Celebram-se esta quinta-feira 180 anos desde o nascimento do Visconde de Alvalade, o homem que a pedido do neto financiou a origem e disponibilizou terrenos para a construção das primeiras instalações desportivas do Clube leonino
Os ânimos exaltaram-se e a discussão subiu de tom. “Vou ter com o meu avôzinho e ele me dará dinheiro para fazer outro clube!”, terá dito a outros membros José Alfredo Holtreman Roquette, segundo reza a lenda, desagradado com o rumo que seguia o Campo Grande Football Club. E assim foi. Alfredo Augusto das Neves Holtreman, um dos mais prestigiados advogados da capital portuguesa, que o Rei D. Carlos agraciou com o título de Visconde de Alvalade (1898), não só deu ao neto duzentos mil reis (uma fortuna na altura!), como ainda lhe disponibilizou parte dos seus terrenos da Quinta das Mouras (que abarcava as actuais zonas do Lumiar, Campo Grande e Alvalade) para a construção das instalações desportivas.
O monarca, dono de uma vasta fortuna, acabou por dar forma ao sonho de um jovem de 21 anos, hoje conhecido como José Alvalade – deu o nome ao estádio –, considerado de forma unânime como o grande impulsionador do Sporting Clube de Portugal. Já o “avôzinho”, foi eleito o primeiro Presidente de um Clube que se tornou grande, “tão grande como os maiores da Europa” – cessou funções a 4 de Janeiro de 1910, passando a presidir à Assembleia Geral até 28 de Julho de 1917. Um ano depois (1907), redigiu os primeiros estatutos dos leões, sendo declarado Sócio Benemérito do Clube em 1910 e Sócio de Honra dois anos depois (1912).
“É um grande orgulho para mim, o meu trisavô ter ajudado a construir o Clube do meu coração. Deixa-me mesmo muito contente terem sido os meus antepassados a darem-lhe forma. Apesar de ser um grande adepto de ténis, sigo com atenção a equipa de futebol, como a maior parte dos Sportinguistas”, começa por dizer ao Jornal Sporting António Ricciardi, assinalando esta quinta-feira, em que se assinalam 180 anos desde o nascimento do Visconde de Alvalade (6 de Abril de 1837), como “um dia especial”
“Dá-me um grande gosto, especialmente aos meus filhos mais pequeninos, que até já são Sócios – um deles até joga nas escolinhas do Sporting, em Carcavelos. Ficam orgulhosos quando me ouvem falar do tetravô e por vezes até questionam se estou a falar a verdade: “A sério? Foi o avô Visconde? [risos]”, acrescentou, garantindo prontamente: “Somos todos ferrenhos”. Uma paixão que faz questão de passar também, um dia, aos netos.
Jaime Marta Soares, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Clube, também não passou ao lado da comemoração, recordando “um grande homem”, a quem os Sportinguistas devem “respeito e admiração”. “É uma data muito importante para a história do Sporting Clube de Portugal, gravada a letras de ouro, já que foi através do Visconde de Alvalade, grande figura à época, que se deu origem a um dos maiores e melhores clubes de Portugal e do Mundo. Um grande homem, digno de todo o nosso profundo respeito e admiração. Congratulo os seus descendentes pela honra que todos temos no trabalho deste grande Sportinguista”, frisou.
É caso para dizer: orgulho no passado e coragem no presente. O futuro? Sporting sempre!
6 Abril, 2017 at 17:24
É inteiramene justo o nome do nosso estádio, uma dívida de gratidão eterna.
https://www.youtube.com/watch?v=E83LyIy3eHI
6 Abril, 2017 at 17:31
Deliciosa a história que deu origem ao nascimento do grande Sporting Clube Portugal.
Obrigado, Visconde de Alvalade.
6 Abril, 2017 at 17:37
Muitos parabéns e, acima de tudo, muito obrigado, Senhor Visconde!
6 Abril, 2017 at 17:41
Então quer dizer que a nossa fundação foi em 1898? AHAHahahaHAHAh
Parabéns Visconde, obrigado por teres dado inicio a esta linda história de amor!
