“Muitas vezes aquilo que eu fui como jogador limita-me em termos de leitura daquilo que está acontecer… Ele consegue descobrir soluções que eu no meu entendimento não consigo perceber, no momento não consigo perceber o que ele quer mas ele descobre porque ele tem muito mais qualidade do que eu algum dia tive e apesar de eu estar de fora ele é capaz de descobrir soluções… Aqui há uns anos se ele não jogava no movimento que eu queria, ficava chateado, porque achava que ele não estava a corresponder à dinâmica do colectivo. Agora deixo fluir, porque percebo que ele me consegue dar, a maior parte das vezes, soluções muito mais ricas do que aquelas que eu estava à espera.”
Afirmava Vitor Pereira em 2009.
As experiências anteriores são sempre relevantes. Saber entendê-las, valorizá-las e usá-las assertivamente aproximará do sucesso os mais astutos.
Não ter sido um futebolista extraordinário terá ajudado Jorge Jesus naquilo que conceptualiza para o jogo. Mais do que ninguém pensa e define posicionamentos com linhas de passe intermináveis, para que colectivamente as suas equipas sejam capazes de resolver problemas. A forma como colectivamente as suas equipas têm o jogo sempre ligado e pensado, poderá estar relacionado com as dificuldades que sempre encontrou enquanto jogava. Sozinho, sem apoios, sem combinações, não seria capaz de ter sucesso. Então, transporta para o campo as ajudas e ligações que sempre quis ter para poder resolver os problemas que encontrava no seu tempo de jogador.
Porém, e ao contrário do seu colega Vitor Pereira, não parece revelar abertura para o novo. Para o diferente, para o criativo.
Demasiado dirigista, Jorge Jesus pretende sempre que o jogo seja um guião por si escrito. Se posicionalmente o que acrescenta aos seus atletas é de uma relevância extraordinária, o culto de querer comandar o jogo como se tivesse um comando na mão, retira-lhe capacidade para apreciar quem possa fazer diferente. Quem possa tomar com bola decisões que não vislumbra.
Terá sido demasiado fácil colocar William no espaço outrora do lesionado Adrien. O médio defensivo, tem com bola o perfil que Jorge Jesus pretende. Decisões simples. Respeitar sempre e a todo instante os movimentos que ele próprio cria. No posicionamento, o tempo de trabalho que leva com o seu treinador será o suficiente para também pisar a cada instante o metro de terreno que lhe está reservado em cada momento e em cada fase do jogo ofensivo ou defensivo.
O jogo é do ponto de vista do posicionamento mais fácil de interpretar para quem joga na posição seis do modelo de Jorge Jesus. Proximidades com linha defensiva, relação com esta nos equilíbrios, compensando movimentos dos defesas centrais, e com bola, baixar uns metros para iniciar construção. Quem joga mais à frente, na posição oito, encontra maior variabilidade de situações. Está obrigado a tomar mais e mais rápidas decisões.
Do ponto de vista daquilo que controla, tomou a decisão mais fácil. Entrada de João Palhinha na posição seis. Ele que tem o perfil físico que tanto adora Jorge Jesus, e na posição mais complicada de corresponder às exigências em termos de decisões e posicionamentos, opta por manter alguém com muito tempo de trabalho consigo, que lhe consiga garantir que continua a sua equipa a seguir um guião predeterminado.
Faltará a Jorge Jesus abrir um pouco a mente. Perceber, tal como em tempos Vitor Pereira percebeu, que nem sempre fazer diferente é fazer pior. Há quem em cima do posicionamento idealizado pelo treinador coloque criatividade. Qualidade com bola. Mesmo que as decisões fujam ao controlo do comando. Há no plantel leonino um jogador extraordinário, com qualidade para na posição de médio centro ligar com qualidade as fases ofensivas do jogo do Sporting. Alguém que vê mais que o próprio treinador quando se fala em decisão com bola.
Permitir que os jogadores entrem nas ideias da equipa, e que o guião não se resumisse às figuras de um emissor e vinte e alguns receptores, poderia contribuir para o crescimento das equipas de Jorge Jesus. Porque perder um pouco o controlo das decisões com bola da sua equipa não teria de significar perder qualidade. Pelo contrário. Se receptores como Francisco Geraldes puderem ser também emissores, muito terá para crescer em criatividade e em decisões fora da caixa a equipa do Sporting.
