Olá. O meu nome é Bas Dost e sou o melhor marcador do campeonato português, um dos melhores marcadores da Europa e um ponta de lança capaz de entrar no top cinco dos melhores pontas de lança que já vestiram a camisola do Sporting. Mas se estão a pensar que venho contar-vos uma história associada a uma noite fantástica, em que contrariei a minha frieza de assassino profissional marcando um golo de bicicleta como aquele que o Rivaldo marcou há 16 anos com a camisola do Barça e que ainda molhei a sopa mais duas vezes… estão muito enganados.
A história que vos conto é de uma noite, esperem, é de mais uma noite em que não tive uma, eu repito, uma bola metida a jeito de eu poder alvejar a baliza (e, sim, eu só preciso de bola e meia bem metida para fazer tremer a rede). Depois ainda tenho que ouvir que a única jogada que o Sporting tem é de meter bolas para o Bas Dost. Na na na na na na na na, não me venham com mentiras. Mas qual bola, pá? Se ainda estivesse a jogar na Alemanha corria o risco de congelar, aqui ainda um gajo disfarça e vai meia dúzia de vezes à linha para abrir a frente de ataque e permitir à equipa subir no terreno, antes de passar o resto do tempo a correr contra a angústia interior.
No meio de um filme tão feio, acreditem que ainda consegui ver coisas boas. O Rui, por exemplo, o nosso guarda-redes, celebrou 400 jogos com a camisola do Sporting e para assinalar a data meteu o punho, com luvas e tudo, pelos entrefolhos daqueles gajos que ao mínimo deslize que ele tenha iniciam uma campanha para denegri-lo. Vejam bem. O gajo aqueceu ao 9 minutos com uma bola rasteira. Depois, passados três minutos, o William fez um passe ridículo a meio campo isolou um adversário e o Rui fez uma daquelas manchas como só ele sabe fazer. Passaram mais três minutos e o Schelotto, gajo que ontem devia ter levado nos cornos até ficar sem o totiço tal a miséria de jogo que fez (sim, o Jefferson jogou melhor que o playboy e até pensei contratar o central que o Rio Ave adaptou a lateral direito), tentou marcar um autogo. Só que o Rui já vinha avisado depois do que o Bruno César fez e apesar do chapéu cheio de estilo que lhe tentaram fazer voou para trás e foi lá buscá-la.
Acreditem ou não, foi neste cenário que marcámos um golo. O William enganou tudo e todos, fingindo que ia perder mais uma bola ridícula para logo a seguir recuperá-la com um acesso de raiva. Veio por ali fora, meteu no Gelson, o puto rematou para defesa do redes e o Alan Ruiz tratou de imitar o Teo a marcar golos em slow motion no meio de molhadas e carambolas. Pimba!
Foi como se nada se tivesse passado. O adversário voltou a ir por ali fora e tentou marcar um golaço de fora da área, mas o que conseguiram foi coleccionar mais uma defesa do nosso número 1. Ao intervalo o Octávio disse-me que o Rui tinha saltado e defendido como o Damas saltava e defendia, como um gato. Eu sorri, não por ter recebido o prémio de melhor jogador de janeiro, antes na esperança que aqueles três cruzamentos que fizemos para a área pudessem repetir-se muito mais vezes na segunda parte. Esqueçam. Foi ainda mais penoso.
Entretive-me a ver os cortes fantásticos do Coates (aqueles em que o gajo consegue entrar na Matrix e levitar enquanto afasta a bola e manda um calduço no adversário), pensei no puto Geraldes quando vi o Bryan entrar, estive a contar a quantidade de porradas que o Adrien levou, a quantidade de amarelos que o árbitro não mostrou ao adversário em jogadas tiradas a papel químico de jogadas que nos valeram amarelos a nós e a decisão acertada de anular o golo ao Rio Ave no único remate feito a uma das balizas em toda a segunda parte (o nosso maior mérito, ter subido as linhas e posto um ponto final nas transições rápidas do adversário). É aquilo a que eu chamo um longo suplício com final feliz.
20 Fevereiro, 2017 at 10:21
Nem todas as Ana são putas.
Mas há duas que o são, a Oliveira e a Gomes.