Como usual, vou falar de Sporting e depois de Rugby (mas um pouco mais de Sporting, mesmo para a média…).
Falemos então de Sporting, do nosso Sporting Clube de Portugal.
Estes têm sido tempos duros… ou em palavras de antigamente, um Inverno rijo. Nada há que pareça correr bem ao Sporting, se não são azares são equívocos alheios, se não é o crónico tiro no pé, é o perder mais por falar, do que tentar calar o que nos assalta a Alma… Pelo menos numa das modalidades deste grande Clube.
Noutras, nem tanto assim, mas como adepto de Rugby e Sportinguista, para mim a Solidariedade não é palavra vã, é para praticar sempre. Seja no campo, no trabalho, na rua, na estrada a caminho de casa… Tenhamos ou não o cachecol posto, ou a camisola vestida, isso não interessa para nada… e já agora, nem a cor da viatura interessa, pois por dentro, na nossa Alma, no nosso Sentimento, no nosso Amor, somos Verde e Branco. Somos o Branco de acreditar no Bem, e na nossa Vitória, sempre limpa de mácula. Somos o Verde guerreiro, de Esperança, de Alegria. E bem sei que, desde há uns meses a esta parte, e com sintomas bem piores desde terça-feira, anda meio mundo a pedir contas… a exigir caminhos, a afiar facas e a pôr alguidares a jeito.
Vamos então ao Rugby… Começando pelo fim… eu acho errado. Nesta altura, há que estar solidário, uns com os outros e connosco próprios, ver o que está a correr mal, e porquê… e mais que tudo, dar confiança, e ter confiança em como se está a fazer pelo bem, e pelo melhor.
Dou um exemplo… Um dos nossos escalões, no ano passado, fez uma época um pouco abaixo do que eu esperava, mas mesmo com todas as condicionantes, lá fomos envergando a camisola sem nunca virar a cara à luta. Este ano, esse mesmo escalão, reforçado com os que subiram este ano, mas perdendo alguns para os que estão acima deles, estão a jogar imenso, a ganhar jogos, e a divertirem-se em conjunto. São meninos e meninas que souberam e sabem estar juntos, que sofreram e sofrem juntos, que se apoiam, mesmo quando não podem jogar… Desde aquele jogador que, mesmo lesionado e de canadianas, vai apoiar a equipa, ao outro que, mesmo não estando convocado, vai aos jogos para servir de aguadeiro, e que numa recente jornada, mesmo condicionado, foi jogar, acabando por marcar 4 ensaios, jogando fora da sua posição…
Os irlandeses chamam a esta atitude algo como ShoulderToShoulder. Traduz-se, se formos ao Google, por Ombro no Ombro… Mas acreditem no que vos digo, mes pelo Google sabendo, não sabem tudo… Aquele ShoulderToShoulder, tanto no campo como nas bancadas, tanto nos cafés e pubs, como em cada casa, em cada ouvido colado à coluna de um qualquer rádio a pilhas, é bem mais que a tradução nos diz que é… É o olhar para o lado, e saber que aquelas pessoas são as que estão, e vão connosco, e vão dar tudo por nós. É ver naquelas pessoas, os amigos em quem vamos confiar, se preciso for, a Vida, sabendo elas também que se precisarem, nós vamos estar com elas, pois elas não nos vão abandonar. Nunca. Seja numa jogada a atacar, onde faltem 10 cm para a área de ensaio, seja a defender e a lutar para a bola não tocar no chão, vão mesmo dar o seu sangue, suor e lágrimas, uns pelos outros. Juntos.
É assim no Rugby, é assim no Sporting, sempre assim foi… e sempre assim será, pois se permitirmos que não o seja, vamos perder coletivamente o que não soubemos resguardar e assegurar enquanto indivíduos.
*às quintas, o Escondidinho do Leão aparece com uma bola diferente debaixo do braço, pronto a contar histórias que terminam num ensaio
19 Janeiro, 2017 at 7:24
Provavelmente o post escrito por ti que mais gostei de ler (exceptuando aqueles de cariz mais pessoal). Obrigado por me recordares aquela que eu considero a base de todas as conquistas e que sempre tentei e tento colocar em prática quando disputo uma competição em equipa.
p.s. – é uma pena o Tomás Morais não fazer parte da nossa estrutura
19 Janeiro, 2017 at 15:44
O Tomás Morais está no Cascais, com um projecto para algum tempo.