6 Abril, 2017 at 17:46
Olha que se quiseres ser rigoroso como os andrades, a data de fundação pode ser anterior a 1837 🙂
6 Abril, 2017 at 18:06
podemos quase celebrar os 200 anos de existência, basta alguém arranjar um papelito que à época insinue a fusão entre o Campo Grande football club e o SCP…
6 Abril, 2017 at 18:41
Realmente em Julho de 1856, na Vila da Granja, perto do Porto, encontraram-senumas férias de Verão, passadas em casa de amigos do Norte, Alfredo Holtreman e Júlio da Mouta e Vasconcelos, ambos jovens intensos, aventureiros e amantes do desporto.
Combinaram, então formar em Lisboa, cidade onde ambos residiam, no Lumiar, um; na Rua da Imprensa Nacional o segundo, um Clube designado por “Sporting, Fencing and Riding -Gentlemen’s Club”.
Este Clube teve primeiramente sede na Rua de S. Marçal na casa onde hoje funciona a Fundação Amaro da Costa.
O Clube cresceu rapidamente em número de praticantes nas décadas de 80 e 90 do Século XIX, funcionando a secção de esgrima na Rua de S. Marçal e a de equitação no picadeiro da casa de Júlio da Mouta e Vasconcelos, no nº 2 da Rua da Imprensa Nacional.
Cresceu o Clube a tal ponto que as instalações junto à Igreja de São Mamede, em Lisboa começaram a revelar-se inapropriadas, principalmente pelas dificuldades locais de estacionamento de caléches e carruagens, bem como para a escola de lanceiros a cavalo que entretanto foi constituída no Clube.
Afigurava-se no entanto mais apropriado transformar o Sporting F&R Club num “clube de campo” e não de cidade, para o desenvolvimento de ambas as modalidades dado que a equitação se destinava essencialmente a preparar jovens cavaleiros para o “jogo da Rosa”, ao mesmo tempo que os preparava para servirem militarmente o País, como lanceiros equestres. Mousinho da Silveira foi um sócio empenhado. Tanto praticava esgrima como equitação e acabou por obter parte da sua preparação para a entrada no exército.
Mudou-se pois, o Clube para propriedades do Visconde de Alvalade no Lumiar, propriedade essa que se estendia até ao actual Campo Grande.
O Visconde de Alvalade manteve-se presidente do Clube até ao momento da sua extinção em 1906 quando da constituição do Sporting Club de Portugal ao qual foram cedidas as instalações e os terrenos do Sporting Fencing and Riding – Gentlemen’s Club, tendo-se este extinto por esse motivo. O Visconde de Alvalade continuou Presidente do novo Clube até entregar, em 1910, as rédeas da Direcção ao seu Neto, fundador do Clube sucessor.
Assim sendo, o Sporting teve no Visconde de Alvalade a sua génese em 56 e não 50 anos depois, como hoje se pensa já que, sendo o Presidente o mesmo, os sócios praticamente os mesmos, as instalações as mesmas e o objecto social, o mesmo com ligeiríssimas alterações, O Sporting, não fará este ano 111 anos de existência mas, 161 anos.
Podemos invocar esta história para chatear a Lampionagem, ainda que seja apenas fruto da minha imaginação…tal como a história da fundação do venfique é fruto da mentira que contam há anos à turba ululante como associação de malfeitores que nunca deixaram de ser.
6 Abril, 2017 at 19:29
Nem tudo é ficção. Os personagens são reais. Júlio da Mouta e Vasconcelos era um dos meus trisavôs maternos, outro dos meus trisavôs era dono do nº2 da Rua da Imprensa Nacional, onde nasceu a minha Mãe. A Fundação Amaro da Costa funciona hoje na casa dos pais dos meus amigos de juventude Teixeira da Mota, hoje advogados políticamente “complicados” com quem fiz amizade no liceu, amizade que continuou nos tempos de Faculdade até ao pós 25 de Abril e dos quais me separei por razões ideológicas nessa data.
Sei que o meu trisavô Júlio vivia na Av. Ressano Garcia em Lisboa, onde cresceram a minha Bisavó e os irmãos, a actual Avenida da República.
Que a minha Família, do lado da minha Mãe, é Sportinguista desde a fundação. Disso tenho a certeza pois, foi-me afirmado inúmeras vezes pelos meus dois tios que me fizeram Sportinguista, a mim e a um dos meus Irmãos, já que o meu Pai não se interessava nada por desporto e partilhava da opinião que o desporto dava cabo dos fortes e acabava com os fracos…
6 Abril, 2017 at 20:22
É só colocar isso num pergaminho, com caneta de tinta permanente e colocar ao sol por uns tempos!
6 Abril, 2017 at 18:18
Eu quando me chateava ate podia ir Pedro dinheiro ao meu avozinho mas recebia sempre os meus 250 escudos para o gelado.
6 Abril, 2017 at 18:19
Pedir
6 Abril, 2017 at 19:05
Cá está à mostra a dualidade que aqueles FILHOS DA PUTA tanto se queixam!!!
Nem demorou uma semana a indecisão!!! BRAVO!!!!
http://24.sapo.pt/desporto/artigos/rui-vitoria-processado-na-sequencia-de-queixas-do-sporting-jonas-e-samaris-sem-castigo
Isso só vai lá à porrada!!! Dá-lhes CANELAS!!!
6 Abril, 2017 at 19:21
Não proceder a queixa sobre o Piscinas, até dou de barato – aquilo é mais uma provocação reles do que propriamente uma agressão ou tentativa de.
Agora a do Samaris é que expõe bem qual a agenda bem suja desta gentalha. É exatamente IGUAL ao caso do Slimani: passa ao lado de qualquer um dos árbitros, logo não sancionada e apenas captável via câmaras. Só que, desta vez, o critério, sem surpresa, foi outro.
Está enviada a mensagem: o comportamento antidesportivo, se vier do principal franchise tuga das Lavandarias Mendilhões, passa impune, seja em que circunstância for.
Desobediência civil se pede, mais que nunca – tradução: Bruno, no te cálles!
6 Abril, 2017 at 20:40
É isto…:
“Quem não tem um bom avô…
…morre lampião…”…!!
Triste sina…!!
SL
6 Abril, 2017 at 21:06
Bem dito avô e neto, gratidão eterna.
6 Abril, 2017 at 21:09
Um post destes não merecia só uma dúzia de comentários,mas sim centenas….onde anda o vosso orgulho caralho?SPOOOOOOOORTING!
6 Abril, 2017 at 21:32
A minha vénia ao Visconde, José de Alvalade e restantes pioneiros, entre os quais, muito especialmente, a Francisco Stromp. Personificação do nosso ADN… Esforço, dedicação e devoção.
Sporting Sempre!
6 Abril, 2017 at 22:07
O Sporting tem uma histórica original, muito rica, e bem documentada! É um motivo de grande orgulho e que deve ser mais divulgado.
Não alinhem na palermice dos outros que nos chamam de “viscondes” porque são uns invejosos. Então quando chamam ao Sporting de “Campo Grande” nem me importo. Tomaram eles.
Existe uma continuidade na história do clube, e até no local onde o Sporting se baseou. Muito poucos clubes podem dizer o mesmo, e é uma enorme mais-valia. A ligação histórica ao Campo Grande deve ser realçada, e a ligação a esta zona da cidade deve ser reforçada. O nosso complexo está no enfiamento de uma avenida que nos leva directamente à zona nevrálgica de Lisboa. Se há clube central na cidade é o Sporting, pois as avenidas mais importantes levam ao Estádio José Alvalade. Reparem, no trajecto: Campo Grande, Avenida da República, Avenida Fontes Pereira de Melo, Avenida da Liberdade, Restauradores e Rossio, e vice-versa – sempre em linha recta!
Os nossos fundadores eram uns visionários! 😉
7 Abril, 2017 at 0:51
161 anos de História com muitas estórias para contar…. Sporting Tu nunca vais acabar!!!
7 Abril, 2017 at 1:13
Obrigado, visconde “fodilhao”!
Até tu, ja na paz eterna foste enxovalhado pela propaganda lampiamica.
que os fodas bem
A todos
Aí do além
7 Abril, 2017 at 9:46
Sou doente pelo Sporting mas há ainda muita coisa que não conhecia sobre a História do clube. Esta do vou pedir dinheiro ao avôzinho por exemplo. A Tasca na sua função formadora. Bom post.
7 Abril, 2017 at 10:03
Adorei este texto. Que rico avôzinho… fiquei a conhecer melhor a nossa história.
Sabem o que eu acho? Está na altura do SCP fazer um documentário sobre a história do clube. Mas um daqueles documentários à BBC.
7 Abril, 2017 at 12:41
Estes posts enchem-me de orgulho…