William Silva de Carvalho foi nomeado membro da nobreza há cerca de quatros ano, quando tal e qual espadachim elegante, nos fez esquecer o carro de combate conhecido por Rinaudo e nos mostrou que existia um certo charme, um certo cavalheirimos e talento na arte de ser o tipo que tem de varrer tudo a meio-campo.

É mais um daqueles casos de jogador (provavelmente o mais relevante) de quem Leonardo Jardim conseguiu retirar as melhores potencialidades e em quem Leonardo Jardim viu as melhores qualidades. E um dia quando fizerem a compilação de todos os cromos que Leo Garden encontrou, William estará no topo dessa lista.

Sir é leão desde 2005. Perdão, Sir é leão desde 1992 mas assinou pelo Sporting em 2005. Tudo porque o Mestre Aurélio gostou do toque do miúdo e lhe disse que teria futuro em Alcochete. Depois disso o Benfica teve de ir pregar para outra freguesia e bastou um telefonema de Nani, com quem mais tarde seria jogador na equipa principal do Sporting e campeão europeu com a camisola de Portugal, para que William escolhesse representar o clube que era o seu e do seu pai.

Jogou a 10, a 8, a 6 e a central, algo bastante habitual na formação leonina, e isso pode explicar os seus passes longos de pé direito e esquerdo, a capacidade defensiva e o posicionamento. Mas o talento, esse nasceu com ele.

Foi campeão de juniores na companhia de Amido Balde, Renato Neto, Zezinho, Kikas, Renato Santos (actual Boavista), Cédric Soares, Nuno Reis e Luís Ribeiro. De todos estes, apenas ele e Cédric chegaram a titulares do Sporting, apenas ele chegou a capitão.

Hoje William faz 25 anos e tem mais 10 de carreira pela frente. E ainda que todos gostássemos de o ver cumprir o que falta da sua carreira ao serviço do Sporting, sabemos que mais tarde ou mais cedo será tempo de o ver partir e tornar-se referência de um clube mais rico, mais poderoso e mais competitivo. A única coisa que nos resta pedir, é que isso seja feito depois de o vermos cumprir mais um sonho: o de ser campeão com o Sporting.

Sou suspeita  a falar do nosso número 14. O meu jogador favorito desde há uns anos para cá, o melhor seis que já vi com a nossa camisola e uma história que a todos nós nos comove: a de um miúdo sportinguista que chegou ao clube dos seus sonhos.

E perdoem-lhe a falta de sorrisos, de gritaria e demonstrações de raça. Ele tem o ‘autismo’ em campo que alguns dos grandes artistas possuem, mas não significa que não sinta o peso da verde e branca mais que qualquer outro.

Por tudo isto e por tudo o que ainda está para vir, parabéns Sir. O número 14 já é uma estátua para as bancadas de Alvalade.

 

 

*às quintas, a Maria Ribeiro mostra que há petiscos que ficam mais apurados quando preparados por uma Leoa