Bem sei…
19 Janeiro, 2017 at 7:57
Nem mais…
É mesmo isso o que bo Sporting necessita neste momento…
Todos dos atletas aos adeptos…
” Ombto vom ombro…”
Solidários…prontos ” a dar a mão…”
” A puxar para cima…”
” A olhar de frente” as dificuldades…r tentarmos resolve-las juntos…
” Ombro com ombro…”
” Juntos e unidos…para vencer…”
Eis o ” remédio”…
Sporting Sempre…!
SL
19 Janeiro, 2017 at 8:10
Um dia o treinador teve uma conversa comigo no final do treino e basicamente disse-me que eu era o maior e subi de escalao. No dia do jogo estava a distribuir aguas… Na semana seguinte estava distribuir aguas outra vez. So me apetecia chorar quando cheguei a casa. Depois ganhei o meu espaco e so mais tarde percebi porque e que ele fez isso. E preciso apanhar porrada de vez em quando…
Assim que nos levantamos, por incrivel que pareca, estamos um bocadinho mais fortes.
Lembrei-me disto porque a minha vontade de que a equipa ganhasse era tao grande que distribuia aguas como se nao houvesse amanha. Solidariedade!!
SL
19 Janeiro, 2017 at 11:18
Um Homem não está vencido quando vai ao chão. Está vencido quando não quer mais levantar-se. Foi mais ou menos isto que o meu Avô me disse um dia. Sim, Irland, as vezes é preciso apanhar figurativamente a “porrada” só para sabermos de que metal somos feitos.
Escondidinho devo ser mais um entre muitos que não perde a oportunidade de ler os seus textos especialmente pelos valores que transmite e tenho pena, apesar de ter tido a oportunidade, de nunca ter praticado Rugby.
19 Janeiro, 2017 at 15:45
Está a fazer falta aquela história do 12º jogador…
Não é só quem vê, é quem sofre, e chora de raiva… e tudo…
Somos todos Sporting, seja de que maneira for…
19 Janeiro, 2017 at 8:19
Muito bom.
Escondidinho, este texto passa uma mensagem que vai muito além da modalidade e até do desporto.
Uma forma de estar.
Aproveito para dar os parabéns à Maria. Felicidades, miúda!
19 Janeiro, 2017 at 15:45
Mesmo 🙂
Parabéns Maria…
19 Janeiro, 2017 at 8:38
Grande texto Escondidinho. Passei prlo mesmo que o Ireland quando jogava andebol. Fez de mim um jogador mais forte.
Parabéns Maria 🙂
19 Janeiro, 2017 at 8:40
A amiga Maria faz hoje anos ( no smartphone não tenho acesso a essa informação…)
Então ” levanto o meu cálice de ginja”
À saúde da amiga Maria…
Muitos parabéns…
Muitos anos de vida com saúde…
Muitas alegrias verdes…
A prenda…no sábado…
Beijinhos do Max
SL
19 Janeiro, 2017 at 8:57
Joguei Rugby dos 8 aos 17 anos. Está tudo no post.
Joguei no Benfica e na Selecção Nacional de Iniciados. O espírito é sempre o mesmo.
19 Janeiro, 2017 at 15:46
Tenho grandes amigos no Benfica Rugby… e são exemplares.
19 Janeiro, 2017 at 8:58
Off.
ZéTurbo na terceira divisão espanhola.
É mostrar na academia…
19 Janeiro, 2017 at 9:07
Ao lado dos posters do figo, ronaldo e nani devia estar o do paim, ze turbo e porque nao ilori e bruma (insucesso nao e total mas estao completamente esquecidos ate para os seleccionadores nacionais).
Claro que tambem pode acontecer a putos que ficam sempre na academia mas certamente que a probabilidade de vir a ser um jogador de topo e maior se aos 16-18 anos NAO sairem…
Por falar nisto e desculpem o off topic – Alguem sabe como anda o moreto cassama nos tripas? Tenho curiosidade…
19 Janeiro, 2017 at 9:11
Em Marbella está-se melhor. Tondela é um frio do c@r…
19 Janeiro, 2017 at 10:37
Turbo? Ta mais para 2cavalos
19 Janeiro, 2017 at 9:09
Bom dia.
