Previa-se temporal e o Sporting não se fez rogado: um vendaval de futebol capaz de deixar os homens do Sado sem saber para que lado era o norte e os mais de 43 mil presentes em Alvalade a sorrirem como crianças com aquele toma lá dá cá vai buscá-la que leva milhões de almas por esse mundo fora a terem o futebol como algo incontornável nas suas vidas.

E começou cedo. 20 segundos. Isso. O Setúbal tinha saído com a bola e quando deu por ela já Geslon deslizava pela direita dando início ao pesadelo de quem tem que marcá-lo. A bola saiu redondinha rente à relva e Bas Dost emendou à ponta de lança para o redes defender com o pé. Estava dado o mote e o tal do Varela, assim se chama o porteiro sadino, ainda teria oportunidade de, cinco minutos volvidos, defender com a cara um remate colocado de Adrien, de fazer uma enorme defesa a um remate em arco de Adrien, de fora da área (um dos momentos da tarde), de suspirar de alívio depois de uma cabeçada de Bas Dost passar ao lado, de deixar escapar uma bola cruzada por Marvin e ter a sorte de Bryan não estar à espera do brinde, de assistir ao carrossel verde e branco (Adrien, Gelson a simular, Pereira a subir, Dost a simular, Bruno a emendar sem acertar).

Isto tudo na primeira parte, com Rui Patrício a agradecer não ter chovido durante o jogo e momentos X-Men, como aquele em que Adrien resolve uma saída de bola num emaranhado de gente dando um toque de calcanhar que deixa meia equipa sadina fora da jogada e William pronto a dar-lhe continuidade.

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Na segunda o ritmo ia baixar, que isto de estar a ganhar 3-0 com jogo a meio da semana pede abrandamento. Haveria uma raquetada de Dost que se tivesse sido com o pé direito dificilmente não seria golo, haveria o momento de solidariedade do Zeeg, que depois de uma primeira parte onde até toques de calcanhar fez não aguentou mais ver o Patrício sem tocar na bola, gritou “é tua, number 1!” e deixou um adversário cabecear para uma defesa à Ruuuui, e haveria o quarto golo, de Coates, aproveitando uma defesa para a frente depois de mais uma cabeçada do William.

Mais uma?!?, perguntam vocês. Claro. Tinha sido o Sir a abrir o marcador, aos seis minutos, correspondendo de cabeça a um cruzamento de Gelson (mais uma assistência). Depois, outra vez na marcação de um canto, o Bas Dost foi ao segundo andar e espetou a segunda dentada no choco frito. E o Bruno César tinha marcado o terceiro num golaço de livre como há muito não se via em Alvalade. Três na primeira, um na segunda. Foi Chape quatro, mas podiam ter sido bem mais.

O autor deste artigo não escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico e arroga-se no direito de apresentar a correcção ao guião falsificado pelo árbitro Rui Costa.