O jogo com o Porto deixou-me com um misto de sentimentos, por um lado a frustração enorme de ficar com a sensação de que poderíamos ter feito um outro resultado e que não o fizemos, em grande parte, por erros próprios, por outro lado, olhei para os nossos jogadores no final do jogo e vi que aquilo que tinham para dar, deram, sobretudo, na 2ª parte, não chegou para o objetivo, mas houve esforço e entrega. Não gosto de vitórias morais, nem considero que este jogo tenha sido um destes casos, mas não me sinto com moral de pedir mais a quem deu tudo.
No domingo, ainda um bocado lixado, pus-me a ver um dos meus filmes favoritos, “O Último Samurai”, protagonizado por Tom Cruise. Não sei se conhecem, caso não conheçam recomendo vivamente é de uma beleza extraordinária e com uma mensagem muito forte. Para quem desconhece, neste filme, Tom Cruise assume o papel do Capitão Nathan Algren, um homem quebrado mentalmente, por uma série de atos cometidos no seu passado. O Capitão Algren, é contratado pelo 1º Ministro japonês para treinar o exército daquele país que se encontra sob a ameaça dos samurais, comandados pelo General Katsumoto, que é um homem extremamente respeitado no Japão. Para que percebam o contexto do que vão ler a seguir, digo apenas que o Capitão Algren acaba capturado e é levado como refém para a aldeia de Katsumoto, para saberem o resto da história terão de ver, acreditem que vale a pena.
Há uma cena em especial que quero destacar, já a vi diversas vezes, mas desta vez houve algo de diferente nela, e acabei por associá-la, sem saber bem porquê, ao meu estado de espirito. A cena em questão, é um combate singular entre o capitão Algren e um dos samurais de Katsumoto.
Algren sabe que não tem hipótese de vencer, o samurai é muito mais habilidoso que ele, mas mesmo assim enfrenta-o, no entanto, acaba derrubado com facilidade… mas para espanto de todos os que assistem, levanta-se de novo… e volta a ser derrubado, desta vez, com uma violência ainda maior mas, mais uma vez, volta a levantar-se apenas para voltar a ir ao chão, e assim continua até Algren perder as suas forças. O porquê de ele se levantar, fica ao critério do espetador, pode ser por uma questão de honra, pode ser por uma questão de desafio, pode ser por uma recusa em se vergar, ou então pura estupidez, confesso que não sei, mas mesmo tratando-se de uma obra de ficção, existem certas semelhanças entre aquilo que está representado nesta cena e o nossa forma de encarar o que resta da época.
Neste momento, estamos como o capitão Algren, fomos derrubados com violência, animicamente estamos de rastos, temos pela frente dois adversários mais fortes que nós e a perspetiva de atingirmos o nosso principal objetivo é quase zero. No entanto, apesar de tudo isto, não deixo de pensar que há uma escolha que cada um de nós terá de fazer individualmente…Podemos ficar no chão e resignar-nos de que a época acabou, não há mais objetivos que possamos conquistar e que é irrealista pensar noutra coisa que não num terceiro lugar, na melhor das hipóteses.
Ou então, podemos fazer como o capitão Algren, voltarmos a pôr-nos de pé, sabendo de antemão que existem grandes possibilidades de nos derrubarem novamente, sabendo que dificilmente vamos vencer, mas mesmo assim arranjamos forças para nos levantar seja porque existe uma camisola para honrar, seja porque nos recusamos a vergar, seja por pura estupidez, não importa, o que importa é que nos continuamos a agarrar a uma pequeníssima esperança que nos diz que só acaba quando perdermos as forças.
Qualquer que seja a vossa escolha, é perfeitamente válida, legitima e, sobretudo pessoal, não têm de a partilhar com ninguém, pois isso não fará de vós melhores ou piores Sportinguistas, aliás, já é mais do que tempo de acabar com medições de sportinguismo aqui na Tasca. A única coisa que esta escolha fará, é dar-vos, de certa forma, alguma aceitação ou paz interior, se preferirem, para encarar o que resta do campeonato. Eu já fiz a minha escolha e independentemente da forma como o campeonato se desenrolar, estarei de consciência tranquila, com o nosso clube e, principalmente, comigo mesmo.
VIVA O SPORTING!!!!!!!!!!!!
TEXTO ESCRITO POR Green Oasis
*às quartas, a cozinha da Tasca abre-se a todos os que a frequentam. Para te candidatares a servir estes Leões, basta estares preparado para as palmas ou para as cuspidelas. E enviares um e-mail com o teu texto para [email protected]
8 Fevereiro, 2017 at 15:30
Do caralho!
Que saudades que tinha de um post destes, haja mais paixão (e racionalidade, convém) e menos atritos, deviamos remar todos para o mesmo lado!
Parece ser unânime, o Marvin é fraco em todos os momentos do jogo, é vendê-lo pelo menos por uma verba que não dê prejuízo.
8 Fevereiro, 2017 at 15:39
No Último Samurai Director’s Cut o Capitão Algren quando não estava a afiambrar o inimigo estava ele a comer nipónicas.
8 Fevereiro, 2017 at 15:54
Vão fazer a sequela do Último Samurai, com base num dos filhos do Capitão Algren que entretanto foram nascendo naquela comunidade.
8 Fevereiro, 2017 at 16:15
E estamos a falar mesmo de uma sequela ou daquelas XXX Parody’s?? 😀
8 Fevereiro, 2017 at 16:22
Hehehehehe
Fizeram uma dessas versões com o The Big Lebowski 🙂 hehehehehe
8 Fevereiro, 2017 at 16:27
Eheheheh se foi com o Ron Jeremy, teria tudo a ver 😀
8 Fevereiro, 2017 at 19:09
Eu gostei do filme mas também achei isto engraçado – e importante claro:
https://www.youtube.com/watch?v=XebG4TO_xss
Para a menção específica ao último samurai: 3:55m
8 Fevereiro, 2017 at 15:45
Grande Post Green, parabéns
E já vi o filme varias vezes, e tb gostei muito
8 Fevereiro, 2017 at 15:59
Belíssimo texto, Green!
SL.
8 Fevereiro, 2017 at 16:01
Carácter, antes de mais, para alcançarmos, em função disso, a Honra;
Esforço, Dedicação e Devoção ao Sporting, primeiro e à profissão, depois, para alcançarmos a Glória com Honra.
1. Do Presidente Bruno de Carvalho ao Paulinho e à maioria dos Sportinguistas, por último, o 12º Jogador em todas as nossas frentes de batalha, têmo-lo. Do Xadrez ao Futebol profissional, temos Carácter e somos Honrados, lutamos com lealdade perseguimos a vitória através do mérito. Somos Honrados e conferimos Honra às disputas e ao Sporting Clube de Portugal. Honramos os nossos Adversários, não menosprezamos mas, desprezamos os nossos inimigos, gente sem carácter, nem eira nem beira, almejando vencê-los exclusivamente em função do nosso maior Mérito. Recusamos dados e jogos viciados, não pactuamos com a Mentira Desportiva Institucionalizada na FPF, na Liga, nos Clubes e nas desacreditadas arbitragens, onde pontifica a corrupção.
2. Somos cada um e todos nós, como um só, a imagem palpável quotidiana e constante do Esforço, da Dedicação e da Devoção ao Sporting e à Vida de modo honrado e meritório.
3. Está próxima, como que escatológica, quase, a Glória Desportiva e o Regresso definitivo do Grande Sporting! Somos o Sporting Clube de Portugal.
Nota: Arranje-se uma “Proposta” para sócio para oferecermos ao Capitão Algren.