Parabéns Escondidinho pelo excelente texto. Nunca percebi muito bem “A Nobre Arte” quanto ao Boxe, a Nobreza, no Desporto, terá no Râguebi o seu expoente maior. Nunca fui um fervoroso adepto, mas reconheci-lhe sempre essa faceta.
Parabéns Maria! Nunca escondi, desde a primeira hora a minha simpatia por si.
Tudo de bom. Para si e para UM dos Amores das nossas vidas.
É assim que defino o Sporting na minha.
SL
19 Janeiro, 2017 at 9:13
Grande post. Obrigado.
Só algo assim para me fazer comentar por estes dias.
19 Janeiro, 2017 at 9:13
Sendo mero leigo nisso da bola formato de melão, tenho ideia de que esse espírito é potenciado pelo facto do rugby ser o mais colectivo dos desportos. A jogada individual é mais difícil que no futebol, andebol ou basquete.
19 Janeiro, 2017 at 9:32
Grande post, muito a propósito do actual momento que se vive entre os sportinguistas de que uma forma errada se esquecem que ainda falta uma volta inteira de um campeonato onde está tudo em aberto pois a distância a que estamos dos lugares da frente já foi nesta mesma época recuperável, mas apenas factores alheios nos impediram.
17 jornadas, são muitos jogos e não tenho dúvidas que ainda muita coisa de atípica vai acontecer num campeonato que esta época tem sido a todos os níveis, surreal. Aquilo que não será surreal é que o Sporting tem a melhor equipa e que vai conseguir o seu 23º título de CAMPEÃO!
19 Janeiro, 2017 at 9:42
Grande post Escondidinho.
Mas no futebol não haja ilusões que não há essa entreajuda 😉 é ver qual o que dá mais nas vistas individualmente.
OFF OFF OFF
Que tal dar-se ouvidos ao grande Capitão Yordanov …
«O ex-internacional búlgaro vai mais longe e deixa uma mensagem aos sportinguistas: “Talvez tenham razão mas não se pode apoiar a equipa apenas quando ganha. A mensagem que deixo, independentemente dos maus resultados, temos de apoiar o Sporting. Agora mais que nunca”.»
in TSF
19 Janeiro, 2017 at 15:47
Eu sei Alexia…
Mas como clube era tão bom que assim fôssemos 🙂
19 Janeiro, 2017 at 9:50
Mais um grande texto que dá que pensar.
Como era bom que nós adeptos seguíssemos essa velha máxima quando os resultados não nos correm de feição.
Como gostava de ver o plantel a dar esses mesmos sinais de entrega e entreajuda….
19 Janeiro, 2017 at 9:52
OFF OFF TOPIC
Aviso que se o Beto sai mando estes c&%$ todos para a malgas e voto Futre!
http://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/sporting/noticias/interior/os-nomes-da-vassourada-no-sporting-5614933.html
19 Janeiro, 2017 at 10:15
carvão… mas o pessoal ainda não aprendeu a identificar?
19 Janeiro, 2017 at 11:06
alguma vez o Beto sai? então falam na saída do Azbe Jug e saía o Beto também? ficávamos com dois putos a suplentes?
Nem o Beto quer saír nem o Sporting quer que ele saia, isso são as carvoadas desta altura da época.
19 Janeiro, 2017 at 10:05
Mas por que car**** há-de o Beto sair?
É umas atrás das outras, todos os dias há merda nova a sair da ventoinha…
Acalmem-se pá!
19 Janeiro, 2017 at 10:16
hope so! Esta tirou-me do sério…até porque é a segunda vez que leio
19 Janeiro, 2017 at 10:07
Até 31 de Janeiro vai continuar a histeria geral.
Vamos vender 300 jogadores e comprar 350.
19 Janeiro, 2017 at 10:16
Já reforcei a dose de prozac
19 Janeiro, 2017 at 11:10
Vais ter de aumentar muito a dose até 31 de Janeiro.
