Já sabemos como é Jorge Jesus. Quando um jogador parece não funcionar numa posição, a imprensa insiste na história e os adeptos pedem a alteração, são mais as vezes o treinador leonino insistirá que a sua opção técnica é a certa. Os casos são imensos, principalmente na amaldiçoada lateral esquerda, mas a experiência também nos leva a concluir que insistir até final da época na mesma tecla só nos levará ao desespero a cada onze oficial que sair.

E, por isso, será com naturalidade que veremos Bruno César ser o titular na defesa esquerda durante grande parte dos jogos para o campeonato e enfiado lá para a frente sempre que o jogo for de alto risco.
Ainda assim, o mais amador jogador de FM sabe que, nos primeiros jogos, promover alterações profundas na equipa é sinónimo de empate ou derrota. As rotações ao longo da época são aconselháveis e motivo de aplauso, nesta fase em que nos encontramos o mais seguro é mesmo… jogar pelo seguro, e fazer alinhar as pedras fundamentais sempre. Porque estão rotinadas, porque sabem o que fazer, porque são os melhores jogadores disponíveis num grupo extenso.

Jesus sempre foi perito em compreender este conceito. Há quem diga que até o fez, durante muito tempo em exagero, causando lesões de esforço em parte dos atletas principais. Mas no Sporting parece ter alguma tendência de ir rodando a equipa em momentos que lhe parecem de pouco risco. O problema é que no futebol, cada vez mais, não existem momentos de pouco risco. Nem contra o Tondela, nem contra o Real Madrid, muito menos contra o Rio Ave em Vila do Conde (equipa contra a qual não fazemos 6 pontos numa temporada há muitos anos).

Perder pontos contra o Estoril seria o princípio de uma crise que dispensamos num campeonato que queremos disputar até final. Pela distância pontual que significaria, pela diminuição da confiança da equipa e pelo clássico desmoralizar de adeptos que se verifica nestas alturas. Como tal, para amanhã, acerta-te Jesus. É só colocares em campo os homens que mais merecem a tua confiança, os mais talentosos, os mais rotinados, os que mais-aquilo-que-te-apetecer. Aqueles que, para ti, te darão a garantia de vitória. Depois vais ajustando dentro daquilo que o jogo te pede (antes dos 89′ se for possível).

Bas Dost tem de jogar, Gelson tem de jogar, William, Adrien, Coates, Semedo. O onze base que já está na cabeça de Jorge Jesus há muito e que decidiu alterar para um jogo que não contava perder, nem sequer empatar. O caminho é longo, os adeptos marcam presença, os jogadores estão comprometidos e em bom momento de forma. Alvalade não espera menos que uma vitória, dê por onde der, até que o João Capela (cof cof cof) apite e mande tudo para o banho.

Acerta-te Jesus. Apenas tens de fazer o que sabes para ser campeão. Para já, não fujas desse caminho. Para a frente, vamos vendo.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa