Luc Castaignos, com 24 anos, foi em tempos uma das maiores promessas do futebol holandês e um nome que temos vindo a ouvir desde há muito tempo.

Contratado pelo Feyenoord ainda com idade de juvenil, haveria de chegar à equipa principal apenas com 17 anos e desde muito cedo se estabelecer como pilar do gigante adormecido holandês. Na única época que fez seguida no clube, marcou 15 golos em 37 partidas, números interessantes para um jovem ainda em idade de júnior, que já acumulava artigos de jornais como “o próximo craque a seguir”.

Nesse contexto aparece o Inter. Esses malditos que nos levaram o Mágico e iam dando cabo da carreira do nosso holandês, com Doyens à mistura. A concorrência era pesada, certo, mas Luc pouco ou nada jogou. Marcou apenas um golo na temporada que esteve em Itália e foi dispensado quase de seguida.

Ora para onde foi ele parar de seguida? Deixa lá fazer as contas: Doyen, Holanda… para o Twente, pois claro. E a verdade é que aí, pelo menos, conseguiu estabilizar o seu futebol. Primeiro ano fez 51 partidas. Titular quase absoluto. Marcou 16 golos nos quase quatro mil minutos que esteve em campo. No ano seguinte ,marcou 14, depois 12. Números que provam que, bem trabalhado, é um jogador para fazer os seus 20 golos por temporada e tentar chegar aos 30 num ano fora do normal.

Seguiu-se o Frankfurt. Mas isto de achar que na Alemanha as equipas são todas giras tem os seus custos. O desmotivado Luc, sem muita confiança e numa equipa que valha-me deus, marcou apenas 5 golos nos 20 jogos que realizou. Convém reforçar que perdeu 12 partidas por lesão, o que só piorou a sua integração no novo clube. O Sporting pensou e pensou bem, porque não aproveitar o que Luc Castaignos já provou na sua ainda curta carreira?

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Apesar do seu 1,90 metros, é um jogador móvel, com técnica aprumada e remate fácil. Trabalha bem em prol da equipa e está habituado ao esquema de 4x4x2, onde pode actuar em qualquer um dos lugares da frente, mas é mais espectável que seja alternativa a Bas Dost (oh JJ deixa lá isso do André isolado na frente).
Por ser jovem e pelo percurso atribulado, tem tudo a provar, mas é exactamente por esses mesmos motivos que é um activo que deve ser preservado na expectativa do que possa vir a fazer no futuro. Não tenho grandes dúvidas que tanto Castaignos como Spalvis são dois autênticos diamantes por lapidar, que nos chegam às mãos a um preço muito baixo e, pela posição onde jogam, têm tudo para dar retorno desportivo e financeiro.

Que hoje seja o primeiro dia de sucesso de Luc, um jogador que tenho vindo a acompanhar desde muito jovem e que me suscita uma fé estranha. Aquelas fezadas inexplicáveis, que estendo a Spalvis igualmente.

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa