fabio-silvestreEstá consumada uma das transferências que se vem falando há já algum tempo: o ingresso de Fábio Silvestre na equipa algarvia do Sporting/Tavira. Após 5 épocas a correr no estrangeiro, o luso de 26 anos retorna ao pelotão nacional e vai ser uma das figuras de destaque da formação liderada por Vidal Fitas, apontando aos finais ao sprint.

Desde cedo, Fábio Silvestre se destacou no pelotão nacional. Só com 20 anos, na equipa sub23 Liberty Seguros – KTM, foi 3º na geral da Volta ao Alentejo, após ter estado no top 5 de três das quatro tiradas da prova. No ano seguinte continuou em Portugal, sagrando-se campeão nacional de estrada na categoria sub23, antes de rumar à Leopard – Trek CT, equipa satélite da Leopard – Trek, actual estrutura da Trek – Segafredo. O primeiro ano no estrangeiro foi mais de adaptação, tendo alguns top 10 em provas para o escalão sub23, mas contou com uma vitória nos campeonatos nacionais sub23, desta vez na prova de contra-relógio. No final da temporada, foi 4º classificado no Paris-Tours sub23, à frente de ciclista como Yves Lampaert e Edward Theuns.

Na época seguinte, já mais habituado a correr no estrangeiro, começou logo com uma vitória no Tour de Normandie, tendo terminado a prova francesa no 4º posto. Uma semana depois, vencia a Triptyque des Monts et Châteaux. Como não há duas sem três, o grande início de temporada continuava, com uma vitória no Circuit des Ardennes. Nesse ano, venceu, ainda, uma tirada na Ronde de L’Oise. No final da temporada, veio fazer a Volta a Portugal, terminando duas etapas no 3º lugar.
Esta grande temporada valeu-lhe um contrato de dois anos com a Trek-Segafredo. Na equipa norte-americana, trabalhou mais para o coletivo, destacando-se a época de 2015. Aí, foi 2º numa etapa da Vuelta a Andalucia, 8º numa etapa da Volta a Catalunha, 5º numa etapa do USA Pro Challenge e fez o Giro d’Italia. No término da temporada, quando ainda procuravam contrato, fez o Tour de Hainan, prova onde conseguiu estar 7 vezes no top 10, nas oito vezes em que existiram chegadas ao sprint. Em 2016, regressou à Leopard-Trek. Teve uma temporada um pouco abaixo do esperado, evidenciando-se, apenas, na Fleche du Sud, com duas presenças no top 5 de etapas.

Depois de muita experiência adquirida no estrangeiro, Fábio Silvestre regressa a Portugal, para se equipar com as cores do Sporting/Tavira, sendo um ciclista mais maduro. Continua a ser um grande sprinter e um corredor que se defende bem nos contra-relógios e até luta pela vitória nos esforços mais curtos, apesar de um ano menos bem conseguido. Ao ter aceitado a proposta da formação de Vidal Fitas, mostra ainda estar motivado e pronto para alcançar os objectivos que lhe foram propostos. Para o Sporting/Tavira, esta é uma excelente aquisição, uma vez que, após um ano sem um sprinter digno desse nome no plantel, a equipa algarvia tem agora um ciclista capaz de vencer nas chegadas em pelotão compacto nas provas em que estiver inserido, dando vitórias, algo que faltam a esta equipa na temporada que agora terminou.

Entretanto, o ciclista expressou o que lhe ia na alma.
Muitos de vocês devem pensar: Que decisão tão errada. Pensei muito, pedi várias opiniões e decidi que a minha vida ia mudar. Tive 5 anos lá fora, 2 dos quais no Worldtour. Fui feliz, corri ao lado de grandes estrelas, fiz provas importantes. Fiz um giro. Mas isto não e tudo. Todas as semanas caminhava para o aeroporto, todas as semanas fazia malas. As pessoas já me conheciam. Andar de avião, é giro uma vez quando vamos de férias, todas as semanas acreditem que não. A vida la fora não é o mar de rosas que passa na TV e nos jornais. É difícil ter a família longe, não ouvir falar a nossa língua.
Decidi vir para Portugal mais propriamente para o Sporting Tavira. É com muita alegria, determinação e dedicação que abraço este projecto. Até um qualquer dia, numa estrada portuguesa de verde e branco.