No passado sábado, o prometido foi cumprido. Os adeptos da verde e branca já o fazem por hábito e honra. E Guimarães não iria ser diferente. O “berço” de Portugal viveu um verdadeiro assalto. Centenas de sportinguistas pintaram com as suas cores um estádio onde reina o preto e branco. O rugido do leão apoderou-se do coração daquele estádio que vive diariamente de cores “tristes”.

E quando foi atingido o minuto 45, os nossos rapazes, embalados pela Onda Verde, já tinham feito mexer por duas vezes as redes de Douglas, e por sua vez, a bancada leonina tinha entrado em ebulição. Um jogo difícil que estava a ser controlado. Muito bem controlado. Quando faltavam 20 minutos para o apito final, Elias, saído do banco para render o capitão Adrien, recebe uma bola mal cortada da defesa vimaranense e marca o terceiro da turma de Alvalade. Um golo mágico direi até, dada a técnica que o brasileiro aplicou na hora de executar o tento.

No entanto, o passado domingo não acabou como prevíamos e queríamos. Não acabou com três pontos no bolso e um regresso tranquilo até à capital. Acabou sim de maneira incrédula e inimaginável para todos os que sofrem por estas cores tão mágicas. Dos três pontos praticamente certos, saímos apenas com um. Um ponto que tinha mais sabor a derrota, do que qualquer verdadeira partida perdida em campo.

E agora, perante este cenário, pergunto-me, será o tão famoso fado português, que parece adorar as nossas cores, a embrenhar-se novamente no coração do nosso leão e dar-nos um fado triste? Não! Recuso-me a pensar dessa maneira e por isso é necessário acreditar na nossa força, na força do Sporting Clube de Portugal. Na força dos nossos rapazes e nas forças dos corações presentes no estádio e em todo o mundo que desgastam anos de vida com os batimentos cardíacos fortes e acelerados, cada vez que o Sporting joga, cada vez que o rugido do leão ecoa mais alto do que outra coisa qualquer.

Recentemente, um estudo levado a cabo pela Universidade Lusíada e pelo site Sapo, constatou que os adeptos da verde e branca, o pessoal que anda de leão rampante colado ao coração, são em Portugal os adeptos mais ferrenhos pelas suas cores, os mais comprometidos com a instituição futebolística que defendem no estádio, nas esplanadas de café e na vida em geral. Nada que nós ainda não soubéssemos (já o ano passado tínhamos sido galardoados com um nobre titulo pela Eurosport). Assim sendo, vamos valer o amor à verde e branca e a saber ter esperança nas cores que defendemos. Ou não fosse a esperança tingida de verde. A cor que juntamente com o branco tinge o nosso coração.

Perdemos uma batalha, mas não a guerra. É um cliché, eu sei. Mas a realidade é mesmo essa. Acreditar? Sempre! E estar presente seja qual for o momento vivido. Isto é a nossa essência. A essência da raça do leão rampante. Aquela que nunca se vergará. Agora é tempo de se tirar lições do vivido, curar as feridas e seguir em frente! Até porque isto não é como começa, é como acaba, e nós sabemo-lo bem.

 

ESCRITO POR Margarida Bibe
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]