Que bem assenta o 10 nas costas de um dos mais talentosos jogadores que este campeonato já viu. Um jogador que passeia classe, dentro e fora do campo, que em apenas um ano se transformou já em alguém que vamos sempre manter na memória. Um jogador com tanto requinte que nenhum adversário ou rival consegue odiar.
Existem homens do futebol que são assim, têm uma aura tão gigante e uma forma de estar tão diferente, que não existe alguém que se diga adepto do desporto rei que os consiga insultar. Aimar foi isso no Benfica, Helton foi isso no Porto, Ruiz será isso até se manter de leão ao peito. Jogadores que marcam um campeonato tão necessitado de estrelas, como nosso, mas onde de vez em quando se revelam estes senhores.
Com 31 anos, Bryan Ruiz não teve, para mim, a carreira que o seu talento fazia adivinhar. Bons anos na Holanda, decadência completa no Fulham (cujos adeptos até comemoraram a saída) e um regresso ao futebol competitivo que fez soltar o Tico Mágico que sempre esteve ali.
Os problemas de lesões constantes acabaram, a falta de intensidade também e o motivado Ruiz encontrou no Sporting todas as condições para ter o fim de carreira que merece, num clube que o adora e com adeptos que nunca o deixarão ficar mal. O próprio admitiu que esta poderá ser a paragem onde termina os seus anos de futebolísta, o treinador diz que tem tudo para ser um dos capitães e os adversários lá terão de aguentar as suas fintas paradas e os golos em câmera lenta.
Como sportinguista agradeço. A quem um dia conseguiu trazê-lo, ao Bryan que nos escolheu e a quem lhe deu a 10 para finalmente dar significado a um número tão mítico. Bryan Ruiz é o artista de quem se compra uma camisola, é o mágico que compensa o bilhete para o estádio, é o homem que mata a ideia “Zero Ídolos”. Impossível não idolatrar talento, respeito, classe e elevação. Impossível não adorar um homem amado no seu país que mantém a simplicidade do jovem em princípio de carreira.
Quando em 2014 a Costa Rica surpreendeu o mundo, num Mundial histórico, sonhei que Ruiz poderia vestir a camisola mais bonita do mundo. E é com homens como ele que ela se foi tornando tão especial.
*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa
18 Agosto, 2016 at 22:59
Finalmente vou comprar mais uma Verdinha com o 10 e um nome que näo o meu. Uma recordaçäo deste Senhor é um “must”
19 Agosto, 2016 at 20:49
Não sabia que os adeptos do fulham comemoraram a saída dele. Serão todos sócios do Sporting (já somos quase 146.000!).
O facto é que o campeonato inglês ainda é de pontapé para frente na maior parte dos jogos. Muita intensidade, muita rapidez mas, aquilo que uma grande parte do público das equipes menos relevantes gosta é de ver os gajos a correr desenfreadamente atrás da bola. São british e chega.