A tarde estava quente, mesmo a jeito de uma festa ao final da tarde com o sol a baixar no horizonte. A relva bem tratada, os artistas quase todos disponíveis, a vontade de ver jovens promessas actuarem e encantarem. Não admira, por isso, que mais de 43 mil almas leoninas tenham decidido passar o final de tarde do seu sábado em Alvalade, muitos deles deixando essa decisão para o último momento e tendo que enfrentar uma fila na bilheteira que lhes deve ter valido entrar já a primeira parte ia a meio.
O mesmo equivale a dizer que não viram o primeiro golo, logo aos 13 minutos, marcado pelo inevitável Ba28st, depois de um canto (!!! sim, é verdade, voltámos a marcar um golo de canto!!!) apontado por Bryan Ruiz para uma entrada fulgurante de cabeça do avançado holandês. O mais complicado estava feito e o segundo podia ter chegado pouco depois, mas o cruzamento de Matheus para Gelson acabou desviado por um defesa. Depois, já com toda a gente dentro do estádio, Dost marcaria o segundo, prontamente bem anulado pelo fiscal de linha. Uma decisão que enfureceu a turba verde e branca, que só voltou a acalmar-se quando, oito minutos volvidos, se ouviu o ribombar de novo trovão: o grandalhão foi mais rápido que todos os defesas adversários e mandou uma sapatada com tal violência que a bola entrou por onde parecia não poder entrar.
Nova ronda de sorrisos e o jogo no bolso, pese as facilidades que iam sendo concedidas ao Nacional para se aproximar da área de um Rui Patrício de regresso à sua melhor forma e à capacidade de concentração permanente. E se acham que a primeira parte foi calma… a segunda foi o longo e exasperante bocejo, com o “porteiro” Coates a estancar toda e qualquer tentativa de mudar o ritmo de um Dj set onde já só passava chill out.
Alan Ruiz, que tinha andado 45 minutos a fazer exercícios de aquecimento, ainda resolveu dar um ar de sua graça ao limpar três adversários e puxar da canhota para uma bomba bem defendida, mas a verdade é que o jogo se arrastaria penosamente para o final. Schelotto deixou de correr para trás, por exemplo, Bryan já nem precisava de ensaiar as belíssimas recuperações que deram um brilho extra à qualidade de passe e visão de jogo. E, pese os espasmos de Gelson, as inexplicáveis mudanças de ritmo de Marvin, a inquietude inconsequente de Podence e as tentativas constantes de Bas Dost em vir atrás para iniciar jogadas que ele próprio faria questão de finalizar se o resto do pessoal quisesse pousar o copo de gin (ou caipirinha, pois alguém diga ao JJ que o que matou o jogo não foi a saída do Alan, mas sim a do Matheus, pois o Bruno César veio de havaianas e uma delas acabou na bandeirola de canto quando tentou rematar à meia volta dentro da área), esta festa sunset deixou de ter piada. Tornou-se chata e chegou a saber a falta de respeito por quem pagou para entrar, ainda por cima com os moçoilos da Madeira mais preocupados em defender a derrota do que em chegarem-se à frente.
Valha-nos que estamos na pré-época e as pernas dos rapazes estão pesadas das tareias diárias e dos jogos de dois em dois dias. Valham-nos os dois trovões que animaram um sunset que tinha tudo para ser brilhante e que acabou por resumir-se ao mais importante; os três pontos.
19 Março, 2017 at 23:23
Recebi o ficheiro com o jogo hoje e portanto, mal tive um bocadinho voltei a vê-lo. Particularmente, interessava-me ver porque raio achei o segundo golo do Bas Dost mal anulado. Na altura a sensação que tive foi a de não existir qualquer irregularidade dado que o jogador do Nacional teria feito um passe de calcanhar para a frente do guarda redes.
Também não fiquei satisfeito com essa impressão e constatei que, de facto, houve um ressalto de bola e não um passe. Portanto, o que conta, para a definição do fora de jogo é o momento do remate do Gelson.
Nesse momento o Bas Dost estava entre o guarda redes e a baliza pois, havendo um jogador do Nacional encostado ao Poste ESQUERDO da baliza do Nacional e outro, também do Nacional, atrás do Bas Dost, quase colado à linha de fundo, do lado DIREITO do Poste DIREITO da baliza do Nacional, BAS DOST ESTAVA EM JOGO mas, cá está o filho de puta do bandeirinha que já nos tinha anulado duas ou três jogadas de perigo, por inexistentes faltas ofensivas de Gelson e Schelotto, voltou a levantar a merda da bandeirinha e foi isso que o filho de puta do Jorge Ferreira quis ver, apesar de ter visto tão bem a jogada como o JJ.
Não percebo porque raio é que o JJ na conferência de imprensa pós-jogo se veio retratar.
19 Março, 2017 at 23:26
Aqui fica a correcção àquilo que a minha mente registou ontém quando vi o jogo. A imagem que tinha era a de um golo regular a razão que identifiquei foi a de um passe do defesa para o guarda redes. Se tivesse confirmado ter havido um passe teria de reconhecer que, nesse momento Bas Dost estaria fora de jogo porque já só estava um jogador do nacional entre Bas Dost e a baliza. Porém, como não foi isso que aconteceu e o que conta é o momento do remate de Gelson, nesse momento, Bas estava em jogo logo, o Golo é legal e FOMOS ROUBADOS!!!!!!