O controlo obsessivo por tudo o que se passa no jogo, mesmo com bola, quem sabe pela limitações encontradas enquanto jogador, leva o treinador leonino tantas vezes a optar por quem lhe garanta que faz sempre o mesmo.
Há contudo, alguém que elevaria o nível da equipa do Sporting à espera do seu momento. Porque fazer diferente, quando se fala de um jogador inteligente e criativo, é tantas vezes fazer melhor!
texto escrito por Pedro Bouças do site Lateral Esquerdo
10 Março, 2017 at 20:37
não temos alternativa com tantos castigados e lesionados.
o Xico vai a jogo.
10 Março, 2017 at 20:47
Bom o jantar do Arouca já está servido!
10 Março, 2017 at 20:49
E?
10 Março, 2017 at 20:50
Quem fala assim é cozinheiro.
10 Março, 2017 at 20:55
Steven Seagal no força em alerta
10 Março, 2017 at 21:09
https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/93/a9/65/93a965f0f3ec485713e09be48e9f6be1.jpg
10 Março, 2017 at 21:05
Danilo salta apoiado e faz o primeiro golo.
“Salta apoiado” / O tempero
10 Março, 2017 at 21:11
Danilo mão na bola tipo bola na mão.
Mais tempero!
10 Março, 2017 at 21:16
Também acho, e já vários aqui o tínhamos dito, que o Chico é muito mais um João Mário que um Adrien, e tenho nas palavras de JJ a impressão e a esperança que ele não esteja esquecido.
No entanto não entendo a conversa dos 85% do tempo sem bola e da cultura táctica. Se há jovem jogador com cultura táctica e maturidade é o Chico. Quem sabe se o GAG não arranja uma VHS com os jogos do Moreirense. Para além disso, o Chico, a jogar a 8 e só com um pauliteiro atrás abafou o meio campo do fruta CP e fez quase igual ao vouchers, embora com mais apoio. E também não entendo a esquisitisse com o Chico quando tínhamos, para substituto do Adrien, o Elias.
Parece que somos tão exigentes com o 8, que nos recusamos a ter suplente para o Adrien e que vamos perder o campeonato com duas mãos cheias de pontos em atraso para equipas em que o Chico, a 8, era titular clarissimo.
10 Março, 2017 at 21:24
Agora sim entendo o Hip pelo Rasta da Musgueira.
No Sporting o Xico ainda não jogou e já anda tudo ancioso.
Se fizer dois bons jogos ( e espero do fundo do meu Sportinguismo que sim ) … vamos de seguida vende lo para .. . Para .. . Sei lá … para uma equipa que pague 100 M!?
Boa??!!
….
Vá sem stress … 😉
Estou
10 Março, 2017 at 23:28
Cem stress.
10 Março, 2017 at 21:41
Juventos vence com penaltie ao minuto 94 contra 10.
O padrão repete-se em todos os campeonatos.
10 Março, 2017 at 21:55
Calciocaos vs Apito Dourado
FIGHT!
11 Março, 2017 at 2:54
Quer se goste ou não da Juventus. Se são levados ao colo? Talvez.
Agora, este penalty foi bem assinalado.
10 Março, 2017 at 22:00
Os críticos Musicais, os Críticos Literários, os Críticos de Bailado, nunca mas, NUNCA, escreveram uma sinfonia que valesse a pena ouvir, um Livro que valha a pena ler ou dançaram como um Nureyev ou uma Margot Fontaine.
Nenhum crítico Musical que, naturalmente desdenha a música popular e os Beatles em particular acordou alguma vez de uma noite bem dormida com “Scrambled Eggs* in his head”. “Eu sei que vou te amar”** nunca lhes cruzou o espírito como criação da própria alma. Limitam-se a considerá-las “peças menores” por excessivo uso da falta de conhecimentos musicais na sua concepção e por darem côr a poemitas de pé quebrado. Ah… e a simbiose entre letra e música, não imaginam sequer o que isso é.
Qualquer músico amador daria, porém dez anos de vida para ter escrito qualquer das duas peças musicais, eu inclusive que toco variações de ambas ao piano sem que algum dia tal me canse.
As variações são o paliativo dos amadores que desse modo se sentem um com os compositores e partilham, de alguma forma e desse modo com eles, o acto criativo único e diferencial.
O concerto de Clarinete de Mozart em Lá é qualquer coisa que o espírito do crítico não consegue alcançar na sua essência.
