Os Juvenis conseguiram finalmente descolar do principal rival Benfica, numa semana que fica marcada pelo regresso às goleadas, algo importante tendo em conta a tabela classificativa, mas também pelo empate dos encarnados no terreno do Vitória de Setúbal.

Com este resultado, os sub17 somam agora 33 pontos em 13 jogos, faltando apenas uma partida para terminar a segunda fase do nacional, precisamente frente ao Benfica, marcada para o dia 31 de Março no Seixal. Vencer não é obrigatório e apenas um empate garante-nos o primeiro lugar. Pelo valor aproximado das equipas, diria que um empate é mesmo o resultado mais esperado, mas os jovens do Benfica sabem que apenas a vitória lhes interessa e essa vontade pode pesar no final das contas.

Nesta altura de balanço antes do arranque do apuramento de campeão, vamos aos números: Os jovens campeões somam 21 vitórias em 24 jogos, não têm nenhuma derrota registada, marcaram uns impressionantes 95 golos, sofrendo apenas 11 na caminhada. Na goleada imposta ao União de Leiria, o destaque vai para Diogo Brás (tentem fingir que estão surpreendidos) ao apontar um fabuloso hat-trick (os golos podem ser vistos clicando aqui). Miguel Velosa marcou mais dois, ele que chegou do Benfica em 2013 para representar os Iniciados e se tem imposto com classe nas faixas ofensivas. João Goulart, um central que chegou do Outurela em 2014 e parece o pai deles todos, também marcou e voltou a ser patrão da defesa e Francisco Oliveira fechou as contas e tem, até ao momento, a melhor média do futebol mundial: três minutos, um golo. Como brinde, aqui está um fantástico passe de Bernardo Sousa, cheio de classe (clica outra vez)

E agora, o menos agradável.
Em tempo de paragem para selecções, Daniel Bragança, Elves Baldé, João Oliveira e Thierry foram convocados para a selecção sub-18. Daniel e Elves, principalmente, eram notada e estranha ausência no escalão sub-19, mas está desfeito o “mistério”.
Pedro Delgado, Pedro Silva e Pedro Empis estão ao serviço dos sub-20 até hoje, em jogos de preparação para o Mundial, numa equipa que conta com 8 (!!!) jogadores do SLB. Apenas dois do FCP (bicampeão de juniores e vencedor da Segunda Liga) três do Sporting Clube de Portugal e do Vitória de Guimarães (incluíndo o “nosso” Xande Silva).

E porque a vida é curta e Portugal vive de avançados, nenhuma selecção encontrou espacinho para Pedro Marques, ponta-de-lança que soma 28 golos esta temporada. Porque só existe espaço para o rapaz nos sub-19 quando Rui Pedro não vai e vice-versa. No entanto, João Filipe, avançado do Benfica B que soma um (1) espetacular golo este ano e José Gomes, que soma uns fantástico 6 golos em 28 partidas, tiveram passaporte para representar Portugal ao serviço de Hélio Sousa. E com isto não significa que não veja valor nos dois jovens em questão, apenas não entendo o critério aplicado de forma especialmente chocante nos sub-19.

Mais uma vez, aquilo que apontamos convocatória após convocatória. A estratégia do Benfica em subir jogadores em barda para a equipa B, colocando-os a competir na Segunda Liga, parece dar-lhes vantagem aos olhos dos seleccionadores da FPF. Em termos práticos e de formação representa quase nada, mas abrem-se muitas páginas com “Benfica domina as convocatórias jovens”. Depois chegamos aos sub-21 e tudo isso tem tendência a acalmar. Pergunto: porque será?

*às terças, a Maria Ribeiro revela os seus apontamentos sobre as novas gerações que evoluem na melhor Academia do mundo (à excepção do Dubai)