19 Janeiro, 2017 at 10:18
Estes textos do Escondidinho são espectaculares! De leitura e reflexão obrigatória!
19 Janeiro, 2017 at 10:26
Obrigado Escondidinho, os teus textos são sempre uma frescura para a alma 🙂
Os putos ontem ganharam 0-1 ao Carnide, mas parece que ficámos a jogar com 9, alguém me sabe dizer se foram bem expulsos? ou houve a roubalheira do costume?
19 Janeiro, 2017 at 11:02
a primeira expulsão foi um lance normal de amarelo, pois foi uma falta á entrada da área mas na zona lateral com muita gente por perto.
A segunda expulsão não vi, por isso não tenho opinião.
Do tempo que vi, achei que o árbitro estava a fazer uma boa arbitragem, mas falhou na expulsão do lateral direito.
19 Janeiro, 2017 at 11:42
A primeira expulsão é ridícula. Amarelo, não vermelho.
A segunda, aceita-se perfeitamente. Apenas imprudência do nosso jogador, já amarelado.
19 Janeiro, 2017 at 10:31
Escondidinho, muito bom mesmo. Bem hajas pela tremenda inspiração das tuas palavras.
O meu filho praticou râguebi durante dois anos e foi uma mudança da noite para o dia. Está um homem, sempre solidário, forte, destemido e disposto a ser feliz.
Sonho com o dia em que formos campeões nacionais de râguebi, em pleno Alvalade. Só posso dizer que quando esse dia chegar, lá estarei.
SL
19 Janeiro, 2017 at 15:49
Mas como clube era tão bom que assim fôssemos 🙂
19 Janeiro, 2017 at 10:43
Deixo uma sugestão ao Chef: abrir de imediato um post intitulado “e se a vassoura fosse tua?”.
Assim o pessoal discutia o mercado (tb se pode falar de Bolsa, ou da cotação da petinga) à vontade sem dar pontapés na meloa do Escondidinho.
19 Janeiro, 2017 at 10:44
boa ideia!
19 Janeiro, 2017 at 10:57
Belo texto a dar o exemplo o que deve ser a máxima no Sporting, tanto para jogadores como para os adeptos do bota abaixo quando as derrotas aparecem e que nunca aparecem quando tudo está bem, ou porque trabalham muito ou porque a net é fodida quando se está longe.
O rugby é um desporto nobre, onde se usa e abusa do físico e se magoa o adversário com placagens brutais, mas todos entendem que é essa a essência do jogo, é um modo de vida desse desporto e do dia-a-dia, lutar para conseguír mais e melhor.
No futebol isso por vezes está alheio do terreno, a capacidade de sacrificio por vezes é posta em causa e com toda a razão.
O que nunca deverá ser posta em causa é a cada derrota um homem que tem dado tudo pelo clube desde que entrou, onde encontrou um clube vazio…vazio de qualidade, vazio de dinheiro e cheio de dívidas, que bela herança sim senhor.
Esse homem colocou as mãos á obra e com a sua equipa com o espirito do rugby (ShoulderToShoulder) reergueu o Sporting para patamares aos quais não estávamos habituados há décadas.
Mas os “verdadeiros Leões”, os que são imensamente dignos de usar o Rampante estão com esse homem e lutam a seu lado por um projecto em que acreditam e que não pode ser posto em causa por uma época mal conseguida.
Os outros que o querem fora do clube…bem, esses serão sempre os outros…os que para eles no seu dia-a-dia só conseguem ver até aos seus umbigos….para esses PUTA QUE OS PARIU!
19 Janeiro, 2017 at 16:53
De preferência com o centro de gravidade dos nossos a envergar um par de calções preto, ausência de todas as outras cores, conforme os nossos estatutos e na condição de Sportinguistas. Até a fotografia dos rapazes – grandes SL para eles – que acompanha o texto é boa, E. E, já agora u gostaria de ver Portugal jogar uma partida oficial em Alvalade – de preferência com os Lobos vestidos com as 2as. cores.)
(Ah, e o Seis Nações já tem calendário…)
SL
19 Janeiro, 2017 at 19:53
🙂 era bem bom 🙂