Para compreender com o sentimento não se pode ser crítico. O crítico analisa, efectua uma dissecação forense da obra de arte que lhe está patente aos sentidos, redige-lhe a certidão de óbito e revê-se na técnica aprendida nos bancos de escola.
Ser crítico é ter-se ficado pela espuma sem enfrentar a onda, levantar-se do banco da escola e ficar de pé ao seu lado a mirar uma ardósia suja com caractéres mal apagados.
Um crítico é por definição um inútil pela positiva e um ser de extrema utilidade pela negativa. Eu explico.
Quero ir ao cinema. Que filme vou ver? Agarro no jornal e abro na página da crítica cinematográfica e vou “à pesca das piores críticas, sem pretensões, compro bilhete para o filme do qual os críticos são pretensiosamente detractores.
Francisco Geraldes é uma côr ainda fora da palete do pintor e o artista, o coreógrafo, o encenador, aquele que faz do sonho realidade é Jorge Jesus. Francisco Geraldes há-de chegar, no momento certo à orquestra e converter-se-á em primeiro violinista. Até lá cabe a Jorge Jesus moldá-lo ao sonho que para ele sonhou.
Sou insuspeito, nesta matéria e julgo que imparcial, porque detestava Jorge Jesus como o Cherba se há-de lembrar. Não lhe reconhecia qualidades pensei que fosse sempre e só aquele que as não tinha, para além da arrogância lateira dos sargentos estúpidos que pulularam na minha vida tinha eu vinte anos. Achava-o mais adequado para casar com o Príncipe Carlos de Inglaterra que para treinar uma equipe de futebol e muito menos, o meu Sporting. Vade Retro JJ! Pois é, mudei de opinião quase 180 graus. Digamos que rodei 179 graus para ser exacto. Há coisas nele que me irritam e “pelas costas”, chamo-lhe “o Boca Grande”, sem laivos de arrependimento. Porém, se há treinador que nos possa levar a conquistas altas. Sim, verdadeiramente altas e nobres, é Jorge Jesus. Confio nele e sei que a seu tempo nos colocará sob uma chuva de GLÓRIA. Já não duvido. Apesar disso, boca grande… Boca Grande…bailando!
10 Março, 2017 at 22:16
* “Scrambled Eggs” (ovos mexidos) título “original de “Yesterday” que, Paul McCartney compôs durante o sonos, tendo acordado uma bela manhã com esta música a rodar, incessantemente , dentro da própria cabeça.
** Eu sei que vou te amar” Música e Letra de Vinícius de Moraes, uma rara obra prima da Música Popular Brasileira, enquadrada no estilo daquilo que se convencionou chamar, mais tarde, Bossa Nova.
* Scrambled Eggs” Paul McCartney canta “Scrambled Eggs”: https://www.youtube.com/watch?v=btC2_t8HZP4
** Eu sei que vou te amar – Vinicius (Música e Letra): https://www.youtube.com/watch?v=l7xNwxi4ZP0
*** Para os mais cépticos e (Críticos Assépticos) aqui fica Miguel Montalban “Busker” emérito com Cocaine , nas ruas de Londres:
https://www.youtube.com/watch?v=T6hzlAmSP3I
10 Março, 2017 at 22:32
Muito bom!!!
Eu não conseguia explicar melhor!
Sei que acabaste de iluminar muitas almas.
Obrigado …. és grande!
11 Março, 2017 at 0:32
“…Mas existem campeões com base apenas na formação. Vê lá tu que até há campeões europeus …”
Essa frase é falsa e passo a explicar:
1. Van der Sar – Chegou ao Ajax com 20 anos
5. Blint – chegou ao Ajax com 25 anos
7. Finidi – chegou ao Ajax com 22 anos
10. Litmanen – chegou ao Ajax com 22 anos
11 Março, 2017 at 10:27
Mas ainda respindes a esses cromos… que aqui andam só com intuito de provocar!!!
E que tal pedir ao oceano, Manuel Fernandes e restante equipa que deu 7-1… para virem ajudar no próximo derby??!
Se me dissessem que só com jogadores Sportinguistas estaríamos mais perto.
Talvez sim … talvez!
Mas se disserem que os árbitros não vai influenciar negativamente os nossos encontros. Aí sim… estaríamos muito mais perto de ser campeões. E mesmo assim … poderíamos não o ser!