmente importam e que realmente nos devem dar dores de cabeça. E este ano temos até o bónus de começar no estádio mais bonito do mundo um campeonato que será tudo menos fácil, que será até ao fim e que contará com a disputa acesa dos três velhos rivais.

Gostemos ou não, tenhamos a nossa opinião tão própria, o Sporting escolheu os homens com quem vai à luta e são estes que teremos de apoiar, apesar de o plantel estar sempre sujeito a afinações até dia 31 de Agosto.

Atrás mantemos toda a defesa, a melhor do passado campeonato, juntando o comandante Coates e o super sónico Rúben Semedo, na companhia de Schelotto, com a lateral esquerda a ser a maior incógnita nesta altura (Jefferson tem os mesmos problemas e Marvin só aos poucos se consegue ir soltando). No banco o surpreendente Naldo (que tantos criticaram quando chegou) e o menino querido Paulo Oliveira. João Pereira, que cada vez é um jogador com mais consciência do seu jogo e Ricardo Esgaio, o faz tudo de serviço.

No meio-campo, manter os dois monstros é a palavra de ordem. William e Adrien são insubstituíveis por todos os motivos e mais alguns: capitães, referências, qualidade e sentido de sportinguismo. Para acautelar o seu cansaço, contamos com Petrovic, a quem os sportinguistas deverão dar tempo, e Meli, um jovem com um potencial tremendo e que poderá crescer muito este ano (esta frase do potencial e do crescimento também servia para o Palhinha, entretanto emprestado ao Belenenses…).

No ataque, até ver, juntámos ao que já tínhamos a qualidade e irreverência da juventude. Bruno César, Bryan Ruiz, Slimani, João Mário (fica João!), Gelson e Matheus ganham agora a companhia de Alan Ruiz, Iuri Medeiros, Podence e Lukas Spalvis. Falta aquele ponta-de-lança, que pode ser alternativa ou ganhar o lugar que era até aqui de Islam Slimani. Fica a dúvida de qual o futuro de Carlos Mané e se Matheus vai sair para rodar.

E o que dizer da nossa baliza? Dois grandes sportinguistas, dois excelentes guarda-redes, dois homens enormes que darão tudo o que estiver ao seu alcance pela nossa camisola. Quando um diz que regressou porque este é o clube da sua família e do seu filho e o outro diz que a primeira coisa que vai fazer quando o filho nascer é torná-lo sócio, acho que todos lhes poderemos perdoar um frango ou outro.

Quanto aos rivais, o Benfica mantém grande parte da estrutura mas perde Renato Sanches e Nico Gaitan. O problema dos extremos está resolvido, mas o jogo da Supertaça voltou a mostrar um problema que já se viu no princípio da próxima temporada: não existe quem pense o jogo, que aguente o meio-campo e segure a equipa. Renato fazia isso bem, mas André Horta é demasiado tenro e pouco intenso. Samaris está envolto em dúvidas, Celis parece não contar muito e assim o onze ainda não é certo para o campeonato. De resto, não é de esperar muito mais alterações no plantel encarnado, que está praticamente fechado e já sem muitos jogadores com mercado para grandes vendas (pelo menos vendas do mundo real). Jonas continuará a ser o ganha pão de um ataque pouco organizado, mas onde as individualidades continuam a fazer a diferença. Não se enganem, o Benfica vai ser o mesmo da recta final da temporada passada e cabe-nos aproveitar cada deslize com seriedade.

No Porto, refez-se tudo e isso só podem ser boas notícias para os adeptos do clube do norte. O terror Lopetegui, junto com a arrogância de quem acha que tem o direito divino de ganhar, destaparam os problemas de uma estrutura que se esqueceu de fazer as coisas bem e que jogadores comprar. Mas NES já mostrou que tem algumas deficiências como treinador, principalmente nos momentos de pressão, para além de ter um CV quase tão extenso como o meu no que toca à carreira de treinador.
Ainda assim, jogadores como André Silva, Otávio, Filipe e Alex Telles poderão ser uma enorme lufada de ar fresco e garantia de bom futebol.

A luta será a 3, tenho quase a certeza, e os três demonstram um futebol que está a anos de luz de qualquer outra equipa. Apertem os cintos e vamos a isto!

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa