quercampeaoDesportivamente, este ano fica marcado, essencialmente, pelo Europeu conquistado pelo selecção portuguesa em França (obrigada Eder) e por aquele que foi, muito possivelmente, o melhor futebol que já vi ser praticado no Estádio de Alvalade.

Mas fora dos campos, testemunhei  a algo muito mais especial e marcante que nunca havia sentido enquanto sportinguista ou adepta do desporto rei.

Por Lisboa, por Portugal, pelo Mundo, cobriram-se pontes, viadutos, monumentos e estátuas. Fomos a Leiria,a Aveiro, a Coimbra, à Irlanda, à Argélia, voltámos pelo Porto, Braga, Guimarães, e pelos os velhos bairros de Lisboa. Passámos em Londres, Paris, Madrid, Islândia e Rússia. E a mensagem era simples: #QuerOSportingCampeão.

As simples faixas. Que para tantos significavam tão pouco mas que se espalharam como uma epidemia de crença, de despertar e que provou que este clube é verdadeiramente de todos e para todos, seja qual for o pedaço de mundo em que nascemos.

Um clube que se quis fazer verdadeiramente nacional e por isso é de Portugal. Um clube que se orgulha de estar espalhado por todos os cantos deste país, que faz vibrar pobres almas em qualquer aldeia do interior, do litoral ou do oeste. Um clube que se fez grande não se sabe bem porquê, nem como, mas que mantém esta dimensão apesar das derrotas, apesar da descrença, apesar de mais de uma década sem conhecer o mais importante triunfo de um clube português.

Um clube que leva adolescentes, crianças, velhos e novos a sair de casa pela noite, pintar uma faixa com o que temos à mão e espalhar por esse mundo fora, como só as redes sociais nos têm permitido fazer, o desejo de ver o Sporting campeão.

Talvez seja mais que isso. Talvez seja apenas um sinal de apoio, uma prova de que “estamos aqui”, existimos e somos parte deste clube. Talvez fosse a esperança do título, a fé renovada, o acreditar até ao fim, que faz parte do nosso ADN desde que nos fundámos.

Talvez fossem só faixas. Simples lençóis brancos mal pintados. Mas a mim fizeram-me mais sportinguista. Fizeram-me gostar mais e querer mais à minha gente, a todos os leões que acordaram um país para a nossa verdadeira existência.

Sei que isso não entra no palmarés. Mas numa luta tantas vezes solitária, num clube que tantas vezes se consome por dentro, que tantas vezes implode sobre si mesmo, saber que não estamos sozinhos neste apoio, nem que somos só os da Tasca, nem só os do estádio, é uma alegria imensa que nos consome.

O Sporting é mais que ganhar ou perder. É um estado de alma que não se explica. E de tantas vezes dizermos isto acho que nos esquecemos do verdadeiro significado da expressão, que nos esquecemos que ao nosso lado estão sempre milhares de adeptos que nunca festejaram no Marquês.

O que leva aqueles miúdos ali? O que leva a que tenhamos cada vez mais sócios, cada vez mais e melhores atletas, cada vez mais modalidades? São aquelas faixas, são aqueles momentos, são aqueles tesouros, é aquela diferença de amar que nunca ninguém vai conseguir traduzir.

Se tivesse de eleger um momento em 2016 não conseguiria. Seriam todos em que abri o meu computador e noutra zona do mundo alguém pedia o Sporting campeão. E por isso em 2017, mais um voto solene. Juro ser fiel ao Sporting, até a morte nos separar!

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa