Na passada terça-feira tive a sorte de assistir a um dos melhores ambientes que já vivi no mundo do futebol. O estádio de Alvalade vestiu-se de gala para receber o seu menino querido, teve nas bancadas a presença do gigante Marius Nicolae e no relvado um recém-apaixonado Eric Cantona, que se tornava o nosso sócio número 150 mil para assinalar um dos enormes feitos conseguidos nos últimos anos.

Era dia de celebrar o universo Sporting e tudo aquilo que nos fez gigantes. Uma Academia de luxo, uma capacidade de associativismo enorme e a paixão de todos aqueles que se jutam nas bancadas do estádio mais apaixonado de Portugal.

Gostar do Sporting, ser sócio do Sporting, comprar ano após ano um lugar no estádio não é tarefa fácil. Mas bastam 90 minutos daquele ambiente louco, sufocante e enfeitiçado para que todas as racionalidades da vida deixem de fazer sentido. Que importa que não ganhemos um campeonato há 15 anos, se nos parece claramente penalty sobre o Gelson? Que importam rivais, presidentes e eleições se o Sporting marcar mais um golo que o adversário?

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Da Curva Sul à Curva Norte, por entre todas as bancadas, testemunhámos na terça-feira um perfeito estado de êxtase, de união sportinguista, de uma força das bancadas tão grande que um jogador com a camisola do Real Madrid até sentiu necessidade de nos provocar depois de marcar um golo (Benzema, esta não te perdoo). Todos cantámos, levantámo-nos, batemos palmas, acompanhámos a curva e até puxámos cânticos. Mas não o podemos fazer apenas quando recebemos um dos maiores clubes do mundo.

Todos os jogos, todos os pontos, todos os sorteios, tudo tem de ser encarado como uma verdadeira final a partir deste momento. Não olhando a pontos, a futebol espectáculo, ao estado do futebol dos rivais. Importa que eles ganhem com a nossa força na bancada, que os transportemos e que se excedam por nós.

Estamos a cinco pontos do primeiro lugar e, pese embora os longos meses que faltam, a margem de erro é tão pequena que nem nós, adeptos, nos podemos esquecer de dizer presente.

Acredito mais que nunca que podemos ser felizes em Maio. Acredito nas palavras de Jota Jota quando diz que queremos fazer coisas bonitas na Liga Europa. Acredito na Taça e na Taça da Liga. Acredito que por muitas voltas que isto dê, os sportinguistas vão celebrar finalmente no final da temporada. E, para que isso aconteça, terça-feira têm de ser todos os dias em Alvalade. O Real tem de ser o Tondela, ou o Boavista, ou o Porto ou o Benfica. Todos têm de ser o nosso maior rival, contra todos temos de ter a humildade e a qualidade que vimos no Barnabéu, e não existe equipa em Portugal capaz de travar isto!

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa